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In English: Cosplay Portfolio (Updating) | SALES

31.10.15

Massugu ni Ikou.

Massugu ni Ikou.
Tsunaki Aki - Yumeta Company
Anime - 4 Episódios + 5 Episódios
2003
6 em 10

Com toda a certeza já terão percebido que eu adoro cães. Cães, baleias, manatins e peixes-lua, acho que são o top dos meus bichos preferidos. Portanto, foi com muito prazer que assisti a este anime em que os personagens principais são, precisamente, os cães. É um anime muito curto, que se vê num instante.

Mametarou é um cão sem raça que tem muitos amigos. Em cada episódio ele faz uma nova amizade e ficamos a conhecer um pouco mais sobre outros cães, de várias raças e feitios. De certo modo, gostei deste anime sobretudo porque me deu a conhecer o modo de vida de canídeos no Japão, que é algo pelo qual tenho uma certa curiosidade. Pelo que se vê, têm liberdade de andar na rua e é improvável que lhes façam mal ou que sejam atropelados. Que bom que é ser um cão no Japão!

Os personagens são amáveis, como só os cães conseguem ser. Infelizmente, fiquei com a ideia de que o conceito de comunicação entre cães e pessoas poderia ter sido abordado de forma diferente e, sem dúvida, mais próxima da realidade científica. De resto, apesar de uma caracterização sólida, não existe qualquer tipo de desenvolvimento pessoal ou relacional, sejam cães ou pessoas. No entanto, as suas personalidades dão azo a muitos momentos simpáticos e grandes sorrisos.

A arte não é extraordinária, mas acerta relativamente à anatomia animal e à distinção entre raças de cães. Infelizmente, em muitos dos momentos os personagens são reduzidos a rascunhos tipo chibi, o que acaba por tornar os designs aborrecidos e cansativos.

Musicalmente, temos OP e ED adequadas ao espírito da série e pouca coisa a apontar no parênquima, embora tivesse gostado que houvesse um maior ênfase à comunicação vocal canina.

Um anime que todos os amantes de cães e pupis devem ver. :)

Irmão, Onde Estás?

Irmão, Onde Estás?
Joel Coen e Ethan Coen
Filme
2000
7 em 10
Mais um filme dos Irmãos Coen, que se mantém com a estrutura que tenho referido anteriormente, a da viagem pelo profundo dos Estados Unidos, mostrando coisas inusitadas e imprevisíveis. Mas este filme tem uma particularidade: o texto foi inspirado e livremente adaptado da Odisseia de Homero.

Assim, temos três prisioneiros que fogem e procuram chegar até ao sítio onde deve estar um tesouro, que um deles roubou. Pelo caminho, encontram todo o tipo de pessoas estranhas e têm uma viagem muito acidentada. No entanto, há algo que os pode salvar: a música! Porque, de certa forma, este filme é uma espécie de musical. Em todos os momentos há músicas, músicas folk antigas e esquecidas que pertencem a um património cultural com quem tantos, hoje em dia, se recusam a identificar.
 
Cada cena está carregada de estranheza, mas sem nunca perder o humor improvável tão característico desta dupla de realizadores. O texto em si tem alguns momentos impecavelmente bizarros, que apenas poderiam ser transmitidos por um trio de actores de qualidade que interpretam na perfeição os seus papéis, desenvolvendo uma relação entre as personagens que acaba por ir além da premissa inicial.
 
Para além disto, podemos assistir a uma sucessão de belas paisagens, caracterizando o interior sulista dos EUA da época com toda a circunstância.
 
Um filme imperdível.

30.10.15

Kill la Kill

Kill la Kill
Imaishi Hiroyuki - Trigger
Anime - 24 Episódios + 1 Special
2013
6 em 10

Este anime foi-me sugerido num dos clubes portugueses em que participo. Não o apanhei na época e não me sentia com grande vontade de o ver. Afinal, o mais provável seria não gostar (porque eu nunca gosto de nada) e por isso teria de escrever um comentário inadequado para os gostos da maioria da população, o que adviria em gritos e apitos. Mas vá lá, não é assim tão mau.

