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11.8.20

Escrito na Água

Escrito na Água
Paula Hawkins
2017
Romance
Um thriller psicológico de uma autora de que não tinha gostado muito. Foi-me emprestado pela minha mãe, que por sua vez o tomou emprestado da minha irmã.

Então, cada capítulo fala de um personagem, quer na primeira, quer na terceira, quer na segunda pessoa. Ao início acaba por ser difícil perceber quem é quem e, para ser sincera, acabei por ignorar algumas personagens que não eram de todo importantes para a narrativa e pareciam estar ali só para fazer paisagem. No meio desta confusão toda, há uma rapariga e uma mulher que, supostamente, se atiram de um penhasco para um misterioso rio onde várias mulheres morreram, de morte morrida ou matada, conforme.

A autora esforça-se por tornar o ambiente do rio assustador, mas o facto de ser Verão na história não se liga bem com a paisagem escura que é descrita. Isto adiciona à confusão. Depois, existem voltas e reviravoltas para tentarmos descobrir a verdadeira causa das mortes destas mulheres, que é enlaçada no final de uma forma um pouco apressada.

Ainda assim, foi um livro fácil, rápido e de digestão simples, que se lê num instante e que é muito viciante. A isto chama-se "o prazer culpado", acho eu.

Kaguya-sama: Love is War

Kaguya-sama: Love is War
Omata Shinichi - A-1 Pictures
Anime - 12 Episódios
2019
6 em 10
Este foi considerado o melhor anime de Inverno de 2019, se não o melhor anime do ano, por muito boa gente. Então, lá fui eu vê-lo. E vê-se bem, mas para melhor anime do ano... Falta algo.

Kaguya e o presidente do conselho estudantil estão perdidamente apaixonados um pelo outro. Mas, por razões que a razão desconhece, não podem confessar o seu amor um ao outro. Entram, portanto, em estratégias e brincadeiras diversas para provar que se amam, por forma a que um ceda e confesse. O que não acontece, mas dizem que os meios justificam os fins. Ou é ao contrário?

Entretanto, temos um conjunto de personagens estereotipadas que apenas existem para contribuir para a confusão generalizada. Nos três últimos episódios há uma exploração de algumas das suas características, que é encaixada de uma forma imperfeita, uma espécie de climax "só porque sim".

Ainda assim, é um anime mais ou menos divertido, com situações inusitadas que, se esquecermos que são irritantes, até conseguem fazer rir.

Escrever

Escrever
Stephen King
2000
Não-Ficção 

Quando entrei pela primeira vez na nova Bertrand de Almada fiquei fascinada. E logo ali, nos livros mais vendidos do mês, estava um que era mesmo a minha cara: considerações sobre escrita, pelo muito admirado Stephen King! Tinha de o ter! E aqui está ele!

Infelizmente, foi um livro que me desapontou bastante. Stephen King é um grande escritor, mas ele começa imediatamente por desmotivar o leitor, afirmando algo como "o escritor mau nunca pode ser bom, o escritor bom pode ser melhor, mas nunca pode ser extraordinário". Como se o talento fosse uma coisa genética, que não podemos fomentar. Isso deixou-me desde logo triste, tal como algumas coisas que ele refere que odeia e muitos bons livros possuem (por exemplo, advérbios).

Assim, o autor não nos mostra dicas e conselhos sobre escrever: mostra dicas e conselhos sobre como ser exactamente igual a ele, sobre como ser o Stephen King. Mas ele sabe também que nunca ninguém poderá a vir ser como ele, por isso o livro deixou-me desapontada e com vontade de deitar os meus textos ao lixo.

Tem alguns bons conselhos, embora muitos deles não aplicáveis à língua portuguesa, mas a atitude perante a escrita *dos outros* está plena de preconceito, e disso não gostei.

O Cavaleiro das Trevas volta a Atacar

O Cavaleiro das Trevas volta a Atacar
Frank Miller
2001
Banda Desenhada 

A sequela do Regresso chega em grande, com Batman a liderar um grupo de jovens delinquentes e preparado para libertar os verdadeiros heróis do jugo de um presidente fantoche e dos vilões que estão por trás deste.

Infelizmente, este álbum pareceu mais uma colecção de "tudo o que pode acontecer de mal a um herói", com uma sucessão dos famosos da DC em situações desagradáveis e o Batman a livrá-los do mal-amén.

Os desenhos estão mais rabiscados, com uma anatomia imperfeita que perturba a leitura. As cores, que poderiam ser vibrantes para ajudar a caracterizar o ambiente frenético desta história, são pálidas e opacas, trazendo muito pouca textura à narrativa.

As novas personagens, isto é, a nova geração de heróis, tem motivações pouco claras e parece estar um pouco mal definida.

Por isso, se o Regresso era uma obra prima, o novo Ataque fica muito aquém das expectativas.

O Regresso do Cavaleiro das Trevas

O Regresso do Cavaleiro das Trevas
Frank Miller
1986
Banda Desenhada
Comprámos esta edição especial de um clássico da banda desenhada e pus-me logo a lê-lo! Fantástico!

Bruce Wayne deixou de ser Batman. Está velho, alcoólico e acabado. No entanto, uma nova onda de crimes tem assolado Gotham. E Batman quer voltar, tem de voltar. Mas quais serão as consequências?

Um álbum que critica a sociedade apodrecida e viciada na televisão dos anos 80. Que torna reais as lutas entre heróis e vilões com que sempre sonhámos. E uma pedra lapidar no significado da banda desenhada enquanto meio artístico. Violento, sem pudores, Frank Miller explora as personagens trazendo-lhes uma humanidade há muito perdida, a humanidade real, a humanidade negra.

Com desenhos agressivos, e uma estética sombria, as vinhetas sucedem-se num ritmo frenético, em que nunca sabemos qual vai ser o próximo passo. Este Batman não obedece a regras, e isso tem tanto de refrescante como de assustador.

Recomendo vivamente.

Kizumonogatari II: Nekketsu-hen

Kizumonogatari II: Nekketsu-hen
Shinbou Akiyuki - Shaft
Anime - Filme
2016
6 em 10

Confesso que já estou completamente perdida em relação a Monogatari, portanto vou ver o que puder sem nenhuma ordem em concreto, porque desisto de tentar entender a ordem.

Ora, neste filme, o nosso MC tem de lutar contra uma série de fortes inimigos, que o vencem, o matam, o desfazem aos bocados. Ainda assim, ele aparenta ter-se tornado imortal, porque volta sempre à batalha. Ainda bem, porque as batalhas e as lutas estão cada vez melhores e a animação é simplesmente deliciosa em todos os aspectos.

Perspectivas perfeitas, uma paleta de cores e padrões original, uma fluidez muito necessária e perfeitamente aplicada. Em termos visuais, este anime é um mimo. No entatanto, Monogatari torna-se tão confuso que, em termos narrativos, não sabemos bem o que estamos a ver desta vez. Por isso, não lhe posso dar uma melhor classificação.

5.8.20

Predators

Predators
Nimród Antal
2010
Filme
5 em 10

Acho que cada vez mais me interessa a mitologia do "Predador". 
 
Desta feita, um grupo de soldados, terroristas, criminosos e, no geral, gente boa com armas, é lançada de para-quedas num misterioso planeta. Estão lá por uma razão: para serem caçados pelos Predadores.

É um filme de acção divertido, com muito sangue, Predadores feíssimos e armas com fartura. Existem lindas paisagens com florestas digitais (não), e explosões, chamas, tudo o que precisamos para um bom filme de fim de tarde.

Ainda assim, é interessante ver a interacção entre os personagens e a caracterização de cada um, por mais estereotipada que seja (o yakuza tem uma espada samurai: lógico). Mas o mais curioso é ver a estratégia dos Predadores, a ideia que eles têm da caça e, eventualmente, algumas das suas relações sociais.

Com vontade de ver mais Predadores.

Total Recall

Total Recall
Paul Verhoeven
1990
Filme
6 em 10
Apanhámos este filme na televisão. Trata-se de uma adaptação cinematográfica de um conto de Philip K. Dick e mostra-nos tudo o que é bom na ficção científica.

Um trabalhador braçal tem sonhos recorrentes com Marte. Quando decide fazer umas férias imaginárias, através de uma empresa que as fornece, a esse planeta, tudo corre mal e começa a ser perseguido por uma misteriosa organização. O que vai descobrindo sobre si mesmo é tão surpreendente quanto perigoso.

Este filme é uma festa de efeitos práticos e reviravoltas, cada uma mais espantosa que a outra. O conceito da perda de memória e da sua alteração está bastante bem elaborado e explorado, ultrapassando em interesse a própria aventura em Marte. Os cenários são curiosos, bem estudados e, na sua improbabilidade, bastante realistas.

O grande problema aqui é o nosso amigo Shwarzenegger, que nem com uma marreta na cabeça consegue ser bom actor.

Fiquei curiosa em ler a história.

Batman: Uma História Verdadeira

Batman: Uma História Verdadeira
Paul Dini & Eduardo Risso
2016
Banda Desenhada
Temos uma grande colecção Batmaníaca e agora começo a lê-los a pouco e pouco. Comecei por esta biografia desenhada (BD! Apanharam?) por Paul Dini, mais conhecido por ser o argumentista das Batman Animated Series. O álbum parte da sua infância e foca-se num momento da vida do autor, em que ele foi assaltado e brutalmente espancado no meio da rua por desconhecidos. A partir daí, terá de enfrentar os seus demónios, ie. as suas personagens, de forma a ultrapassar o medo e voltar a criar.

Em termos autobiográficos, é uma história sincera, que fala da superação através do amor pela BD e por este conjunto de personagens icónicos. A narrativa é bastante simples e directa e, por isso, muito fácil de ler.

Não gostei especialmente dos desenhos que, devido à falta de realismo das sombras e cores, tiravam muita da emoção das situações complicadas da vida do autor, fazendo com que tudo soasse um pouco a falso e a "inventado".

Uma curiosidade para os maiores fãs de Batman.

Viagem Marítima com Dom Quixote

Viagem Marítima com Dom Quixote
Thomas Mann
1934
Livro de Viagens
Pequeno livro recebido através do BookCrossing, que li numa assentada.

Fala da primeira viagem de Thomas Mann aos Estados Unidos, mais concretamente da sua viagem de barco. Todos os dias ele escreve uma missiva sobre a sua vida dentro do paquete, acompanhado de um livro amado por todos: "D. Quixote".

As suas impressões sobre a viagem são curiosas e belas, mas a sua análise do D. Quixote é apaixonante e dedicada, mas sem qualquer tipo de pretensão. Neste caso, vale a pena a pureza da escrita, que é tão boa que simplesmente não conseguimos deixar de ler o livro.

Não gostei de estar sempre a ser interrompida por fotografias de barcos.

O Macaco Nu

O Macaco Nu
Desmond Morris
1967
Não-Ficção
Este interessante livro foi encontrado na rua. Fala da perspectiva do ser humano enquanto espécie animal, do ponto de vista de um zoólogo.
 
Apesar de ter ideias bastante desactualizadas, e algumas poderem parecer machistas, racistas e europeístas, penso que o autor estabelece de forma bastante exacta que está a observar a espécie humana de um ponto de vista puramente funcional e evolutivo, tomando como exemplo aqueles seres humanos que sucederam em evoluir para a sociedade moderna. Ora, isto pode ser uma falácia, na medida em que todas as espécies actuais estão na mesma escala de evolução, mas ele explica precisamente isso.
 
De resto, é muito curioso ver como o autor nos analisa em comparação com os outros grandes primatas e como, na impossibilidade de viver como eles, desenvolvemos novos tipos de comportamentos que permitem a persistência da nossa espécie. De um ponto de vista puramente etologista, isto é brilhante.
 
Recomendo vivamente, mas com um grão de sal.

3.8.20

Rebota Rebota y en tu Cara Explota

Rebota Rebota y en tu Cara Explota
Agnés Mateus & Quim Tarrida
2020
Teatro
Fomos ver esta peça no Festival de Teatro de Almada e, por sinal, foi a que ganhou o prémio de honra. Voltará para o ano por isso vou evitar contar muito do que se passa.

Mas tenho a dizer que foi uma peça brutalizante. montada numa residência artística, explora o tema do feminismo da perspectiva do machismo. Se ao início a actriz nos mostra situações vulgares, cómicas e que me levaram quase às lágrimas (ela fala do Mazinger Z!), à medida que a peça vai decorrendo, tudo vai deixando de ter graça.

Assim, este exercício de humor acaba por ter uma conclusão de uma violência extrema, que me deixou fisicamente mal disposta durante o resto da noite. É uma peça do feminismo e uma homenagem às mulheres que foram, que ainda são, vítimas.

Recomendo vivamente, para o ano venham ver!

Black Lagoon: Roberta's Blood Trail

Black Lagoon: Roberta's Blood Trail
Katabuchi Sunao - Madhouse Studios
Anime OVA - 5 Episódios
2010
4 em 10

Eu já não era grande fã de Black Lagoon, mas ainda assim decidi dar uma oportunidade à criada sul-americana que tem armas. Tempo perdido, porque este OVA é uma festa de tudo o que é mau.

A história é demasiado prolongada e exagerada, podendo ser reduzida num filme. As personagens não sofrem qualquer tipo de desenvolvimento, excepto a dita cuja Roberta, que é transformada numa máquina de matar completamente descontrolada, sem uma causa que pareça justificável para tanta matança, e atitudes incoerentes com o que eu me lembrava da personagem.

Mas o pior mesmo é a animação, que é horrível. As perspectivas são utilizadas de uma forma ilógica, com exageros que perturbam a visualização e padrões de sombras que impedem a percepção. Tudo isto misturado torna este OVA numa sopa pastosa, em que tudo cai por todos os lados.

Brownie para os fãs de Black Lagoon, que dez anos depois já não devem ser muitos.