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In English: Cosplay Portfolio (Updating) | SALES

31.10.13

Palmas para o Esquilo

Palmas para o Esquilo
David Soares e Pedro Serpa
2013
Banda Desenhada

Juntamente com O Amor Infinito Que Te Tenho, trouxe este álbum com o prémio do concurso de cosplay. Escolhi-o porque tinha sido lançado há pouco tempo e tinha ouvido falar muito dele no Facebook. Ao folheá-lo, não me senti muito motivada quanto aos desenhos, mas achei por bem experimentar na mesma. Quando finalmente o abri hoje ao almoço, descobri que o texto é do autor d'O Envagelho do Enforcado, livro que adorei! Logo logo fiquei mais motivada para o ler, sim sim!

Ora bem, esta obra deixou-me um pouco dividida. A história é fascinante. Um homem louco tenta enfrentar a sua loucura, sendo para o leitor difícil distinguir o que é real e o que é imaginação. Toda a loucura está povoada de esquilos, momentos baseados em experiências da infância do personagem, que terão sido fortes o suficiente para o levar ao ponto em que está no presente.

A narrativa da história é bastante simples, mas existem alguns "comentários", que eu não percebi se eram apenas comentários internos do autor ou a perspectiva do personagem, que explicam - de alguma forma - a situação de desespero em que se encontram. Foram estes que me deixaram de pé atrás. Sinceramente, acho que este tipo de linguagem é mais apropriada a um romance, isto é, a uma narrativa longa em que as palavras se juntam em frases maiores e em parágrafos e, assim, passam desapercebidas. A força das palavras acaba por se perder no uso de termos demasiado rebuscados (confesso que alguns não sei o significado), e perdi um pouco a concentração na observação da história por causa deles. Acho que esta narrativa funcionaria perfeitamente num conto, em algo que fosse apenas texto, sem desenhos, mas desta forma perdi um pouco o ritmo. Não sei se isto é bom ou mau, porque de banda desenhada conheço tão pouco e, portanto, não tenho termo de comparação.

Quanto aos desenhos, se ao início não me atraiam, no final entranharam-se. Parecem simples, mas têm um detalhe tão profundo como discreto, uma utilização fascinante de perspectivas e cores que nos causam um sentimento de imersão do qual não é possível sair até terminar o álbum.

No final, é uma história sobre a vida, sobre a perspectiva de uma vida, desesperante porque não a podemos salvar, comovente e arrepiante.

Acho que estou convertida à banda desenhada portuguesa! Venham daí recomendações!

As Novas Bacantes

As Novas Bacantes
Catherine Clément
1998
Policial

Este livrinho, que li na viagem para o trabalho (tenho ido de transportes, não sei se já disse...) foi-me cedido pelo meu pai com o objectivo de depois eu o oferecer para circulação no BookCrossing. Há muitos anos, li um par de coisas da Catherine Clément e era interessante mas muito pesado. Este livro veio tirar-me isso da ideia, completamente, e deu-me vontade de ler outros livros dela, sobretudo um que é recorrente cá em casa  - A Senhora.

É uma novela policial sobre um escritor de mitologia comparada que se depara, quando está isolado da vida para terminar de escrever o seu livro mais recente, com uma misteriosa seita de mulheres que gritam, dançam e fazem coisas estranhas num estado de delírio. Não posso contar muito mais porque se não a diversão que terão a ler esta história ficará comprometida, mas garanto que o que está por trás desta "seita" é hilariante, original e tem tudo a ver com a personalidade da autora - pelo que me lembro dela.

A linguagem é muito acessível e acção sucede-se em poucos dias. A leitura é mesmo muito rápida e, como é divertida, soube muito bem acordar com este livrinho.

Espero que o BookCrossing goste tanto como eu!

30.10.13

A Raposa Azul

A Raposa Azul
Sjón
2003
Romance

Um livrinho minúsculo. Comecei-o à hora de almoço (temos uma hora e meia para almoçar e eu demoro circa dez minutos...) e terminei-o pouco depois de entrar no autocarro para casa.

Primeiramente, uma nota sobre Sjón: é amigo da Bjork. Colabora com ela em letras de músicas e tudo o mais. Daí que não seja espantoso que ela recomende este livro. E realmente, combina perfeitamente com ela.

Passado na Islândia rural do século XIX, o livro é uma sucessão de imagens numa paisagem gelada que parece interminável. Há duas histórias: a de um padre que está a caçar uma raposa azul e a de um ervanário que adoptou uma rapariga com síndrome de down. No final, interligam-se, um momento verdadeiramente fascinante.

O momento que mais gostei foi o culminar da caçada, a conversa com a raposa. No final, ficamos sem perceber quem é o feiticeiro, se ele próprio que estava a enlouquecer com a neve ou se outra pessoa...

Realmente um "romance mágico". Gostava que depois de fazer a sua viagem pelo BookCrossing voltasse para mim para o emprestar a um amigo, mas tenho de pedir com muito jeitinhooo...!

Only the Ring Finger Knows 3 - The Ring Finger Falls Silent

Only the Ring Finger Knows 3 - The Ring Finger Falls Silent
Satoru Kannagi
2006
Light Novel
 
Para saberem mais sobre esta série, podem consultar o meu comentário ao Primeiro e Segundo Volumes.

Mais uma vez, seguimos as aventuras de Wataru e Yuiichi na sua estranha relação amorosa. Estranha não porque é uma relação homoerótica, mas porque os personagens se começam a revelar como ilógicos e inconsequentes. Neste volume são-nos apresentadas duas histórias com dois dilemas distintos. Numa, outro homem é colocado na equação, levando ao ciúme. Na outra, o segredo da relação é posto em perigo num festival escolar.

Até agora eu estava a conseguir aceitar as personagens, mas a partir deste volume começo a duvidar da minha capacidade de os aturar até ao fim da série (que fica completa com mais dois volumes). As histórias baseam-se numa sucessão de mal-entendidos que seriam resolvidos imediatamente se Wataru fosse sincero e se Yuuichi fosse bom da cabeça e não um controlador megalómano e infantil. Isto é, toda a aura que a autora queria transmitir, a qual sabemos a partir das notas finais que as Light Novels têm sempre no final de cada volume, é diametralmente oposta àquilo que os personagens são. Wataru é suposto ser simples e alegre. Yuuichi é suposto ser o elemento "cool" do par. As suas atitudes são exactamente o oposto. Wataru vive a vida cheio de medo que Yuuichi se possa desapontar, Yuuichi tem ar de que - se algum dia vierem à Europa casar-se - vai bater no namorado à mínima situação.

Este casal é a combinação perfeita para uma espiral negativa de violência doméstica!

Enfim, irei terminar a série para saber como raio ficará a situação, no final de tudo (vai acabar tudo em bem, mas serão felizes? É essa a minha dúvida), mas agora fa-lo-ei com estranheza.