A história é altamente simples, baseando-se numa sucessão de lutas infindáveis entre pessoas que possuem umas roupas especiais que lhes dão poderes fabulosos. Tudo começa com os intervenientes de uma escola, com quem a estudante que acabou de ser transferida luta de forma a tentar descobrir quem matou o seu pai, seguindo para uma luta intergaláctica entre o bem e as forças do mal, que - evidentemente - tencionam destruir o mundo. Enfim, a história aparenta existir para que as cenas de acção, com muitas maminhas saltitantes, possa brilhar em toda a sua força. 

Acompanhando esta história simples e quase vulgar, temos um conjunto de personagens que não se poderia definir de outra maneira que não o estereótipo. Temos uma certa agressividade patente e, no geral, as suas atitudes e gestos combinam com a escolha estilística do anime, o OTT. Esta transmite-se através das personagens, cuja função é lutarem contra a força maléfica e uns contra os outros, e também através de muitos momentos que inspiram a comédia e o riso, sem nunca deixar o exagero para trás.

Ora, num anime que - como digo - parece viver para as suas cenas de acção, esperaríamos uma arte exemplar. Isso não acontece, de todo. A arte é francamente má. A animação tem um orçamento fraquíssimo e há uma poupança nas frames, assim como a sua repetição, sendo que anatómicamente há uma profusão de erros. No entanto (!) isto acaba por funcionar. Porque, em termos de execução, o anime entrega exactamente o que era a sua premissa: muita acção e muitas mamocas. Assim, poderemos perdoar uma arte e animação puramente defeituosas tendo em conta que, dentro do contexto, funciona lindamente e é fonte de entretenimento gratuito.

A versão que arranjei vinha sem OPs e EDs, portanto não as poderei avaliar. Isto é, posso ir ouvi-las, mas não é a mesma coisa que as apanhar no episódio em si. De resto, temos uma banda sonora bastante completa, quer em termos de canções quer em termos de efeitos. Por vezes pode tornar-se um pouco repetitiva, mas nada de exasperante. Quanto às vozes, ao início detestei-as, mas depois acabei por me habituar.

Em conclusão temos um anime muito simples, mas cuja execução pode ser considerada perfeita. Entregam tudo o que prometeram, nem mais nem menos, sem tentar ultrapassar-se filosoficamente ou em teorias extremamente complicadas, mas também sem se levar ao ridículo dentro do seu estilo exagerado e OTT. Compreendo a sua popularidade e aceito-a perfeitamente, mas não é o tipo de anime que recomendaria a todos. Talvez a fãs de shounen que procurem algo diferente para ver.

29.10.15

A Montanha Cobria-se de Negro

A Montanha Cobria-se de Negro
Dias de Melo
2008
Romance

Quando fui aos Açores comprei este livro como recordação. Infelizmente, foi muito menos bom do que o que eu estava à espera. Para começar, vim a descobrir que se trata de uma edição de autor que está pejada de erros de tipografia. E depois porque a história, que eu esperava bela, cheia de sentimentos bonitos como as ilhas a que pertencem, era bastante fraca.

Trata-se de uma narrativa muito simples de dramas e contra-dramas entre pescadores de baleias, os chamados baleeiros, com uma descrição absoluta e mais ou menos exacta da vida destas pessoas na ilha do Pico durante a Segunda Guerra Mundial e algumas coisas que daí advêm. Infelizmente, os personagens -que parecem ser inspirados em pessoas reais - não possuem caracterização bastante que torne esta história em algo interessante. Para além disso, o fim deixa muito a desejar e o livro parece estar incompleto.

A parte mais curiosa será, sem dúvida, o estilo de escrita. Tem uma linguagem muito própria e única das ilhas (o que me levou a ler o livro todo nesse sotaque), fazendo uso de muitas expressões típicas. Retrata também muito bem a miséria da época e a forma de viver destes baleeiros, muito simples e com boas comidas e bebidas. 

