Chama-me Pelo Teu Nome
Luca Guadagnino
2017
Filme
6 em 10
Nomeado para quase todos os prémios, mas um dos perdedores da noite.
Pode uma história de amor florescer num único Verão e significar tanto para a vida dos seus intervenientes? Elio é um rapaz que vive numa cidade algures na Itália, onde toda a gente fala todas as línguas (Italiano, Francês e Inglês) ao mesmo tempo. Devido ao trabalho de investigação do seu pai, recebem todos os Verões estudantes. Este Verão é a vez de Oliver, um Americano muito antipático e esquisito. Mas o ódio poderá dar lugar a mais do que uma amizade....
A história tem um fundo de interesse e de beleza, mas a forma como o argumento está concretizado deixa muitas coisas por falar e que teriam sido importantes para a história. Existem muitos caminhos que são ignorados (por exemplo, a religiosidade de Oliver; porque são judeus e não de outra religião qualquer?) e a própria relação entre eles poderia ter sido melhor explorada se o filme não dedicasse tanto tempo à luta pela descoberta dos sentimentos. Isto porque a maior parte do filme se dedica à parte em que eles ainda se odeiam, sendo que a conquista e depois a própria relação perde o significado por ser tão breve.
De resto, é uma visão bastante sóbria e íntima da homossexualidade, se bem que não explora por aí em diante dúvidas e questões que seriam perfeitamente naturais dentro do contexto.
O ambiente é belo, mas a contemplação da natureza bucólica traz um sentimento de desprezo por esta faixa burguesa, altamente elitista e invejável e, por isso, muito desfasada da realidade do espectador.
Um filme com bastantes aspectos positivos, mas cuja falha argumentativa me deixa de pé atrás.
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