28.10.13

À Espera No Centeio

À Espera no Centeio
J. D. Salinger
1951
Romance

Este livro foi-me oferecido pelo meu Stepfather, pelo meu aniversário (note-se: este senhor é apenas o marido da minha mãe, mas vive aqui e é uma boa pessoa, apesar de ser do Porto) Quando o recebi manifestei o meu interesse, mas dado que o livro não tinha um sumário, nem nas costas, nem nas abas, nem nada, não fazia ideia sobre o que era. Pensei "um romance antigo sobre agricultores no Mississipi", ou algo assim. Mas quando o fui ler, observei o título original.

"The Catcher in the Rye"

Este é o livro obrigatório nas aulas de Inglês dos miúdos americanos! Este é um livro essencial! Imaginem a minha felicidade, por ter recebido um livro essencial!

Não tem nada a ver com o que eu tinha imaginado. O livro relata o fim de semana de um jovem que foi expulso da escola. Nesse fim de semana ele embebeda-se e deprime. O livro é todo narrado por este personagem, com uma linguagem característica da juventude da época. O que é importante é precisamente a caracterização deste personagem: tal como todos os jovens adolescentes, acha-se especial, mais inteligente, mais maduro. Mas as coisas que lhe acontecem e a forma como lida com elas revela que ele é apenas mais um miúdo. Não evolui ao longo da narrativa, e mantém-se sempre firme nas suas opiniões, por vezes um pouco drásticas. Assim, este livro é a perfeita caracterização do adolescente, do adolescente revoltado, que ainda se mantém actual. Como adolescente revoltada que fui, compreendo isto perfeitamente.

A narrativa, além da linguagem característica, segue precisamente o pensamento do personagem, relativizando coisas que não são relevantes ("peguei num livro", "ele pôs a cara cheia de borbulhas na minha almofada") e utilizando-as como mote para falar de outras coisas, de memórias de pessoas e de lugares.

Li-o em duas assentadas (para não mentir e dizer que a li numa) e recomendo-o, sobretudo se forem adolescentes revoltados.

26.10.13

Os Amantes e Outros Contos

Os Amantes e Outros Contos
David Mourão-Ferreira
1968
Contos

De vez em quando, a  Editorial Presença faz uns descontos assim a dar para o fabuloso. Nomeadamente uma selecção de livros a três euros. Portanto, comprei este livrinho, porque já tinha ouvido o nome do autor em qualquer lado e aproveitei a oportunidade.

Baseada o prefácio, a minha expectativa rondava o negativo. O aujtor parecia muito petulante e convencido do seu próprio talento e eu não gosto disso, aprecio a humildade. Mas assim que comecei a ler os contos mudei de ideias: este autor pode e deve estar convencido do seu talento.

Identifiquei-me muito com estes contos, porque são precisamente o que eu gosto de ler e o que eu gosto de escrever. Passados num universo surreal, falam da morte, do amor, da envolvência entre os dois, da perda de identidade. Cada personagem é único e ainda assim são todos o mesmo. Todos eles sofrem o mesmo tipo de transformação e realização das suas limitações quando confrontados com a existência de uma série de mulheres, figuras enigmáticas e sensuais que parecem representar, mais do que a paixão ou o sexo, um mote para a mudança e para a admissão da nova situação, desesperada e fragmentada, do homem do qual cada história trata.

Os ambientes são repetitivos ao longo das histórias, mas de forma discreta, simbólica. São estes simbolismos que fazem com cada conto adquira um conteúdo único, apesar da linha condutora que os une a todos.

Isto vem muito melhor explicado, muito mais claro e escrito de forma mais adequada, no posfácio desta décima edição.

Um autor para partilhar e repetir.

O Amor Infinito Que Te Tenho

O Amor Infinito Que Te Tenho e Outras Histórias
Paulo Monteiro
2010
Banda Desenhada
Como vim a adquirir este livrinho, este álbum, merece uma explicação. Quando fomos à Kingpin descontar o prémio que tínhamos recebido no concurso de skits de cosplay do Anifest, podia ter comprado manga. Até havia um volume de uma colecção que estou a fazer (mais ou menos). Mas então olhei para a secção de BD portuguesa. E pensei... "Porque não?" Eu nunca tinha lido BD da nossa terra, li muito pouca BD no geral, não sei nada sobre isto. Assim, este comentário não tem uma avaliação numeral, uma classificação de 0 a 10, porque não sei como o classificar, não tenho muitos termos de comparação nem sei medir a qualidade de uma BD tão diferente do formato Manga a que estou habituada. Entendam, portanto, este comentário como uma opinião mais pessoal e objectiva do que o habitual.

Este álbum contém um conjunto de histórias curtas do prolífico e multi-facetado autor Paulo Monteiro, que aparenta ter feito de tudo um pouco ao longo da vida. São histórias muito íntimas em que o autor revela com muita sensibilidade uma parte integrante dos seus sentimentos e da sua vida, em que se revela sem pudor e sem vergonha da opinião alheia.

A narrativa é muito simples e muito poética, cada história é quase um poema ilustrado. O conteúdo é forte e arrepiante. Isto é valorizado pelo desenho, simples, de traços fortes, muitas vezes negro, uma viagem ao íntimo do homem, cheio de solidão e miséria.

As minhas histórias preferidas foram as duas primeiras.

Estou em dúvida se hei-de oferecer este pequeno livro a um apreciador de BD que eu conheço muito bem ou se apenas o empresto ou o quê... Mas acho que estou rendida à BD nacional. Tenho mais um álbum que comprei com o prémio para ler e aí decidirei se passarei a investir aqui ou não! De qualquer forma, este foi um achado maravilhoso.

Todas as Cores do Vento

Todas as Cores do Vento
Miguel Miranda
2012
Romance
Boa tarde. Encontro-me num quarto de hotel no Porto, a propósito da minha pós-graduação. Enfim, terminei de ler este livro no comboio alfa-pendular das sete da manhã. Decidi evitar os hostels a partir de agora, porque não consigo dormir e eu preciso mesmo de dormir. Não mais gemidos estranhos na cama de baixo!

Enfim, este livro é de um dos autores que esteve na Convenção do BookCrossing. Quando vi que no site alguém tinha acabado de o ler, insinuei-me para que mo emprestassem e.... Esta pessoa é mesmo uma querida, e possivelmente a que faz as actividades mais fofas do fórum, por isso em breve me chegou!

Esava com uma expectativa muito grande, porque o discurso do autor foi verdadeiramente apaixonante, mas devo confessar que me desapontou um pouco. A história e os personagens são muito interessantes e originais, num resultado muito engraçado de encontros, desencontros e mal-entendidos. O desenvolvimento do personagem principal é patente e fascinante, passando de poeta paranóico a pessoa independente e cheia de sucesso a partir de uma atitude que ele provavelmente não teria imaginado para si próprio.

No entanto, a forma de escrever pareceu-me exagerada e pouco adequada. Existem muitas palavras estranhas que parecem estar ali só por estar e a repetição de alguns conceitos exagerada, provavelmente devido a acidente (nomeadamente, a palavra "abjecto").

Ainda assim a história é muito engraçada e é um autor que vale a pena ler.

25.10.13

Antes de Adormecer

Antes de Adormecer
S. J. Watson
2011
Policial

Este livro tinha um limite de um mês para ser lido, imposto pela sua dona no BookCrossing (faz sentido, porque se não sabemos de um livro durante muito tempo ficamos muito preocupados. Como eu sei!...). Estava com medo de ultrapassar o limite, mas num dia comecei e acabei o livro!

Este é um policial de uma perspectiva muito original: a personagem principal, que escreve um diário que nos é dado a conhecer, sofre de amnésia. Não uma amnésia qualquer: todos os dias, assim que acorda, ela esquece-se de tudo o que viveu. Para ela, cada dia é um dia novo. Como o tipo do Memento, mas um bocadinho melhor porque ela se consegue lembrar do dia todo, com sorte. Ao longo do diário ela vai conseguindo melhorar e todos os dias ela lê-lo (o médico telefona-lhe a lembrar-lhe) e fica a saber o que viveu até ali. Nesse dia, acrescenta novas coisas que aprendeu.

O livro é todo muito estranho e um pouco repetitivo, porque ela aprende as mesmas coisas uma e outra vez, mas o twist final é fascinante. Só nos apercebemos que está alguma coisa errada mesmo no fim, embora eu tenha suposto várias teorias. A minha teoria final foi aquela que venceu! Realmente eu tenho muito jeito para policiais.... Hehe.

O livro revela um grande conhecimento sobre a doença, que pelos vistos é mais comum do que eu poderia pensar e está escrito de uma maneira envolvente que não nos deixa parar de ler.

Gostei bastante e fico feliz por me ter envolvido tanto, porque assim não ultrapassei o tempo limite!

A Fuga

A Fuga
Carolyn Jessop com Laura Palmer
2007
Auto-biografia
Escrevo isto do meu local de trabalho, onde desfruto de uma hora e meia de almoço (que tenho passado a ler). Tem sido muito giro, mas cansativo, e ultimamente tenho chegado a casa e vou logo dormir. Mas como estou com uma conjuntivite e não posso conduzir (porque não tenho óculos de sol graduados) tenho lido muito. É muito tempo de transportes, mas vale a pena.

Este livro apareceu no BookCrossing e ao início estava com dúvidas sobre se me haveria de inscrever para o ler ou não. Depois pensei que conhecer estas situações nunca é demais. O que são estas situações? Este livro é a auto-biografia de uma mulher que fugiu de uma seita religiosa radical (Santos dos Últimos Dias ou algo do género, para ser sincera não consegui apanhar muito bem o nome: aparecia sempre em sigla) que praticava a poligamia. Esta mulher casou aos dezoito anos com um homem de cinquenta e dois e teve oito filhos. Este homem tinha outras duas mulheres e foi arranjando mais e mais.

Este relato quase não parece real. É estranho e assustador que possam existir pessoas a viver assim nos dias de hoje. Ninguém tem direitos, o profeta pode tirar as famílias às pessoas conforme lhe apetece, as mulheres são maltratadas, as crianças são maltratadas, é uma loucura. São pessoas que vivem no passado, não têm informação, não têm acesso à realidade do mundo exterior, que acreditam ser composto de pessoas más que os querem impedir de ascender ao céu. Os profetas foram passando e o último era o mais louco de todos. Por exemplo, um dia apeteceu-lhe que não gostava mais de vermelho. Então toda a gente da comunidade teve de deitar as coisas vermelhas fora. Impressionou-me muito também terem abatido todos os cães e terem assassinado uma vaca com uma serra eléctrica para "ensinar a sobreviver no meio selvagem". 

Todo o livro é caso para dizer "mas que raio". Ou melhor "watafak".

É um livro valioso porque conta como as pessoas vivem neste universo paralelo, completamente fechado. E é um relato importante pois prova que pessoas com coragem e determinação podem fugir à tortura física e psicológica e que conseguem fazer valer os seus direitos.

Fiquei muito impressionada. Já me disseram que nem todos os Santos dos Últimos Dias são esta seita e que nem todos os Mórmones são esta seita. Acredito que isto só exista na América, que é o campo de cultivo de pessoas malucas que temos no mundo. Acredito também que este livro tenha ajudado a acabar com esta loucura. Vale a pena ler, por uma questão meramente informativa. Fascina-me e horroriza-me como as pessoas são capazes de fazer coisas tão más umas às outras...

20.10.13

A Sombra do Vento

A Sombra do Vento
Carlos Ruiz Zafón
2001
Romance

Este livro foi recebido numa ocasião especial, por ofertante especial e acabou por se tornar muito especial também. Tem uma dedicatória muito fofinha para mim e tudo <3

Este é um livro sobre um livro. Aliás, sobre as aventuras que um livro provoca. Daniel é um rapazinho órfão de mão, filho de um livreiro. Por ocasião do seu décimo aniversário o pai leva-o a um local chamado "Cemitério dos Livros Esquecidos", onde estão livros proibidos e desaparecidos, guardados num sítio onde não lhes podem fazer mal. Daniel escolhe o livro "A Sombra do Vento" e enceta mais tarde uma busca por Carax, o autor do livro. E aí há muitas personagens e muitas histórias que se cruzam numa teia brilhante.

A história é fascinante, mas não funcionaria se as personagens não fossem tão fortes. Cada uma tem uma linguagem própria que as distingue e torna únicas. E a forma como os diálogos estão escritos acaba por se tornar muito engraçada. O meu preferido foi Fermín que, por detrás de toda a verborreia, se tornou num personagem de lealdade notável em todos os aspectos.

O livro está muito bem escrito e merece sem dúvida a sua posição de Best-Seller. Foi um prazer lê-lo e faria-o circular se não me tivesse sido oferecido. Ainda assim recomendo-o!


O Experimentar Na M'incomoda

O Experimentar Na M'incomoda
Concerto
Esta era a banda que, quando íamos a casa de um certo amigo, era colocada no final e toda a gente se ia embora. Demasiado atrofiante. Por isso, como experimentar na m'incomoda, fui ao concerto que deram a propósito de um festival de coisas tradicionais organizado por um banco, no Museu de Arte Popular em Belém.

Começa tudo de forma estranha, porque afinal de contas estamos num museu. As voluntárias, coitadinhas, nem sequer sabiam que ia haver concerto, mas eram simpáticas. Talvez se contratassem estas pessoas pela competência e não pelo aspecto beto da cara tudo corresse melhor. Enfim, lá se iniciou o concerto. Entrámos um pouco mais tarde e ainda conseguimos sacar uns copos de vinho com vinho a uma moça oficial.

Esta banda é muito bizarra, mas é um bizarro que perturba, assusta e agrada, tudo ao mesmo tempo. O conceito é simples: pegar em canções tradicionais dos Açores e colocar-lhes algo de eléctrico em cima. O resultado é uma sonoridade cheia de texturas, que nos leva para um universo paralelo, o universo de uma ilha onde está sempre nevoeiro, um lugar de isolamento e meditação onde, sem dúvida, há monstros lendários e onde se podem viver aventuras estranhas todos os dias.

Para ouvirem tudo, podem ir ao Bandcamp da banda, aqui. E fiquem com um exemplo:



Quanto ao concerto em si, achei que talvez faltasse uma certa presença em palco. Houve erros surpreendentes, quer da parte deles quer da parte dos técnicos. Mas a presença da Mitó (vocalista d'A Naifa) foi perfeita e ainda bem que ela foi convidada. Gostaria de voltar a ver um destes concertos, talvez num lugar melhor e com mais gente no público.

Fomos aos Açores e voltámos, foi uma grande aventura!


14.10.13

Macross

Macross
Ishiguro Noboru - Artland
Anime - 36 Episódios
1982
6 em 10

Tal como estou com um projecto de Gandamu entre mãos (ver todos), sempre pensei em ter um projecto de Macross, exactamente igual. No entanto, comecei errado. Comecei pelo Zero e pelo Plus, seguidos de Do You Remember Love. Desisti do projecto. Entretanto, colocou-se esta ocasião, a de ver o Macross original. E foi bastante divertido!

Uma nave espacial gigante foi parar à Terra. Depois de reconstruída foi parar a Plutão. E esse pequeno universo ambulante parte de volta a esse planeta entre Vénus e Marte, interrompida frequentemente por toques alienígenas, sendo que os aliens são gigantes. Mas isto é só a justificação para acontecer uma história de amor entre Minmay, uma estrela pop futurista, e Hikaru, um piloto de mechas. O resultado final é uma novela melodramática com toques de humor que me fizeram aumentar o valor da avaliação em um (ou dois) pontos. Não se percebe se o humor é propositado ou não, mas funciona muito. Como explicar a aliens como se fazem bebés. Como Minmay a cantar para aliens. Enfim, tudo o que tem os aliens é hilariante.

Os personagens não podiam ser mais vazios e irritantes, com destaque especial para Minmay. Minmay é o protótipo da "mocinha", a Mary Sue perfeita, a pessoa no universo do anime a quem mais apetece encher a cara de estalos. A evolução dos personagens é simplesmente aquela que ocorre num quadrado amoroso, de uma simplicidade extrema. Nesse aspecto, por mais aborrecido que tenha sido, Do You Remember Love (que é uma versão alternativa desta história, condensada e ligeiramente alterada) faz um melhor trabalho.

A animação está bastante boa para a época, apesar de requerer um pouco de mais detalhe na maquinaria. No entanto, consideremos que a maquinaria, o mecha, não é a parte importante desta história. De todo. Os designs dos personagens têm o charme dos oitentas, pois só neles pessoas do futuro usariam coletes de camurça com franjas.

O ponto forte do anime é a música. Minmay é uma cantora e canta umas três ou quatro músicas diferentes, que têm todas elas aquela sonoridade característica do pop vintage. Foleiras mas maneiras! No entanto, acabam por ser um pouco repetitivas, já que são sempre as mesmas. Já no final, essas músicas acabam substituídas por efeitos sonoros, pela "evolução" da personagem. O tema de abertura e de fim são do mais foleiro que existe: adoro!

Este anime é um clássico. Mas não é um bom anime. Divertido? Com toda a certeza.

Iberanime OPO 2013

Iberanime OPO 2013
Evento
Apesar de ter ido a todos os Iberanimes de Lisboa, nunca tinha ido ao do Porto. A ideia inicial era ir ao WCS, mas fatosnãoprontosatemponemdeperto. Por isso, não ia, mais um ano. No entanto... Surgiu a oportunidade de participar num grupo para o concurso de grupos! Foi uma experiência interessante e a oportunidade de experimentar o maior evento do Porto!

Agora vamos dizer a verdade. Tal como em Lisboa, exactamente tal como em Lisboa, o "maior" não equivale ao "melhor". Mas vou contar a história desde o início para tudo fazer mais sentido.

Partimos de Lisboa, eu e a Hota, para chegar ao hostel escolhido desta vez e descobrirmos que eu, na minha elevadíssima capacidade de me falharem detalhes importantes, tinha marcado a reserva para a semana seguinte. Lá tinham uma cama para nós, mas a primeira noite teve de ser partilhada. No nosso quarto estava um senhor de mais idade que aparentava ser completamente louco, pois não nos deixou dormir praguejando "motherfuckers cocksuckers these fucking people motherfuckers", além de ventosidades orais e anais que expeliu durante toda a noite. Assim, sem uma pinga de sono em cima, me dirigi para o IA! Shuttle, que partiria do Estádio do Dragão até Gondomar.

Porque sim: o evento do Porto é em Gondomar. A razão não me transcende especialmente, suponho que seja para ter um espaço maior e mais barato. Mas não é nada inteligente ou útil para quem veio de transportes, como se veio a revelar no dia seguinte em que houve que transportar malas.

Pelo caminho apanhámos a Fuinha, a minha amiga cintilante que veio de São Paulo estudar para o Porto.

Lá chegadas, observação do espaço. Em tudo igual ao de Lisboa. As mesmas bancas com as mesmas lojas, a mesma coisa rodopiante do canal Panda, um espaço enorme da Nintendo com demonstrações de Pokémon. Os artistas, que são bons artistas, tinham um cantinho minúsculo. Mais interessantes eram as bancas de cultura Japonesa. O espaço estava mal sinalizado, mas tinha três palcos: o A - dos concursos importantes - o B - dos workshops - e o de karaoke - para o karalhoke. O som dos dois últimos misturava-se e confundia-se, ouvindo-se o sonoro tremendo e pavoroso do karalhoke por todo o lado. Acho que o espaço poderia ter sido melhor aproveitado, porque havia muitos lugares onde não estava ninguém versus muitos lugares onde não se podia dar um passo.

Como não havia nada de interessante para ver, excepto talvez o workshop de cosplay da Calssara que apanhámos a meio, decidimos procurar um restaurante e comer, para depois voltar e marcar lugar para ver o tão esperado WCS. Note-se que, pessoalmente, acho que os workshops oferecidos eram muito interessantes. No entanto o espaço não era adequado a um workshop ou uma palestra ou o que quer que fosse, porque estava sempre a passar gente e era muito ruidoso. Assim, acabei por não ver workshop nenhum, mas tive alguma pena. Sobretudo o das fanfictions, porque - enfim - gosto de escrever.

Uma omelete de queijo depois, após atribulado passeio por Gondomar, instalamo-nos na primeira fila do Palco A. Portanto, assistimos aos AMVs finais, ao concurso de Kamehamehas e Fusões e só depois ao WCS. Quanto aos AMVs, não posso dizer grande coisa porque não percebo nada das técnicas, apenas os sei apreciar visualmente. Dos que vi, gostei de todos, mas não gostei nada do que venceu (só passou um bocadinho). Mas bem, como não entendo é tudo uma questão de gostos pessoais. Nota para quem faz AMVs: os spoilers não são bacanudos. A Fuinha estava aterrorizada com o concurso de Kamehamehas. Pessoalmente, acho este o concurso mais inútil e menos original de sempre. Neste que vimos, havia um gajo que só sabia cair, uma titoa com a piada da batata e um puto fofo... E sim, é tudo igual. Ainda vou a um destes concursos recitar um motherfucking poema com tanto poder que nem sequer vai preciso gritar para matar o Cell.

Finalmente, o WCS. Tenho muita pena, mas mesmo muita pena, mas foi muito fraquinho. Talvez tivesse as expectativas demasiado altas. Mas creio que é mais fácil falar dos sukitos um a um. Fatos não é do meu entendimento, mas acho que estavam todos entre o muito bom e o bastante bom. Nas performances é que a coisa não estava assim tão equilibrada. Vamos vê-las, cortesia da Hota.

Skits World Cosplay Summit
(com alguns comentários de intenção construtiva)

Erro nojento da parte do evento ao cortarem as falas com a musiquinha. Ainda assim percebia-se bem o que se passava. O conceito está giro, gostei muito do pássaro, mas passaram demasiado tempo atrás do cenário.

Cenários interessantes, mas o resultado foi extremamente confuso

Sem dúvida o melhor skit, muito bem pensado e bem executado. Talvez outro tipo de sapato tivesse facilitado os movimentos. Achei excelente a ideia de ser uma das personagens a tapar as mudanças da outra. A luta talvez pudesse ter resultado um bocadinho melhor não fossem as limitações dos fatos. Parabéns! Vencedoras evidentes e unânimes!

Engraçado o gajo estar a beber de uma garrafa com o Mascarado, mas no final não se percebeu muito bem o que fez o poder da lua. Depois explicaram-me que era para o afastar, mas eu pensei que era para o curar da buba.

Engraçadinho, apesar de igual ao vídeo. Acho que teria contribuído muito para as vossas possibilidades um fato de mascote para o porco.

Terá sido a primeira vez que estas moças participaram num concurso para não terem gravado as vozes? Não se percebia se estavam a fazer o skit ou se estavam mesmo a discutir uma com a outra, não se percebeu mesmo nada. Fica a nota: para a próxima têm de gravar as vozes no audio, porque em eventos de anime os palcos não funcionam da mesma maneira.... Ainda assim foi expressivo, tanto que não se sabia se era real ou se era a fingir (a discussão)

Com este desapontamento nas costas, acabámos por deixar o evento passado pouco tempo. No hostel, jantei umas belíssimas pataniscas (mas tinha de se pagar para repetir!) e conhecemos um fã de anime que não sabia que existiam eventos. Além de uma brasileira da minha terra e de uma americana que desconhecia as teorias da conspiração sobre as guerras provocadas pelo seu país. Algures durante este convívio descobri que a minha cama tinha sido possuída por um gajo muito alto que não percebia inglês (mas coitadinho, até era simpático)

Entretanto tinha recebido mensagens múltiplas da encarregada do grupo de cosplay com que ia participar, informando que tinha de lá estar às 8:30 da manhã. Ora, como é que isto é possível se o primeiro Shuttle era às 9:30? Enfim, consegui chegar ainda antes delas, consegui entrar grátis (o que foi bom, porque no Sábado tinha entrado gratuitamente com um bilhete que tinha ganho num passatempo do Anime Portugal) e conseguimos ensaiar. Porque, REVELAÇÃO, elas são do Porto. Na manhã antes do concurso foi o único momento em que ensaiámos juntas. Enfim, foi complicado... Ao início éramos seis. Depois passámos a quatro. No final éramos só três. Isso não impediu que fôssemos paradas para fotos de três em três minutos (três sailors é uma sailor) e não nos impediu de ensaiar. Encontrámos um sítio discreto (era para ser na rua, mas a chuva não ajudou) e apesar de eu ter praticamente desistido de ensaiar nos últimos dias, conseguimos acertar a coreografia e ainda fazer algumas alterações no skit, dado o facto de três dos elementos terem desaparecido de repente. Agora, outra REVELAÇÃO: eu não sei dançar. É facto consumado. Eu sou uma taralhoca, troco-me toda por todos os lados. Mas consegui, e estou mesmo orgulhosa de mim própria, enganar-me apenas duas vezes no momento chave, que foi o do concurso! Peço desculpa às minhas queridas parceiras por me ter enganado, mas fiquei mesmo feliz por ter conseguido acertar no resto. Assim que os encontrar online, farei um comentário de intenção construtiva para todos os skits.

Eu não vi nenhum skit, nem no backstage nem fora dele. Aliás, tive de pedir para sermos as primeiras no concurso, pois tinha de me ir embora para poder chegar cedo a casa e dormir bem. Hoje foi o meu primeiro dia de trabalho!

OHMEUDEUS! ACABO DE RECEBER A NOTÍCIA DE QUE FICÁMOS EM SEGUNDO LUGAR! ESTOU CHOCADA! ESTOU FELIZ! OHCÉUS!

Enfim, tudo isto significa, agora ainda mais, que gostei mais de Domingo do que de Sábado. Passámos um bom tempo no convívio, apesar da chuva, ainda fui às compras com a Fuinha em cosplay (o que resultou numa boa foto com uma papaia), comi muito mal (800 kilocalorias de bolachas de arroz e chocolate) mas fiquei bem no final, ainda consegui comprar umas coisinhas e cheguei a casa para dormir que nem um pedregulho cheio de musgo. No Sábado também houve um momento muito engraçado, que foi conhecer o André Tornado, autor de várias fanfictions e conhecido da Fuinha. Foi muito simpático e fiquei de lhe enviar as minhas histórias para ter um comentário de alguém que sabe escrever. Só li uma fanfiction dele (que gostei mas houve um detalhe que não gostei), mas trouxe uma data delas mais um original com dedicatória para experimentar mais.

Falando em compras, o meu loot deste evento foi: um gancho de origami em forma de borboleta, lindíssimo (e mais uma caixinha também muito bonita), um phone-strap com um carvãozinho da Ghibli (que tem ar de ser frágil, acho que não vai durar muito tempo no meu telemóvel) e um desenho do Light Bicha de Death Note:



E agora, o momento pelo qual todos esperavam... Fotos!

(Algumas) Fotos de Ambos os Dias








Em resumo: o maior nem sempre é o melhor. Nem por isso deixa de ser engraçado. Vi muitas pessoas de quem gosto e conheci pessoas novas também. Foi divertido aprender a dançar e talvez isto me inspire para me exercitar mais, haha. Não sei se voltarei ao Iberanime a menos que haja uma boa razão (como participar num concurso, s

10.10.13

Nekomonogatari: Kuro

Nekomonogatari: Kuro
Shinbou Akiyuki - Shaft
Anime - 4 Episódios
2012
6 em 10

Antes de começar, uma revelação. Eu não gostei nada, mesmo nada, de Bakemonogatari. Então, porque fui eu ver a prequela? Uma razão simples: estava no clube dos elitistas para ser discutido e só tinha quatro episódios. Por isso, porque não? Podem detestar-me por este comentário, mas devido à qualidade da discussão em causa, vou tentar ser o mais directa possível e esquecer o quanto desgostei dos bakemonos.

É inevitável fazer uma comparação. Mas devo dizer que gostei mais deste do que dos bakemonos. Esse, para mim, foi um esforço pseudo-artístico para esconder uma falta flagrante de conteúdo útil. Nos nekomonos isso não acontece em tão grande escala, o que é uma coisa excelente. Vamos por partes.

Arte: uso extenso, mas não exagerado, de elementos artísticos que podem parecer pretensiosos. Creio que em Nekomono conseguiram funcionar, apesar de não aparentarem ter qualquer tipo de função sem ser... Bem, estarem lá. Há quem argumente que funcionam como metrónomo para o ritmo da narrativa, mas tenho de discordar, pois ela está lá quer haja painéis coloridos quer não. Achei a utilização de perspectivas absolutamente atroz, por causa da mudança inusitada das características dos designs das personagens e exagero na aparição de narinas. O fanservice pareceu-me inútil e mal-aplicado, muitas vezes desapropriado, apesar de não estar deselegante de todo.

História e Personagens: Confesso que já não me recordo da história de Bakemono, nem dos personagens, pelo que não sou capaz de estabelecer relação entre esses e os desta história. A verdade é que a narrativa é muito simples, apesar de estar disfarçada sob um manto de complexidade no diálogo. Este, é inócuo e inconsequente. Aliado ao factor arte, o resultado final é um anime que peca pela falta de massa e volume, apesar de estar mascarado com uma série de coisas que nada mais fazem se não distrair o visionante do que, precisamente, está em falta.

Música: Ao contrário de tudo o resto, pareceu-me excelente. A OP é fascinante, a ED está bastante boa e no parênquima temos efeitos sonoros que funcionam muito bem em conjugação com a arte (se a aceitarmos como válida, o que eu estou a fazer para o caso)

Assim, no geral, pareceu-me superior aos bakemonos, mas estão presentes as mesmas falhas. Ainda assim, não o senti tão pretensioso como estava à espera, pelo que acabou por ser uma experiência inesperada e quase positiva.

Pokemon: The Origin

Pokemon: The Origin
Kawasaki Itsuro - Production I.G.
Anime Special - 4 Episódios
2013
7 em 10

Pokemon foi uma parte muito importante da minha vida durante muito tempo. Bem, talvez não tanto como a maioria dos leitores deste espaço... Joguei todos os jogos até ao Crystal. Depois mudou a consola (de Colour para Advance) e os meus pais não me deram a nova e deixei de jogar. Assim, este pequeno special foi também muito importante para mim. Porque. A nostalgia. A bater. Como uma onda. Morna. NOSTALGIA!

Pela primeira vez, um anime de Pokemon segue a história do jogo à risca. Red (eu joguei o Azul, boo) tem um charmander que vai evoluindo, vai ganhando as medalhas nos ginásios, luta contra a Team Rocket... Bem, todos sabemos a história. O agradável deste anime é que fala precisamente do que me farto de dizer: o amor e a amizade pelos nossos pokemons. Parece que hoje em dia os jogos já não são sobre ter estes bicharocos e lutar com eles e evoluir com eles, mas sim uma coisa matemática e exacta. O objectivo passou ser acabar o jogo de forma perfeita, com uma estratégia rígida. Nada de amizade pelos nossos bicharocos virtuais. E o special The Origin demonstra que esse não é e nunca terá sido o objectivo do jogo. Afinal... Eu tinha razão!

A animação pareceu-me inconsistente, com momentos excelentes (as lutas principais) e momentos bastante fracos. O design quadrangular não ajuda. No entanto, capta a natureza do jogo perfeitamente, em toda a sua simplicidade.

A música é a do jogo, o que torna todos os momentos ainda mais nostálgicos.

Foi uma pena que durasse tão pouco tempo, porque é um jogo demasiado grande e complexo para se reduzir a uma hora e meia de narrativa.

Ainda assim, recomendo a todos os que tenham tido (ou ainda tenham) a paixão pelos monstros de bolso!

9.10.13

Os Rodopios da Vida

Sou eu e o Moamô :)

A vida é uma coisa. É uma coisa que gira. Gira com dramas, gira com coisas boas, gira e rodopia, pula e avança, etc. Hoje utilizo este espaço para anunciar um rodopio na minha vida.
Preparados?

Passa-se que arranjei trabalho! Pois é, afinal tirar um curso em que nunca me apetecia estudar valeu a pena! Não é um "emprego", é apenas um estágio profissional de um ano. Mas é remunerado. Vou ter um horário jeitoso de cinco dias por semana e sim, é na minha área, a veterinária. O que é que isto significa, nos parâmetros deste blog?
  • Vou de carro, por isso vou ler menos
  • Vou estar a trabalhar, por isso vou ver menos anime; acompanhar os semanais já vai ser difícil por si só
  • Vou ter menos tempo livre, porque os fins de semana estarão reservados para aproveitar o tempo com as pessoas de quem gosto; por isso, vou demorar mais tempo a fazer cosplays
  • Espero não deixar de ir a todos os eventos possíveis, mas aqueles fora de Lisboa deixarão de ser uma prioridade forte
É mais do que evidente que os hobbies são uma coisa muito forte. Ver anime é uma parte muito importante da minha vida, tal como o é ler, tal como o é fazer sukitos de cosplay. Não vou deixar de os fazer, espero nunca abandonar estes elementos que são e foram tão importantes na minha vida, mas vou ter de reduzir. Não é que eu queira, mas o tempo não o permite. Por isso, espero que me perdoem se as actualizações deste espaço forem menos frequentes. Tentarei manter a qualidade habitual (não muita nem pouca... Neutra!), mas quantitativamente será impossível.

Mas! Mas! Sabiam que um veterinário nunca na vida deixa de estudar? Pois é... Estão sempre a sair novidades sobre coisas que se descobriram, coisas novas que se fizeram, estamos sempre a aprender e estamos sempre a estudar. E uma coisa garanto: nunca na vida acaba o sentimento de não apetecer... Por isso

Não Me Apetece Estudar continuará a ser o nome dado à partilha das coisas que faço quando Não Me Apetece Estudar!