Infelizmente, palavra sim palavra não, o autor faz uma nota de rodapé a explicar o que significa. Algumas merecem explicação, mas outras são correntes no Português continental também.

Enfim, acaba por ser uma boa memória da viagem. :)

Peach Girl

Peach Girl
Shibuya Kazuhiko - TV Tokyo
Anime - 25 Episódios
2005
6 em 10

Finalmente aparece-me um shoujo para ver! Já tinha saudades! Talvez por isso tenha perdoado tanta coisa neste anime...

Momo Adachi é uma rapariga que sofre muito com mal-entendidos. Ela é muito morena porque estava na equipa de natação e, também por causa disso, tem o cabelo descolorado. Isso leva a que pensem que ela é uma moça da má vida e por aí em diante. Pois bem, ela gosta de um rapaz e pensa que ele só gosta de miúdas pálidas. A partir daí sucedem-se mal entendidos atrás de mal entendidos, até um final feliz e muito adolescente.

Se isto ao início tinha a sua dose de diversão, a partir do meio da série começa a ficar extremamente aborrecido. Isto porque as personagens estão concebidas de forma um pouco errática e acabamos por não perceber o porquê das suas atitudes. Afinal, porque é que Sae (a arqui-inimiga deste anime) gosta tanto de arruinar a vida de Momo? E porque é que Momo é tão passiva que troca de um namorado para outro e ao mesmo tempo salva Sae das forças do mal? Quanto aos rapazes, porque é que não são, pura e simplesmente, honestos perante o que está a acontecer e os seus sentimentos? Todas estas dúvidas levam a que a narrativa seja uma sucessão de problemas que nunca se resolvem plenamente ou, quando se resolvem, passam imediatamente a ser outro problema. Isto acaba por ser cansativo e leva-nos a desejar que, ao menos, acontecesse alguma coisa normal de vez em quando ou que as relações entre os personagens evoluíssem de alguma forma.

Em termos artísticos, a animação é infeliz na maior parte das vezes, sobretudo nas partes que puxam para a comédia em que os personagens são reduzidos a sombras ou versões chibi de si mesmas. No entanto, fique a nota para o excelente trabalho de design dado aos personagens, que têm uma grande variedade de estilos e roupas que torna cada episódio numa grande surpresa. É um pouco estranho, apesar de tudo, que Momo tenha o corpo *todo* bronzeado, quando a causa do seu tom de pele é a natação: não deveria ter marcas do fato de banho?

Musicalmente, temos OP e ED com bastante energia que se adequam ao teor da série. O resto da banda sonora é bastante típica do género.

Foi um bom anime para variar dos estilos que tenho visto, mas não posso dizer que tenha grande qualidade.

28.10.15

O Japão é um Lugar Estranho

O Japão é um Lugar Estranho
Peter Carey
2005
Literatura de Viagens

Recebi este livro numa troca do BookCrossing e, confesso, fiquei um pouco desapontada. Desde que vi este pequeno volume à venda que sempre procurei evitá-lo. Disse a toda a gente que me costuma dar livros Japoneses e sobre o Japão que não mo dessem. Porque, na verdade, não queria nada ler uma visão ocidental de uma cultura pop e urbana que conheço tão bem, sobretudo porque estes autores tendem a ofender os conceitos que tanto gosto e aos quais dedico grande parte do meu tempo e da minha vida. E ninguém gosta que falem mal das coisas que ama, não é verdade? Mas, ainda assim, recebi-o. Portanto, entrou na lista de leitura.

Confesso, agora, que foi uma agradável surpresa.

Peter Carey é autor famoso, vencedor de dois Booker Prizes, o que é um grande feito. O seu filho, aparentemente, gosta bastante de bonecada nipónica. Assim, viajaram os dois até ao Japão. Não para ver o "Verdaeiro Japão", mas aquele da cultura popular. Ora, o livro torna-se interessante e original porque Carey conhece muitas pessoas importantes e influentes que lhe permitem fazer entrevistas a algumas pessoas bastante interessantes. Desta forma, aprendemos um pouco sobre alguns animes e os seus significados, através da própria opinião daqueles que estiveram envolvidos na sua produção.

Assim, apesar da perspectiva altamente redutora das perguntas do autor (que, por alguma razão, tentavam relacionar tudo com samurais), ficamos com uma ideia dos objectivos por trás de cada processo criativo, acompanhando histórias de vida que falam, sobretudo, da influência da guerra na cultura urbana actual. Também há uma explicação bastante coerente do muito debatido termo "otaku" (que eu, pessoalmente, me recuso a usar, sendo que esta narrativa apoia o meu conceito). O que não há, no entanto, são exemplos mais específicos da dificuldade de comunicação e da verdadeira natureza do povo Japonês, o que deixou o livro aparentemente incompleto.

Achei também curioso que fossem conhecer o Tomino, criador original de Mobile Suit Gundam, quando nos anos 00 já não era ele o realizador e argumentista das novas séries de Gundam (o que se vem a revelar na sua falta de qualidade, como alguns leitores deste espaço já saberão). 

Assim, foi uma experiência que acabou por ser interessante e, agora sim, posso agradecer plenamente o envio deste livro. :)

27.10.15

Aoi Bungaku

Aoi Bungaku
Araki Tetsurou - Madhouse Studios
Anime - 12 Episódios
2009
7 em 10

Este é um anime muito interessante: trata-se da adaptação para animação de vários livros e contos do Japão moderno. "Aoi Bungaku", a "Literatura Verde", é verde porque é sempre actual e porque, por isso, fica para a história. Para uma juventude que cada vez gosta menos de ler e para os mais antigos que acham que estas histórias ficaram no passado, é uma forma muito boa de motivar as pessoas a procurar estes clássicos e regressar a eles.

No início, um senhor fala um pouco dos autores e da sua influência no mundo literário Japonês, assim como toca levemente nos significados ocultos destes livros.

Existem várias histórias, das quais falarei individualmente:

No Longer Human (Ningen Shikkaku) - Para mim esta foi a melhor, apesar de ter sido logo a primeira. Um homem tem dificuldade em compreender o mundo feminino e, por isso, entra numa espiral de depressão e acaba por matar acidentalmente (ou não) uma mulher. Quando volta a equilibrar a sua vida, voltam esses fantasmas e ele pensa-se também um fantasma. Conforme disseram no início de cada episódio, esta história tem todo o ar de ser auto-biográfica. Acaba por ser uma análise emocional muito forte do personagem, funcionando também um pouco como crítica social da época.


In the Forest, Under Cherries in Full Bloom (Sakura no Mori no Mankai no Shita) - Apesar das nuances assustadoras da narrativa, esta parte corta completamente com a inicial, estando recheada de música e comédia. Foi a que gostei menos, pois achei-a altamente anticlimática, apesar de dentro do tema.


Kokoro - Uma história sobre relações humanas, amizade e solidão. Pareceu-me que soube a pouco e que a narrativa não estava desenvolvida de forma adequada.


Run, Melos! (Hashire, Melos!) - Com um toque teatral, também gostei muito desta. É uma nova forma de contar esta peça do teatro clássico, mas de uma forma tão subtil, com a mistura entre o criador e a peça de teatro em si, que se torna altamente emocional e intensa.


The Spider's Thread (Kumo no Ito) - Sem dúvida a secção com a arte mais original, utiliza-a de forma essencial para contar uma história que, sendo simples, tem um elevado grau de moralismo social. Gostei imenso desta também, sobretudo porque o personagem parece que se está a desenvolver de forma positiva e acaba por deitar tudo a perder, pois a sua caracterização inicial prevalece.


Hell Screen (Jigoku Hen) - De forma a contar uma história aterrorizante, utilizam um expressionismo fantástico que me pareceu totalmente desnecessário e muito pouco adequado ao tema da história.

Para além destes aspectos, contamos com uma arte firme e animação brutalizante, como o estúdio nos tem habituado. Os designs são fortes, as cores claras e os ambientes são retratados de forma idealizada para cada tema.

Musicalmente também temos uma grande força, com temas originais e muito bem conseguidos, embora por vezes pareçam um pouco escusados dentro do contexto.

Se o objectivo deste anime era deixar-me com vontade de ler estes livros... Conseguiu-o em toda a sua totalidade! De qualquer forma, é um anime muito interessante que, sem dúvida, vale a pena ver.



Drácula

Drácula
Bram Stoker
1897
Romance

Tinha este livro no Kobo, mas a versão que arranjei não era legível (só números e símbolos). Assim, pedi-o emprestado no BookCrossing e fui logo atendida por querida pessoa. :)

Trata-se de um romance gótico bastante típico da sua época, o século XIX, relatando a história daqueles que destruíram o vampiro original, Conde Drácula. A história é contada sob a forma de diários de vários personagens, que se seguem uns aos outros de forma cronológica constituindo uma espécie de "ficheiro" informativo do que terá acontecido, realidade ou ficção.

O estilo é clássico e refinado, sendo que cada personagem tem a sua própria voz e a sua forma de escrever, de forma a que conseguimos distinguir cada parte facilmente. A narrativa em si é bastante linear, por vezes altamente descritiva, podendo cair no exagero sentimental.

Notemos que o autor terá feito uma prolongada pesquisa sobre o folclore de zonas circundantes da Transilvânia, onde estaria situado o castelo do monstro. Assim, apesar de se tratar de um mito, a personagem de Drácula aparece perfeitamente caracterizada, com contornos muito específicos e extremamente realistas, que trazem comoção em alguns momentos da leitura em que nos arriscamos a perder personagens queridos. Gostei muito de Drácula em si, pelas suas capacidades sobrenaturais e pelo seu fluente diálogo, que pode por vezes ser até mesmo assustador.

Apesar de a narrativa dar muitas voltas e haver muitos percalços para resolver a todo o momento, o que pode tornar o livro um pouco fastidioso, gostei imenso desta história! Agradeço imenso à emprestadora, porque valeu muito a pena lê-lo. :)


Anime Sanjuushi

Anime Sanjuushi
Yuyama Kunihiko - Gakken
Anime - 52 Episódios
1987
6 em 10

Já queria ver este anime há algum tempo. Aparentemente passou na televisão portuguesa, mas eu devia estar a ver outro programa qualquer e não o apanhei. Portanto, tinha bastante curiosidade. Mas fui adiando, porque não encontrava legendas em lado nenhum. Finalmente, fiz uma pesquisa um pouco mais profunda e acabei por encontrar toda a série no Youtube, com moderada qualidade e com legendas em Francês. Isto é, sem dúvida, melhor que nada!

Esta é uma versão animada dos Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, com algumas variações. Entre estas encontram-se factos como grande parte dos eventos narrativos serem efectuados por animais ou Aramis ser uma mulher. No entanto, nada disto joga contra a história e tudo acaba por se reunir numa narrativa sólida e bem pensada, que dá toda uma nova interpretação do original e boas sensações.

Os personagens têm quase todos um importante papel no desenvolvimento e progressão da história. Gostaria, talvez, que os mosqueteiros Porthos e Athos tivessem tido mais influência nos eventos, sendo que ficaram um pouco para trás. D'Artagnan pode ser um pouco irritante e acaba por se tornar um lugar comum, pelo que nos resta Aramis, sem dúvida o mais interessante do lado dos "bons". Mas estes empalidecem perante os "maus": temos uma personagem, a Milady, que tem tudo para ser maravilhosa. Manipuladora, maldosa, uma espécie de bruxa intriguista que controla animais. Não fosse a última parte do anime e tê-la-ia acrescentado à minha lista de futuros cosplays, porque estava mesmo a gostar imenso dela! Não gostei muito que dessem um papel maléfico ao Máscara de Ferro, que nem sequer era má pessoa no original.

Para a época a animação está bastante boa, com uma paleta de cores muito variada e sequências de acção bem coreografadas e suficientemente fluídas. Alguns momentos poderão revelar o passar dos anos, como a repetição de flashbacks e algum slow-motion em momentos mais tristes. De resto, é um excelente exemplo para a época, apesar de ser uma série um pouco longa.

Quanto à música, como não podia passar à frente (streaming no meu computador não funciona especialmente bem, por isso é que faço download de tudo), fiquei bastante habituada à OP e EDs. São animadas e com alguma energia, o que é bastante típico desta década, embora pudessem ser um pouco mais apropriadas ao tema. As músicas do parênquima acabam por se tornar um pouco repetitivas e não são especialmente originais.

Um anime interessante e muito característico da sua era, que certamente vale a pena ver.

O Quinto Elemento

O Quinto Elemento
Luc Besson
Filme
1997
6 em 10

Vimos este filme na televisão inglesa. O que foi muito chato, porque eles fazem intervalos que nunca mais acabam (apesar de alguns anúncios serem divertidos).

Num detalhado futurismo um condutor de táxi encontra uma rapariga misteriosa e vê-se envolvido na missão de salvar o mundo. Pois esta rapariga é o Quinto Elemento e apenas com ela as antigas sabedorias poderão encontrar o caminho para a salvação do planeta. A história é muito simples e recheada de acção, o que nem sempre funciona devido aos muito arcaicos efeitos digitais que são utilizados ao longo de todo o filme. Mas, para mim, o foco principal encontra-se na exploração deste universo. As cidades são retratadas como níveis infinitos de prédios e plataformas e existe uma crítica social patente e quase cómica de vários aspectos. Por exemplo, só se comem hambúrgueres do McDonalds, todos os polícias são gordos e assim por diante. Também achei relevante o papel dado à figura feminina, já que todas as mulheres são retratadas como uma espécie de objecto belo, excepto Leeloo, que é a única que - apesar de não ser humana - encontra a sua humanidade.

Falando nela, é uma excelente personagem e foi a minha parte preferida de todo o filme. Para começar, identifico-me logo com ela desde o momento em que a sua linguagem se compões de bidabadoomboomboom. :) Depois, é o tipo de pessoa que, como referi, vai encontrando a sua humanidade à medida que se processa a sua caracterização e crescimento, de forma a tornar-se não só o Quinto Elemento como também uma pessoa que fica triste e que ama. Fica a nota para o excelente trabalho da actriz, que deu vida a Leeloo na perfeição. E fica também a nota de que a acrescento agora à minha lista de futuros cosplays no Cosplay Portfolio! :) Mas não a versão das fitas, que isso é muito nu. :v

De resto, é um filme um bocadinho parolo devido a todas as cores e efeitos estranhos, mas é muito divertido e agradável de ver. Foi um excelente descanso ver este filme na televisão, embrulhada nos cobertores, na fantástica cama do Premier Inn. :)

26.10.15

MCM Comic Con 2015 + Eurocosplay

MCM London Comic Con 2015
+
Experiência Eurocosplay
Evento
Boas noites. Pois é, agora já é de noite cedo... Bem, vamos ao assunto! Como alguns de vós saberão, fui seleccionada no Anicomics 2015 para "representar Portugal" no Eurocosplay do presente ano, isto é, ganhei uma viagem grátes para ir à Inglaterras ver a MCM London Comic Con! Yaaay! Deixo-vos, então, o relato da viagem. Acompanhou-me, sob guisa de "Helper" o Qui, personagem que já conhecem de outras aventuras. A quem não conhece, é namoradim de mim.

A aventura iniciou-se logo após a minha selecção, em que comecei a fazer o meu cosplay. Muitas coisas aconteceram, como ter trabalho e deixar de o ter, e estava mesmo a ver que não ia conseguir terminar tudo a tempo e horas e ainda ensaiar... Mas consegui! Sinto-me uma vencedora só por causa disso! A personagem que escolhi para levar foi Haman Karn, de Gundam Zeta e ZZ, com um prop que fui eu que inventei, o Mr. