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In English: Cosplay Portfolio (Updating) | SALES

30.3.18

The Phantom of Baker Street

Detective Conan: The Phantom of Baker Street
Kodama Kenji - TMS Entertainment
Anime - Filme
2002
6 em 10

Confesso desde já que sei muito pouco acerca de Detective Conan. Na verdade, propus-me apenas a ver a série no dia em que ela terminasse, ocasião que não está de todo próxima, haha. Por enquanto,  parece-me que vou ver alguns dos filmes, que vêm sugeridos na minha nova PTW.

Situemo-nos: Detective Conan é um jovem génio da dedução que se vê um dia num corpo infantil. Isso não impede que ele resolva casos complicadíssimos. Cada filme é uma história separada, não necessariamente interligada com as anteriores ou as seguintes. Conta um caso que Conan tem de resolver. Neste caso, uma estranha morte faz com que um grupo de crianças fique presa num simulador de realidade virtual, sendo que Conan tem de resolver o jogo e o mistério da morte para que todos sejam libertados.

É uma história engraçada, se bem que um pouco estranha e improvável. A tecnologia existente é muit aleatória e por vezes bizarra, sendo que facilita em muito o trabalho dos detectives. Aliás, o trabalho deles é constantemente facilitado por uma série de coincidências que jogam muito bem com a fluidez da narrativa. Além disso, os miúdos parecem ser extremamente fortes e ágeis, o que também é um pouco esquisito.

A animação não ultrapassa o nível da decência, mas existem algumas cenas que estão muito bem feitas.Os designs podem ser um pouco difíceis ao início, pois são altamente estilizados de uma forma que já não se usa. Mas os personagens, bastante tipificados, conquistam-nos.

Tenho mais uma série destes filmes para ver, portanto vamos descobrir mais coisas. Quem tiver mais informações sobre a série que ache que sejam importantes de saber para uma melhor compreensão, sinta-se livre para usar este espaço! =D

Cosplay @GargulaGaming

Cosplay @GargulaGaming
Evento
Duas semanas, dois eventos? É obra! xD Este foi um pequenino concurso numa loja/bar que se dedica a videojogos.

Desta feita, decidi levar um cosplay que não usava há algum tempo, a Bulma. Foi hoje de manhã, ao vesti-lo, que fiz a fantástica descoberta: os meus sovacos engordaram e agora o fato já não me serve nas cavas. Muito apertado! A consequência foi que, ao longo do dia, várias costuras se abriram e rasgaram, pelo que me transformei numa Bulma mendiga.

O GPS indicou-me o caminho e descobri que a Gargula Gaming fica mesmo perto do Jardim da Quinta das Conchas, onde vou algumas vezes. A loja passa muito desapercebida. Na verdade, parece-se mais com um armazém que ainda mantém o velho autocolante Magic na porta, em vez de um café. Isto para dizer que quem não sabe é como quem não vi e, confesso, foi com algum receio que entrei lá, dizendo que vinha para o fantástico concurso. :) Mas correu tudo bem e, assim que passei ao andar de baixo, todos fizeram o possível para me informar e explicar o que ia acontecer.

O resto dos cosplayers estava a tirar fotos no jardim, pelo que encomendei uma jola e sentei-me a olhar para o telefone. Aliás, peço desculpa a todos os amigos por estar tão focada no dito telefone. Não é nada meu costume fazer isso, mas hoje parecia que estava completamente hipnotizada por ele!

Entretanto apareceram algumas pessoas queridas e amigas, que por sinal estavam na organização. Aprendi que há uma nova empresa, a Cosplay Hour, que foi criada pra para preencher uma falha na nossa comunidade: o apoio ao cosplayer, ligando a empresa ao indivíduo e fazendo com que mais oportunidades e mais eventos de pequena estatura surja,. Parece-me uma excelente ideia e espero que corra tudo bem! <3

Nisto tudo, pedi um crepe com queijo, baratíssimo e enorme. Sabia mais a panqueca, mas soube-me muito bem. Enquanto isso, alguns rapazes do café distribuíam pocky variaod a toda a gente, o que foi muito simpático.

Quanto ao concurso, foi quase uma repetição de um outro evento passado. xD Isto porque éramos, de novo, duas concorrentes e, coincidência ou não, éramos as mesmas pessoas! Que fixe! Foi também a trágica realização de que esse evento de que gostei tanto foi já há dis anos. O tempo passa.... D:

Para este concursinho, decidi levar um skit energético e divertido e que lembrasse a melhor parte dos anos 90. Que era claramente a televisão, onde se punha o dot e onde se passavam grandes alegrias, entre outras emoções de menor escala. Acho que toda a gente se divertiu, embora tenha percebido que muito do jovem público não sabe quem é o Macaco Adriano. Aliás, recentemente descobri que a faixa mais jovem de pessoas não sabe o que é o tchan. Isso, para mim, é completamente chocante. xD

Ganhei o prémio de skit, que foi um pop do Mr. Bean e uma t-shirt do pokémon. Mais tarde posso colocar uma foto? É que eu esqueci-me da câmara em casa e, por isso, não tirei fotos a nada nem a ninguém... Desculpem. :(

Enfim, foi um concurso muito diminuto mas muito divertido, como costumavam ser os de antigamente. Todos na boa, tudo divertido! O espaço é também muito giro e tem comida boa e barata. Uma pena que passa tão desapercebido de quem passa, ou poderiam mesmo chamar um grande público de velhotas, que poderia ir comer vossos crepes e aprender a jogar Magic! =D 

Não tenho fotos nem vídeo nem nada, mas é um concurso que ficará na minha memória! Foi uma óptma organização e espero que haja mais coisas semelhantes no futuro!

Bungou Stray Dogs

Bungou Stray Dogs
Igarashi Takuya - Bones
Anime - 12 Episódios + 12 Episódios
2016
6 em 10

Já tinha ouvido falar deste anime, mas confesso que não sabia muito sobre ele. Foi uma série que me irritou um pouco, apesar de a segunda season ser manifestamente superior à primeira, quer em termos narrativos quer na própria animação.

Um rapaz sem abrigo encontra umas pessoas estranhas e vem-se a saber que ele tem a capacidadede se transformar num tigre branco. Com esse poder, irá participar neste clã, um pouco de investigadores com um pouco de mafiosos, e resolver problemas. Crises de identidade, fantasmas da adolescência, tristezas generalistas, estes tipos resolvem tudo e ainda têm tempo de formar uma organização ou sindicato que luta contra outros do género. Assim, temos - pelo menos durante a maior parte do anime - pequenos arcos de resolução simples, em que a concretização da ideia se fica sempre pela simplicidade narrativa.

O que me irritou mais, sem dúvida, foi o design dos personagens. Estão feitos para ser comida para fujoshi e os designs não fazem sentido dentro da realidade deles. A que propósito é que um sem-abrigo tem um cabelo cheio de estilo, acabado de sair do último estúdio da moda capilar? E as vozes.... As vozes não combinam nada com os designs! Porque é que todos estes miúdos pequenso têm uma grossa voz masculina plena de espessura sensual e calorosa?

Sobretudo no final da segunda season, começa a aparecer-nos uma animação bastante fluída e detalhada, mas até lá temos uma sucessão de cenas de acção que são mais ou menos todas iguais. O anime é desnecessariamente colorido, tendo em conta o tema e o lugar. Mas talvez sejam estes elementos que tornam o anime tão famoso e tão cotado na cena da popularidade.

Musicalmente, temos OP e ED coerentes com o tema, mas que já ouvimos noutros lugares. A musicalidade do parênquima é reduzida.

Um anime que ficará para trás.

Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica

Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica
Natália Correia
1966
Livro

Um livro interessantíssimo que surgiu na minha TBR. 

No perigo que era para a cultura a década de 60 em Portugal, Natália Correia eleva a sua voz de artista para compilar, num extenso e muito detalhado trabalho de pesquisa, o melhor que a poesia nacional tem para oferecer dentro deste tema. E o tema.... Bem, o tema tem tanto de delicado como de divertido! Poesia erótica e satírica, dois géneros difíceis de distinguir às vezes, aqui reunida para a análise do imprevisto leitor.

Temos poesia desde o século XIII até a autores contemporâneos, muitos deles ainda vivos na altura em que o livro foi lançado. A autora faz questão de nos explicar o contexto histórico e as significações escondidas em cada poema, o que torna este livro valioso para quem quer aprender um pouco da história da nossa literatura.

Quanto aos poemas... Fartei-me de rir com a maior parte. Tudo começa com cantigas de amigo, passando para estilos clássicos e terminando em ponto de honra com a poesia moderna, crua, aleatória e disforme.

Deixo-vos um dos poemas de que mais gostei, para aguçar a imaginação!



The Beguiled

The Beguiled
Sofia Copolla
2017
Filme
5 em 10

Vimos este filme na Lourinhã, na noite pós-evento, em que celebrámos o facto de ter sido tudo tão fixe. :) Infelizmente, o filme deixou muito a desejar.

Eu não sou a maior conhecedora da Sofia Copolla e, por isso, esperava um filme como os outros que tinha visto dela. Afinal, este acaba por ser uma história muito simples de medo e luta pela hierarquia, o que poderia ter funcionado lindamente. Uma professora e as suas alunas vivem isoladas durante a guerra civil americana. Quando uma das meninas encontra um soldado da União ferido, à beira da morte, ajuda-o e leva-o para a escola, onde tratarão dele. Os sentimentos desenvolvem-se e todas querem alguma coisa deste homem, alguma coisa que - enquanto mulheres - só ele lhes pode dar. As consequências serão trágicas.

Os personagens estão feitos de forma a que nenhum deles possua um mínimo traço agradável que faça com que o espectador nutra algum sentimento por eles. Como estão, a indiferença é o sentimento prevalente. Para além disso, a necessidade de todas as figuras femininas de influenciar o homem para seu próprio benefício acaba por ser uma visão bastante redutora e muito machista da situação, que se poderia ter desenvolvido de uma forma muito mais coerente.

De resto, temos um guarda roupa que se confunde com o cenário, fazendo com que se torne difícil entender quem é quem em muitas das vezes. Efeitos especiais para cenas gore que poderiam ter sido eliminadas sem que isso afectasse a história. Uma banda sonora pouco orelhuda de que nos esquecemos rapidamente.

Poderia salvar o filme a prestação das actrizes, se ao menos estas tivessem personagens para interpretar.

Uma tristeza.

Oeste Games Festival 2018

Oeste Games Festival 2018
Evento
Há algum tempo, pelo menos desde o meu fiasco da CCPT (lol), que não fazia um sukito. Então, assim que vi este evento marcado para uma data tão conveniente, numa cidade à qual não ia há muito tempo, decidi-me logo por participar! =D Hoje, quase uma semana mais tarde, revelarei todos os segredos de nossa interessante viagem. :)

Como a Lourinhã fica bastante perto da nossa cidade, a mais ou menos uns cinquenta quilómetros de distância, peguei na minha carreta e liguei a minha linda e maravilhosa aplicação de GPS para me poder orientar. Sabia que, algures, teríamos de entrar na A8. Mas como? O GPS funcionou lindamente e indicou-nos o caminho. Infelizmente, ele está naturalmente programado para escolher o caminho mais rápido e barato, pelo que - estávamos nós a habituar-nos à A8 - decidiu que deveríamos sair desta e entrar na Nacional.

E eu digo-vos: se eu não tivesse tanta prática a conduzir, teríamos morrido numa daquelas curvas ou, pelo menos, ainda estávamos a caminho. Isto porque é uma estrada horrorosa, cheia de curvas em descidas super íngremes, com gente louca nela e semáforos aleatórios. Passámos por diversas terras das quais nunca tinha ouvido falar, com nomes que iam desde "Pero Negro", a "Cabeça Gorda" (uma terra boa para o Qui!), até A-dos-Cunhados e Casais Brancos, sem nunca esquecer os Casais do Pedregulho, placa que veio a explicar muito a nossa condição enquanto ser vivo.

Mas enfim. Chegámos. E nisto o GPS manda-nos atravessar a Lourinhã... O hostel que estava disponível quando marquei a viagem era fora do centro, na Praia da Areia Branca. Lá chegados, batemos à porta. Nada. Ninguém. Batemos mais. Nada. Ninguém. Telefono para o número que está na porta. Ninguém estava à nossa espera e ninguém se lembrava que tinhamos uma reserva. Aguardámos no Café Golfinho, a comer umas baguetes por almoço, até que apareceu o dono do alojamento.

Este, posso recomendar-vos. Apesar da reticência inicial, porque - afinal de contas - o homem não estava lá para nos abrir a porta, veio a revelar-se um conjunto de quartos muito agradável, com uma cozinha muito bem equipada e um quintal. Tudo muito limpo e agradável! Chama-se "White Sand Hostel" e fica mesmo perto da praia, pelo que quem quiser lá ir é melhor reservar já. ;) De resto, esta zona da cidade está muito ligada ao mar, ao surf e ao turismo. Por isso, grande parte dos estabelecimentos estava fechado...

Troco de roupa para o meu cosplay. Já vos contei o drama absoluto pelo qual passei na noite anterior? Pois é... Fui arrumar o fato na maleta para a viagem quando descubro  que o fato não se encontra no armário! Após muitas voltas à cabeça, chego à conclusão de que está em casa da entidade materna e que, por isso, teria de o ir lá buscar. Foi tanta a confusão que me esqueci também da laca para o penteado e de um elástico para o cabelo. Portanto, o meu cabelo de Disney não ficou exactamente como eu gostaria, lol

Fomos para o evento, GPS indicando-nos caminhos que não eram os certos. O pavilhão desportivo em causa é, nos mapas, confundido com um outro pavilhão, onde fazem hóquei. Depois de muitas voltas, lá encontrámos um lugar onde estacionar e corremos para o lugar. Lá, disseram-me que procurasse a menina de cabelo azul para receber as indicações necessárias para o concurso.

Mas antes dela, falemos um pouco do espaço.

Trata-se de um pavilhão que, não sendo muito grande, tinha o espaço suficiente para uma grande variedade de bancas e muitas actividades relacionadas com jogos. Infelizmente o espaço do palco era muito iluminado, pelo que todos os vídeos foram difíceis de ver, pelo menos durante o dia. Havia uma série de bancas muito giras e interessantes, que também vendiam algumas coisas fora do vulgar. Muitos jogos em segunda mão, o que foi divertido de ver, e algumas coisas novas. A parte melhor é que, onde quer que estivéssemos no evento, podíamos ver tudo o que estava à nossa volta!





Cosplayer ou Cenário?
 
Havia imensas coisas que eu queria comprar, nomeadamente umas t-shirts giríssimas que lá havia, mas cheguei à conclusão de que não tinha dinheiro, só umas moedas. O suficiente para comprar umas rifas! =D Felizmente o Qui vinha prevenido e pudemos reunir um pequenino loot:
  • Jogo Devil May Cry 3
  • Livro City of Illusions, da tardia Ursula K. LeGuin, uma autora de que gosto muito
  • Um babete da princesa Leia para um bebé nosso conhecido (não está na imagem, já foi absorvido pelo bebé) 
Nisto tudo, não encontrava por nada deste mundo a moça do cabelo azul. Havia duas moças de cabelo azul, aliás! Mas aquela que eu precisava foi difícil de encontrar, por umarazão qualquer relacionada com gomas, acho eu. Quando a achei, comecei por lhe pedir perdão por ser uma pessoa chata. Isto porque a minha troca de e-mails com ela foi altamente incapacitante.

Passo a explicar:

Quando li as regras do evento, falavam de um "Aniplay Cosplay Tournament". Como diz "Tournament" pensei que fosse algo tipo um campeonato ou algo do género, pelo que pedi mais informações. Afinal é só o nome deste concurso em particular. Para além disso, pareceu-me ver uma coisa semelhante com o evento AONime em Braga (penso eu), pelo que também troquei a primeira palavra... E, para finalizar, a hora do concurso (19:00) pareceu-me tão estranha que mandei ainda mais um e-mail a confirmar.

Tendo isto em conta, peço desculpa por ter sido uma chatóide de primeira.

Fora isso, penso que o concurso de cosplay deste evento ainda tem muito por onde melhorar. Pediram que enviássemos informações de construção do fato, o que num concurso desta dimensõa me parece um pouco exagerado (mas é uma coisa que me divirto a fazer, de todos os modos ;) ),. O concurso teve o seu horário alterado e, mesmo assim, não houve a capacidade de concentrar o público na zona requerida até, mais ou menos, meio do concurso. Estes, para mim, foram os problemas principais. Mas, apesar disto, foi um concurso muito, muito divertido!

Estava toda a gente na boa, algumas pessoas mais nervosas (porque era a primeira vez que iam sozinhas para o palco! Boa!). No fundo, passámos o evento todo a conversar uns com os outros e o ambiente foi excelente. A carga competitiva, finalmente, pareceu aliviar um pouco. Esteve toda a gente excelente, mas fiquei orgulhosa da vencedora, que tinha um mimo de fatinho e um sukito giríssmo e todo improvisado! Também gostei muito da outra mocita que dançou, pois - apesar da coitadinha estar super-nervosa e quase cair algumas vezes - tinha um fato muito loko e atirou-se ao palco com a coragem de uma super-vilã!

Quanto a mim, correu tudo optimamente! De todas as coisas que me esqueci, uma delas foi a vassoura. Tomei a liberdade de tomar emprestada a que estava no hostel, juntamente com um pano . Quis fazer um skit um pouco mais tradicional mas ainda assim divertido, para as pessoas terem oportunidade de relaxar um pouco. Felizmente, o som ficou excelente e percebia-se tudo. A única parte menos boa foi que me calhou em sorte ser logo a primeira (maldita ordem alfabética!) e ainda não estava quase ninguém a ver o concurso nessa altura. Mas de resto, adorei fazer este sukito! Em breve estará na minha Página de Facebook. No youtube irei colocar também os vídeos de quase toda a gente, que gravámos. :) Só preciso de lhes dar uma pequena edição, pois ficaram ao contrário. xD

Portanto, acho que agora é uma boa ocasião para mostrar

FOTOS
 









 

Penso que está aqui toda a gente! :) Se por ventura ficou alguém por apanhar, pedimos desculpa desde já. ;)
Mais umas voltas e acabámos por voltar para o hostel. Foi um evento giríssimo, apesar de bem pequenino, onde encontrei muitas pessoas giras e pude conversar muitas conversas de pessoas crescidas. Espero que este evento volte a acontecer no futuro! Farei tudo para estar lá! =D

Mas, e depois?

Depois jantámos num restaurante indiano, com uma comida deliciosa e em boa proporção e fomos dormir. No dia seguinte, visitámos o Dino Parque da Lourinhã, onde vimos fósseis e réplicas em escala real dos dinos mais giros da zona. Deixo-vos aqui alguns cheios de pausa:




 Lourinhassaurus
 Lourinhanassauros e Superssaurus (antes conhecido por Dinheirossaurus lourinhanensis)





Na volta apanhámos a auto-estrada, que é estranhíssima, só com duas faixas, cheia de buracos, cheia de curvas. Qual das viagens terá sido a pior, hahaha ;)

Enfim, foi um passei muito loko! Obrigada a todos por me terem aturado e ficado a falar comigo, gostei tanto! Espero que as pessoas voltem a ir a este tipo de eventos. Podem ser pequenos, mas são tão libertadores!

28.3.18

Devilman: Crybaby

Devilman: Crybaby
Yuasa Masaaki - Science SARU
Anime - 10 Episódios
2018
6 em 10

Este anime surgiu como sugestão no meu clube e faz parte do novo conjunto de obras produzidas e distribuídas pela Netflix. A opinião geral sobre este anime é que é péssimo e absolutamente sobrevalorizado, portanto foi com alguma reticência que me dirigi a ele. Acabou por ser revelar uma agradável surpresa.

Com um estilo muito recordatório de obras maiores, como Kaiba, ou menores, como Kemonogatari, a produção é muito simples mas também muito eficiente. Temos um conjunto de imagens altamente estilizadas mas que nem por isso deixam de ser impressionantes, apesar do abuso de nudez (por vezes desnecessária) e a aposta no terror emocional do espectador e, também, dos personagens.

Estes são também muito simples e a sua oposição e caracterização acabam por servir apenas como mote para o aparecimento de mais nudismo e terror. Assim, o efeito aterrorizante que vinha na intenção inicial, acaba por se perder um pouco. Também é um anime que depende por demais da existência de um narrador que, no fundo, não acrescenta grande coisa e poderia perfeitamente tr sido substituído por diálogo (o que até teria sido melhor).

A animação é simples, por vezes um pouco falha, mas no geral bastante divertida de se ver. O mesmo acontece com a banda sonora, que tem muito poucas peças.

Não diria que é o pior anime do mundo.


O Estranho Mundo de Garp

O Estranho Mundo de Garp
 John Irving
1978
Romance

Este é mais um romance idiota de John Irving, um autor que me vem causando um certo desconforto, raiva e ódio pegajoso que, à medida que leio mais livros dele, teima em ficar agarrado aos dedos.

Jenny Fields é uma rapariga de uma família muito rica mas que, por alguma razão, decide ser enfermeira. Decide também ter um filho, mas sem para isso se envolver com nenhum homem. Garp nasce de uma única relação com um moribundo, ferido de guerra. Depois, todos se tornam escritores e escrevem sobre cães malcheirosos (onde já vimos isto), ursos (onde já vimos isto) e hotéis (onde já vimos isto).

O livro é uma sucessão de pequenas aventuras da vida diária de Jenny Fields e, mais tarde, de Garp, que têm graves problemas e nível emocional e não fazem nada de especial além de se traírem todos uns aos outros e serem adúlteros. É simplesmente desinteressante e a forma como o autor gosta de colocar uma piadola aqui e ali apenas descaracteriza completamente os seus personagens e faz com que o livro nem tenha piada nem seja levado a sério.

Dizem que é dos melhores livros do autor, mas apenas vi reciclagens de ideias, desde a concepção dos personagens até às muito convenientes mortes.

Detestável.

21.3.18

Chama-me Pelo Teu Nome

Chama-me Pelo Teu Nome
Luca Guadagnino
2017
Filme
6 em 10 

Nomeado para quase todos os prémios, mas um dos perdedores da noite. 

Pode uma história de amor florescer num único Verão e significar tanto para a vida dos seus intervenientes? Elio é um rapaz que vive numa cidade algures na Itália, onde toda a gente fala todas as línguas (Italiano, Francês e Inglês) ao mesmo tempo. Devido ao trabalho de investigação do seu pai, recebem todos os Verões estudantes. Este Verão é a vez de Oliver, um Americano muito antipático e esquisito. Mas o ódio poderá dar lugar a mais do que uma amizade....

A história tem um fundo de interesse e de beleza, mas a forma como o argumento está concretizado deixa muitas coisas por falar e que teriam sido importantes para a história. Existem muitos caminhos que são ignorados (por exemplo, a religiosidade de Oliver; porque são judeus e não de outra religião qualquer?) e a própria relação entre eles poderia ter sido melhor explorada se o filme não dedicasse tanto tempo à luta pela descoberta dos sentimentos. Isto porque a maior parte do filme se dedica à parte em que eles ainda se odeiam, sendo que a conquista e depois a própria relação perde o significado por ser tão breve.

De resto, é uma visão bastante sóbria e íntima da homossexualidade, se bem que não explora por aí em diante dúvidas e questões que seriam perfeitamente naturais dentro do contexto.

O ambiente é belo, mas a contemplação da natureza bucólica traz um sentimento de desprezo por esta faixa burguesa, altamente elitista e invejável e, por isso, muito desfasada da realidade do espectador.

Um filme com bastantes aspectos positivos, mas cuja falha argumentativa me deixa de pé atrás.

The Florida Project

The Florida Project
Sean Baker
2017
Filme
7 em 10

Não estando nomeado para melhor filme, este foi um dos que mais chamou a atenção em outras competições norte-americanas.

"The Florida Project" é uma análise tão directa quanto pungente da vivência da criança enqunto habitante de uma América profunda, pobre e ignorante. Moonie é uma menina pequenina que vive com a sua mãe num motel roxo. Passa o seu Verão a divertir-se das formas mais inusitadas, sem se conseguir aperceber do quão errada é a vida com a sua mãe quase adolescente, que nada faz pela vida sem ser uma série de aldrabices e coisa que tais.

O filme é engraçado, na medida em que vemos toda esta pobreza, a tristeza da ignorância cultural e social destas pessoas, a sua incapacidade para encontrar um sentido para vida, mas tudo através dos olhos inocentes de uma criança que, nunca tendo tido uma educação com esse nome, encontra sempre novas formas para se divertir. As tragédias acontecem, pessoas ficam e partem, mas para Moonie tudo é parte de um grande jogo no qual ela só deixará de brincar quando tiver, um dia, de enfrentar o mundo real.

Se a maior parte dos actores é criança, isto deve-se à destreza da direcção de actores, que lhes ensina uma naturalidade e uma forma muito orgânica de fazer o seu papel, trazendo um intensio realismo a todas as situações. Para isto também contribui a forma como tudo está filmado, mostrando-nos um lado tanto colorido como negro que fica nas orlas do reino da fantasia.

Um filme que certamente ficará na nossa memória.

18.3.18

A Fábrica de Nada

A Fábrica de Nada
Pedro Pinho
2017
Filme
3 em 10

Fomos ver este filme ao cinema e, após quase três horas de puro sofrimento, sono e vontade de fazer xixi, é com muito orgulho que o apresento como, quiçá, o pior filme que vi este ano. Há quem o tenha adorado (estou a olhar para ti Qui), mas eu não me posso impedir de o detestar.

Portanto, vou aproveitar este post para - com a análise do filme - falar daquilo que eu acho que são os principais sintomas desta doença que mantém o cinema português nos cuidados intensivos.

Para começar, este filme tem um baixíssimo valor de produção. A experiência poderia ter sido valorosa, com isto de não ter material e ferramentas para gravar as cenas e com não termos orçamento para contratar actores verdadeiros. Esta experimentação poderia ter corrido bem se tivesse havido mais tempo e, sem dúvida, o mínimo esforço para usar BEM as poucas coisas que se tem. Assim, temos um conjunto de cenas que são apenas aborrecidas e mal filmadas, com um conjunto de personagens nada convincentes. O que é, temos de admitir, estúpido, pois os actores fazem deles próprios. Como é que não conseguiram dar formação a esta gente para fazer de si própria num filme de forma convincente?