Isto incluído

Vou aproveitar esta ocasião em que estamos a rodopiar para fazer um ponto de situação do estado deste blog.
Durante o último ano ganhámos dezassete seguidores, perfazendo um número total de vinte e sete ornintorrincos bebés encantadores! Viva!

Pensei em fazer uma festa de aniversário como a do ano passado (estou agora numa situação de número par bastante desagradável), mas o dar-embora (giveaway) da festa anterior não correu muito bem. Apesar dos meus esforços, apenas uma pessoa respondeu ao chamado e apenas uma pessoa recebeu o seu prémio. Quem quiser um caixote de dvds com anime gravado faça o favor de me enviar a sua morada, pois ofereço-os com todo o gosto. Assim terão a vossa oportunidade de ver todo o Gundam existente até aos 00s! Aproveitem, é único! 8D

Este blog pode ser acompanhado também no Twitter. Também é o meu Twitter pessoal, mas eu quase não o uso para mais nada, porque não percebo muito bem como funciona, apesar de já o ter há anos. Podem segui-lo em @ladyxzeus

Mudei o nome de apresentação para o meu nickname completo, dado que "Lady" já não traduz muito bem a pessoa que sou. A maioria dos meus amigos online chama-me Zeus (ou mesmo X) e os amigos reais chamam-me pelo nome real. Assim, ladyxzeus é o melhor nome para mim. Além de que é único, só encontro coisas minhas se o procurar no google... Já o tenho há mais de quinze anos, foi o meu primeiro nickname nos primórdios da internet, quando ela ainda fazia SHRIEEEAKSGASFAS

E agora uma novidade! Ou duas.

Primeira: decidi expandir a plataforma para o Tumblr. Agora podem ver mais coisas estranhas em naomeapeteceestudar.tumblr.com Neste local partilho coisas sobre animais, animais fofos, coisas sobre veterinária e os desenhos que faço quando estou em aulas ou congressos e não estou com atenção.

Segunda: para facilitar e como o facto está a ganhar popularidade, decidi fazer um cartão de visita. Desta forma é mais fácil para todas as pessoas a quem eu tiro fotos nos eventos (não muito boas, mas aceitáveis e, sobretudo, uma recordação) encontrarem as suas fotos. Também mais fácil para as pessoas que me tiram fotos mas poderem enviar e eu manter essa referência no Cosplay Portfolio. Olhem tã giro que ele é!

Espero que não tomem este cartão como uma coisa convencida ou armada em carapau de corrida, porque não é. É simplesmente para facilitar, cosplayers fazem-no em todo o mundo, sobretudo no Japão. Acredito que é uma boa maneira de estabelecer contacto, fazer novos conhecimentos e fazer novos amigos, além de partilhar informação que pode ser útil (como tutoriais ou técnicas)

Aproveito também para anunciar que não está nos planos uma página de Facebook, apesar de já mo terem sugerido e pedido algumas vezes. Não considero o Facebook uma boa plataforma para este tipo de conteúdo, pois a informação perde-se rapidamente. Talvez mais tarde, se atingirmos outra proporção. Coisa que duvido, graças às minhas novas limitações. No entanto, está nos planos a criação de outra plataforma complementar, para recomendar música. Ainda está num planeamento muito inicial, mas se sair alguma coisa vai ser giro. =D

Ah sim, repararam que eu tenho usado às vezes assim de vez em quando uns sons estranhos nos meus sukitos? Fazem parte de um outro projecto que será anunciado a seu tempo, com os meus mais amigos. :)

E assim vos deixo. A vida rodopia e é boa. Desde que estejamos com pessoas que gostamos, a fazer as coisas que gostamos... E eu acho que estou nesse nível. Fiquem com esta música, porque....

Nada Pode Me Parar Agora!

Myra

Myra
Maria Velho da Costa
2008
Romance

Recebi este livro numa prenda do BookCrossing com o tema "Animais", juntamente com o Cat Stories. Os comentários no site não eram muito positivos, mas não posso dizer que tenha desgostado.

É um livro triste sobre uma rapariga russa que veio para Portugal com os pais e sempre viveu na miséria. Decide fugir à procura do caminho de volta para a sua terra, para a sua avó, e encontra Rambo, um cão de luta que também precisa de fugir de uma vida precária. Caminham pelos campos junto ao mar e conhecem várias pessoas, cada uma oferecendo um novo tipo de visão para a vida de Myra, que tem muitos nomes, um para cada pessoa que encontra.

Cada história individual, a história das pessoas, tem o seu interesse. Gostei sobretudo da história do velho cego na casinha ao pé da praia. No entanto, os diálogos são um pouco desajustados, a maioria com uma complexidade demasiado madura para a idade de Myra (por mais inteligente que ela seja). Também é um pouco confuso distinguir os diálogos verdadeiros, de travessão, dos diálogos internos ou imaginários ou ouvidos por trás da porta, sem travessão. Além do mais, o tipo de linguagem usado pelos vários tipos de pessoa revela uma certa ignorância sobre os tipos de pessoa. Sobretudo a mitra maligna.

O livro vem acompanhado de um conjunto de pinturas que ilustram a primeira parte da história, o encontro de Myra com Rambo, da autoria de Ilda David, que são obras muito interessantes, que complementam a história com uma certa emotividade, como se os sentimentos fossem uma tempestade.

Talvez esta história precisasse de um final feliz. O cão merecia.

8.10.13

Primavera, Verão, Outono, Inverno... E Primavera

Primavera, Verão, Outono, Inverno... E Primavera
Ki-Duk Kim
Filme
2003
7 em 10

Depois de um dia a manifestar-nos pela paz, e de (re)ver o Quinto Filme de Kara no Kyoukai porque não um momento um pouco mais espiritual?

Este filme coreano trata de um templo budista no meio de um lago. O mestre tem um pupilo e as estações do ano vão passando, mostrando a vida do pupilo. Primavera, é educado a proteger e a amar. Verão, descobre a luxúria e o amor. Outono, cede à pressão. Inverno, regressa para se descobrir. Primavera, o ciclo recomeça.

É um filme muito bonito, com paisagens de um lugar idílico que, existindo, nem cabe nos nossos sonhos. Não me importava nada de ter uma casinha daquelas, a flutuar na água. É um filme cheio de simbolismos que nos remetem para a busca da perfeição pessoal, para o encontro do caminho da luz do budismo. No fundo, é uma história sobre a vida e sobre como a espiritualidade nos pode salvar.

Toda a narrativa é de paz constante, mesmo nos momentos de tensão. É impossível parar de ver, como custou interromper para as necessidades mais básicas!, é impossível não sermos arrastados para este lugar e não nos sentirmos inspirados a procurá-lo dentro de nós.

Recomendo-o muito, sobretudo depois de manifestação pela paz.

4.10.13

Feitiços de Amor

Feitiços de Amor
Barbara Bretton
2008
Romance

Confesso que não estava mesmo nada à espera deste livro. Por vezes no BookCrossing aparecem surpresas e uma delas foi um ring em que ninguém sabia qual era o livro em questão. Era este. Quando o recebi fiquei, como se costuma dizer, completamente à nora. Não fazia ideia porque razão haveria de ter pedido um livro destes! Até que fui ver da surpresa. Ah, tudo esclarecido.

Eu não costumo gostar muito de livros de autores que aos 50 anos já publicaram quarenta romances. Autores profissionais, digamos assim. Um livro por ano parece-me um pouco abusivo e um livro por ano não pode significar que o livro seja extraordinário, a menos que o autor seja extraordinário. O que não é vulgar. Este romancezinho até é engraçadinho, mas não tem a parte do extra.

Sugar Maple é uma terriola saída de um postal de Natal em que toda a gente tem poderes mágicos. Toda a gente menos a pessoa que precisava mesmo de ter poderes mágicos, Chloe de seu nome. Chloe tem uma loja de articos de tricot chiques e muitos gatos. E não tem poderes mágicos, mas precisava deles porque a sua família tem a função de proteger a cidade contra olhares alheios e impedir que haja crimes e acidentes. Quando acontece um crime e aparece um polícia jeitoso vindo da metrópole, tudo muda.

É uma historieta de amor em que todos os componentes parecem incompletos. O componente da magia é muito pouco desenvolvido, ficamos a saber muito pouco dos hábitos de uma cidade tão interessante. O componente do tricot (apesar de me ter dado uma certa inspiração para voltar ao meu cosplay de Utena que está ali parado dentro do cesto dos projectos) revela pouco estudo da parte da autora. Aliás, o seu estudo - segundo a parte final do livro - parece resumir-se a uma consulta rápida a blogues de tricotar. O componente dos gatos é infeliz, sobretudo para mim que sei muitas coisas sobre a referida espécie. O único elemento que parece ter algum desenvolvimento é o da fofoquice feminina.

A escrita é divertida e directa, apesar de ter muitas referências exclusivamente americanas que me levam a pensar porque raio haveriam de traduzir o livro. Aliás, a história parecia mais uma série com pouca produção do AXN do que a de um livro.

Tudo está bem quando acaba bem, mas não é uma autora a repetir (nem uma aventura a repetir, se calhar... Se calhar não!)

3.10.13

The Help

The Help
Kathryn Stockett
2009
Romance

Tinha curiosidade em ver o filme, mas já que apareceu o livro no BookCrossing... Porque não começar pela leitura?

É um livro muito interessante, sobre as criadas negras do Mississipi no anos 50-60. Tudo começa quando Skeeter decide escrever um livro sobre as criadas, com a sua ajuda. Juntas, acabam por formar uma estranha amizade e lutar contra a maldade e o racismo das outras mulheres de Jackson, uma pequena vila conservadora.

O encanto está nos personagens, que têm uma voz muito própria, cada uma com um tipo de escrita única que as distingue mesmo sem ler os nomes que estão por cima dos capítulos. Confesso que só reparei neles muito mais tarde. As narradoras são Aibileen, mais velha, mais cuidadosa e aquela que mais ajuda na construção desse livro secreto, Minny, uma criada respondona que encontrou lugar junto a uma estranha "senhora branca", e Miss Skeeter, a escritora que começa a compreender como é a vida das criadas e essa dicotomia de amor entre classes que, por esta altura, eram completamente distintas. Admito que a minha preferida foi Skeeter.

A história desenvolve-se com muito humor, mas também com um toque de realidade que nos faz pensar "será que isto aconteceu mesmo". O final é feliz para uns, menos bom para outros, mas quase que me fez chorar. E confesso também que foi a Skeeter que me fez mais feliz no final. Talvez porque tenha sido com ela que me identifiquei mais.

Este livro dá uma perspectiva diferente ao problema racial nos Estados Unidos e recomendo-o a qualquer pessoa que queira saber um pouco mais ou simplesmente queira terminar o dia a sorrir. Demorei um certo tempo a lê-lo, mas foi um prazer.

1.10.13

Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru.

Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru.
Yoshimura Ai - Brains Base
Anime - 13 Episódios
2013
6 em 10

Pelos vistos pulei este anime na minha escolha de animes para ver. O que foi uma pena porque gostei imenso. Também conhecido por "My Teenage RomCom SNAFU", é um harem com um twist. Para eu gostar de harem tinha mesmo de ter um twist, né? Já agora, alguém me sabe informar o que é que é o "snafu"?

Mas bem, temos aqui um harem igual a todos os outros: um adolescente está numa escola e vai-se rodeando de raparigas bonitas, cada uma com o seu problema. Onde está o twist? Nas personagens. O personagem principal é um jovem inadaptado e sem amigos, com uma visão pessimista da vida. Passa-se que ao longo de todo o anime ele se mantém consistente nessa sua visão, recheada de diálogos interiores que são uma delícia, o que é uma raridade dentro do género. É sem dúvida um personagem especial, que não tem nada de atractivo, nada de memorável e que nunca se torna memorável ao longo da série. Faz amigos? Talvez. As suas colegas são igualmente inadaptadas, cada uma de maneira diferente. Procuram-no para pedir ajuda, a ele e a Yukino. Yukino poderia ser considerada a personagem "tsundere", branca como o seu estereótipo, mas ultrapassa-o porque a sua tsunderice não advém de uma incapacidade de lidar com os seus sentimentos. Ela é por si só uma pessoa solitária que sabe perfeitamente quais são os seus sentimentos e coloca-os na mesa logo desde o início. Em contraste, temos Yui, que se vê perante a solidão precisamente porque não consegue falar daquilo que a atinge. E assim temos um trio implacável a resolver problemas pessoais dos seus colegas, todos eles relacionados precisamente com a sua incapacidade social.

O resultado é uma crítica à sociedade em geral, à sociedade das escolas secundárias Japonesas e ao próprio género: nesta comédia romântica, tudo corre fora do esperado. Isto dá um certo teor humorista à série, mas de forma delicada: não é uma série que arranque gargalhadas a torto e a direito, é algo que nos faz sorrir com uma certa maldade. Sobretudo se forem como eu e se identificarem perfeitamente com a situação de não ter amigos e de todas as experiências passadas indicarem que o melhor é não os ter de todo (por experiência pessoal, posso admitir que isso é mentira, mas estes personagens ainda não o descobriram. Não vou ser eu a dizer-lhes).

A animação é parca, dado que a série se dedica mais a diálogos do que a outra coisa. Ainda assim poderia ter sido feito uso mais original de perspectivas e de cores, se bem que as que estão presentes é que oferecem ao anime a sensação de que "isto é igual a tudo o resto mas... É diferente"

OP e ED agradáveis, cantadas pelas actrizes de voz. Músicas do parênquima nem se dá por elas.

Uma série pela qual eu não daria nada, mas que vale a pena pelas personagens.