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18.3.18

Norwegian Wood

Norwegian Wood
Haruki Murakami
1987
Romance

Eu tenho uns primos que, no Natal e aniversário, me oferecem sempre um livro. Estão convencidos que, devido ao facto de eu ver anime e fazer outras actividades, eu só leio livros de autores japoneses. E que o único autor japonês que existe é o Murakami. Assim, durante anos venho recebendo os mesm os três títulos deste autor, que tenho trocado por outros livros dele. Pensei em ler este porque já tinha visto o filme e é muito famoso.

Foi um pesadelo que durou poucas horas, felizmente, mas que me deixou com uma raiva interior, dirigida a todos aqueles que ainda acreditam que este homem poderá eventualmente, um dia destes, quando todos estiverem malucos, ganhar o Nobel. Este romance ridículo é a prova final de que se isso acontecer a famosa Academia tem uma agenda incompreensível.

Para começar, a Casa das Letras tomou uma decisão terrível ao mudar o tradutor deste livro. A péssima tradução, cheia de notas de rodapé a explicar coisas que toda a gente sabe e a explicar simbolismos de que ninguém quer saber (que a tradutora copiou de um livro que deve ter como referência de cabeceira), pode ter contribuído bastante para esta péssima experiência. Porque, pelo amor de deus, ninguém neste planeta pode traduzir "pénis" para "marsúpio" e outras habilidades que tais.

De resto, o livro fala da juventude de um fulano que é claramente um decalque do próprio autor. Como Murakami deve ter tido uma adolescência infeliz, coloca o seu personagem a ter aventuras sexuais em todos os momentos, descrevendo-as com detalhes sórdidos e completamente desnecessários (e a tradutora a torná-los ainda mais série B). Fora a sexualidade deste personagem, pouco mais nos é apresentado. Todas as pessoas que ele conhece e que poderiam ter uma história interessante, acabam por se tornar completamente vazias a partir do momento em que entendemos que elas só existem para que possam alimentar o ego sexual do autor.

Esta falta de caracterização é tão fulgurante que quando há mortes esta são sempre, por uma razão ou outra, inexplicáveis. Suicídios sempre inesperados, por nenhuma razão, uma simples conveniência para que a história possa avançar sem aquela personagem a incomodar.

Os diálogos são vazios, as paisagens inócuas e existem erros narrativos demasiado frequentes (como alguém fazer vinte anos e depois ter dezanove, coisas dessas).

Tão terrível o livro que a minha vontade é abandoná-lo ao vento. Mas vamos ver se alguém o quer ler, talvez...

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