O outro problema é a incapacidade do autor de criar uma narrativa coesa e directa. O argumento esparrama-se em discussões filosóficas tanto aborrecidas como inúteis, que não trazem nada de novo à história que, de todos os modos, acaba por se revelar confusa e inconclusiva. Existem demasiadas cenas que em nada acrescentam ao desenvolvimento narrativo ou de personagem e que nos levam por caminhos que acabam por se tornar becos sem saída.

Finalmente, o problema final é que este realizador está tão ligado à escola, àquilo que vai agradar os meninos de Cannes, que tem aqui uma amálgama de técnicas que ninguém usaria no seu estado normal se quisesse fazer um filme que entretesse de alguma forma.

Vão argumentar "ah, ignorante, o filme não é parado". Não é parado o filme. Mas é chato e inútil. E como pode ser dedicado a uma fábrica que funcionou em auto-gestão se a fábrica do filme acaba por nunca funcionar? Falamos aqui da falta de coerência.

Norwegian Wood

Norwegian Wood
Haruki Murakami
1987
Romance

Eu tenho uns primos que, no Natal e aniversário, me oferecem sempre um livro. Estão convencidos que, devido ao facto de eu ver anime e fazer outras actividades, eu só leio livros de autores japoneses. E que o único autor japonês que existe é o Murakami. Assim, durante anos venho recebendo os mesm os três títulos deste autor, que tenho trocado por outros livros dele. Pensei em ler este porque já tinha visto o filme e é muito famoso.

Foi um pesadelo que durou poucas horas, felizmente, mas que me deixou com uma raiva interior, dirigida a todos aqueles que ainda acreditam que este homem poderá eventualmente, um dia destes, quando todos estiverem malucos, ganhar o Nobel. Este romance ridículo é a prova final de que se isso acontecer a famosa Academia tem uma agenda incompreensível.

Para começar, a Casa das Letras tomou uma decisão terrível ao mudar o tradutor deste livro. A péssima tradução, cheia de notas de rodapé a explicar coisas que toda a gente sabe e a explicar simbolismos de que ninguém quer saber (que a tradutora copiou de um livro que deve ter como referência de cabeceira), pode ter contribuído bastante para esta péssima experiência. Porque, pelo amor de deus, ninguém neste planeta pode traduzir "pénis" para "marsúpio" e outras habilidades que tais.

De resto, o livro fala da juventude de um fulano que é claramente um decalque do próprio autor. Como Murakami deve ter tido uma adolescência infeliz, coloca o seu personagem a ter aventuras sexuais em todos os momentos, descrevendo-as com detalhes sórdidos e completamente desnecessários (e a tradutora a torná-los ainda mais série B). Fora a sexualidade deste personagem, pouco mais nos é apresentado. Todas as pessoas que ele conhece e que poderiam ter uma história interessante, acabam por se tornar completamente vazias a partir do momento em que entendemos que elas só existem para que possam alimentar o ego sexual do autor.

Esta falta de caracterização é tão fulgurante que quando há mortes esta são sempre, por uma razão ou outra, inexplicáveis. Suicídios sempre inesperados, por nenhuma razão, uma simples conveniência para que a história possa avançar sem aquela personagem a incomodar.

Os diálogos são vazios, as paisagens inócuas e existem erros narrativos demasiado frequentes (como alguém fazer vinte anos e depois ter dezanove, coisas dessas).

Tão terrível o livro que a minha vontade é abandoná-lo ao vento. Mas vamos ver se alguém o quer ler, talvez...

Yoru wa Mijikashi Arukeyo Otome

Yoru wa Mijikashi Arukeyo Otome
Yuasa Masaaki - Science SARU
 Anime - Filme
2017
6 em 10
 
Antes que me digam que "ah, tu não percebes o hip-hop", deixem-me adiantar que adoro muitos dos filmes deste autor. Mas este... Este não é bom.
 
Uma rapariga anda pela noite descobrindo coisas e bebendo copos. Atrás dela vêm os seus novos amigos e o seu apaixonado, e tudo culmina na apoteose. Tudo bem, podemos admitir isto. Mas este anime sofre de um problema grave que já era frequente em outros animes do autor: o pretensiosismo barato de quem não tem uma história para contar e, por isso, a disfarça sob um manto de energia simbólica que, no fundo, acaba por não significar absolutamente nada.
 
A narrativa não parece seguir uma linha temporal. Isto poderia ser uma coisa boa mas, no caso, parece apenas que o autor se foi lembrando de fazer a história do anime à medida que o ia fazendo. Isto faz com que cada um dos arcos esteja completamente desconectado do que vimos anteriormente, com graves consequências para o (aliás fraquíssimo) desenvolvimento dos personagens.
 
O que me custa mais, no meio disto tudo, é o esforço hercúleo para trazer uma moralzinha absolutamente infantil à narrativa do filme: somos todos amigxs, somos nakama, uuuh Foi tão ridículo que só por isso pensei em dar uma nota pior ao filme.
 
Infelizmente, seria injusto fazer isso. Porque, admitamos, a animação é primorosa. Cheia de coisas estranhas, designs absurdos, com uma paleta de cores muito variada dentro do tema nocturno, este filme é um festim para os olhos. Uma pena que seja estupidamente básico.
 
Dizem muitos, também, que o anime é revolucionário por ser um musical. Isto é uma mentira, porque já houve outros animes no mesmo formato, desde os anos 90 (que eu tenha conhecimento). As músicas não são de todo boas ou interessantes e parecem existir apenas para trazer um efeito cómico que, infelizmente, só funciona de vez em quando.
 
Talvez o desapontamento do século.

16.3.18

Os Sertões

Os Sertões
Euclydes da Cunha
1902
História

Quando o meu pai me cedeu "A Guerra do Fim do Mundo", trouxe-me também este livro, dizendo que tratava do mesmo tema numa outra abordagem também muito interessante. Na verdade, veio parar-me às mãos um dos épicos maiores da literatura brasileira e deu-me imenso prazer lê-lo.
 
Inicialmente, o autor estabelece o lugar onde estamos. Isto é, descreve o que são os "sertões". Através de uma muito detalhada análise da sua geografia, fauna e flora, conseguimos visualizar com toda a perfeição os espaços onde se irá desenrolar a acção seguinte. Para mim, talvez, temnha sido esta a parte mais fascinante do livro. Depois disso, Euclydes da Cunha discorre sobre os habitantes destes sertões.

É aqui que o livro peca por ter sido escrito nos primeiros anos do século passado. É que o autor teoriza sobre as qualidades raciais da humanidade, fazendo uma divisão e catálogo de cada raça, mistura de raças, entre outros, o que - na perspectiva do agora - soa tão ridículo como terrível.

De todos os modos, ficamos também a conhecer os principais intervenientes desta história que foi a guerra de Canudos. Infelizmente, o autor esteve do lado dos "bons" (e esteve mesmo, como jornalista da Folha de S. Paulo), o que faz com que as suas descrições do inimigo, seguidores do estranho António Conselheiro, sejam relativamente curtas, limitadas e muito pouco abonatórias. Este não é o livro perfeito para uma análise sociológica do que realmente se passou com este grupo de seguidores. Talvez nunca fiquemos a saber realmente como o líder os conquistou e quais as suas ideias. Era este o aspecto que mais curiosidade me dava.

Finalmente, o autor descreve a guerra propriamente dita. E esta secção pode ser morosa, pois são muitos nomes que se sucedem (porque morrem, muitas das vezes). Ainda assim, não deixa de ser altamente interessante, porque o autor não deixa de fazer os seus comentários pessoais à atitude dos líderes das batalhas, descrevendo as suas limitações, os seus erros e as consequências horrendas destes com um certo sentido de humor revestido de pena que se pode considerar delicioso.

Foi um livro de que gostei imenso e só tenho que agradecer ao meu querido pai por se ter lembrado de me o trazer. :)


Eu, Tonya

Eu, Tonya
Craig Gillespie
2017
Filme
8 em 10

Pode não ter sido o filme mais premiado dos óscares, mas a verdade é que - até agora - é capaz de ter sido o meu preferido. O que posso fazer... Eu tenho um fraquinho por patinagem artística! xD

Esta é a história, baseada em factos que são reais e em outros que não são reais, de Tonya Harding. Esta campeã da patinagem artística, que conseguiu fazer coisas consideradas impossíveis no gelo, esteve - na sua época - envolvida num estranho escândalo em que foi acusada de planear um ataque à sua rival, lesionando-a num joelho.

Mas este filme fala de muito mais do que o escândalo em si. Fala da vida de Tonya enquanto patinadora. Porque ela nunca foi mais nada do que uma patinadora. Não sabe mais nada, nunca fez nada de diferente. A sua mãe sempre a pressionou para que fosse a melhor, para que ganhasse, sempre a motivou da forma mais agressiva possível. E os resultados só se viram muito mais tarde... Realidade? Talvez.

A história é emocionante porque nos fala de um lado deste desporto no qual nunca tinhamos pensado e, com isso, faz uma profunda reflexão sobre a segregação de uma maioria branca mas que, devido ao próprio ambiente das suas vivências, é extremamente pobre e ignorante. Tendo isso em perspectiva, as pequenas vitórias de Tonya Harding tornam-se cada vez mais importantes para o espectador, que não suportará as injustiças de que - constantemente - é vítima.

Também aborda temas difíceis, como a violência na relação e no ambiente doméstico, caracterizando na perfeição o elemento abusador e manipulador, que acaba por destruir todos os sonhos com a sua ignorância e teimosia.

De resto, uma nota para as excelentes interpretações, para a magia que fizeram em todas as partes artísticas geladas e, também, para o guarda roupa fascinante (apetece-me fazer muitos daqueles vestidinhos :3 )

Gostei tanto que fui investigar a vida da verdadeira Tonya Harding. Certamente que não é, de todo, tão estimulante como o filme...

Osomatsu-san

Osomatsu-san
Fujita Yoichi - Studio Pierrot
Anime - 25 Episódios
2015
7 em 10

Confesso que quando me pus a ver este anime estava à espera de algo terrível. Isto porque, normalmente, quando algo é muito popular e tem um tag como "comédia", é de esperar que eu - que não tenho sentido de humor - não lhe ache graça nenhuma.

Mas os Osomatsus surpreenderam-me muito. E pela positiva!

Esta é a história de seis irmãos gémeos. Têm tudo para que a vida lhes corra bem, excepto o facto de estarem desempregados e não terem nada para fazer. Este anime mostra-nos as suas aventuras diárias em busca de um trabalho estável, em luta contra os seus rivais e na conquista do amor verdadeiro! Ma sem nexo nenhum!

É uma raridade eu rir-me com um anime (ou com um filme, que seja), mas a verdade é que as piadas de Osomatsu-san sucedem-se como rebuçados numa festa e cada uma é mais deliciosa que a outra. é um humor muito típico do Japão, pelo que se baseia bastante em expressões idiomáticas e pequenos momentos de auto-humilhação, sendo que continuam sempre a existir bastantes referências sensuais e escatológicas. Não será o humor para qualquer um, mas a mim fez-me rir. Ainda bem!

Quanto aos outros aspectos, como animação e música, só se pode dizer que a série continua sem fazer sentido. Temos cores explosivas, momentos sem anatomia, expressões faciais sempre bizarras, mas tudo isso feito com um excelente valor de produção, sendo que os nossos olhos ficarão realmente contentes ao ver isto. No sonoro, felizmente, o anime não abusa de sons de gag cartoonisticos, apresentando em vez disso um conjunto de vozes que substituem esse elemento na perfeição.

Fiquei muito satisfeita e estou agora à espera que a segunda season termine para a ver :)

Lady Bird

Lady Bird
Greta Gerwig
2017
Filme
6 em 10
 
Mais um nomeado para os óscares, mas que não obteve resultados muito satisfatórios.

Christine "Lady Bird" McPherson é uma rapariga que deseja mudar de vida. Farta do ambiente da escola altamente católica em que estuda e da cidade de Sacramento, em que vive, fará de tudo para conseguir entrar numa universidade que seja longe. Enquanto isso, paira sobre ela a presença terrífica da sua mãe, sempre pronta a criticá-la.

Este é uma mistura de "coming of age" com um fatia de vida, em que acompanhamos o percurso de Lady Bird pelos vários grupos em que se movimenta, conhecendo os seus amigos, inimigos, observando os seus problemas e concluindo quais as decisões que fará para os resolver. A personagem está, sem dúvida, caracterizada de uma forma altamente realista. Posso dizê-lo porque na época do filme eu tinha mais ou menos a mesma idade e era mais ou menos parecida com esta miúda.

Lady Bird navega pelo mundo artístico, mas após o arco do teatro parece-nos que a autora se esquece um pouco dessa faceta da personagem, passando muito mais tempo a explorar o nervosismo em relação à mãe que, de todos os modos, peca por exagero. Não duvido que haja pessoas assim, mas a forma como a mãe está interpretada não se coaduna com as coisas que as outras personagens dizem dela.

Em termos de imagética, a abordagem é muito naturalista, o que nos transforma em espectadores do quotidiano. Temos uma banda sonora muito interessante mas apenas porque é recordatória dessa época em que vivemos.

Foi um filme interessante, mas não me ficará na memória.

9.3.18

A Forma da Água

A Forma da Água
Guillermo del Toro
2017
Filme
7 em 10

Quem diria que na noite dos óscares estaríamos a ver o filme vencedor?

Uma mulher muda trabalha num laboratório de alta segurança do estado. Em plena guerra fria os ânimos fervem e ela descobre um estranho ser aquático que está retido no laboratório. Poderá o amor florescer dentro de água?

Esta é uma fábula, um pouco misteriosa, um pouco sombria, uma fábula sobre o amor. O amor que pode existir sob qualquer forma, desde que as pessoas se entendam. Uma história de luta e fuga, em que o espectador se identifica plenamente com os intervenientes e se envolve emocionalmente com eles. Com um conjunto de actores excepcional, cada um com um papel altamente complexo e extremamente difícil (e, sem qualquer dúvida, encarado na perfeição!), é apenas necessário que nos sintamos completamente envolvidos por este oceano.

Cenários curiosos, que causam uma certa estranheza, efeitos especiais simples mas muito eficientes e um trabalho de maquilhagem surpreendentemente humano. Tecnicamente, este filme não poderia se melhor. Infelizmente, alguns elementos impedem-me de lhe dar uma nota perfeita. Para começar, existe alguma carga simbólica em alguns objectos cénicos que funciona de forma um pouco hermética e pouco acessível. Depois, achei que os momentos de erotismo prejudicaram a caracterização das personagens, sendo absolutamente desnecessários e, muitas vezes, bastante confusos.

De todos os modos, dos filmes que vi até agora, este pareceu-me o mais merecedor do prémio Parabéns Del Totoro-san! =D

A Ghost Story

A Ghost Story
David Lowery
2017
Filme
5 em 10

Um filme que me marcou tanto que me esqueci completamente de fazer o comentário sobre ele aqui neste espaço. Na verdade, já o vimos a semana passada, lol

Quem diz que os fantasmas têm de ser sempre assustadores? E, porque não, ver esta história fantasmagórica da perspectiva daquele que está por baixo do lençol?

Um casal tem fenómenos estranhos em casa e está a considerar mudar-se. Quando o rapaz morre, volta à sua casa coberto por um lençol. E a vida continua. Descobre, então, que ele está preso naquele espaço. Para sempre?

É um filme independente muito simples, com um baixo valor de produção, mas que faz um bom uso da sua simplicidade para nos transmitir uma história, um pouco triste e bastante contemplativa.Mas,s e temos aqui um excelente potencial, a execução acaba por falhar em alguns aspectos.

Para começar, o filme insiste em nos mostrar prolongadas cenas que, no fundo, não trazem qualquer conteúdo para a história. Parece-me também que o investimento feito nos actores poderia ter sido utilizado para outros elementos. Afinal, estes actores essencialmente não aparecem no filme e, por isso, poderiam ter sido outras pessoas quaisquer. Causou-me estranheza o desenvolvimento dado a alguns personagens que depois são simplesmente retirados da equação.

Também a passagem do tempo não é muito clara.

Um filme com uma ideia sólida, mas que falhou na sua concretização.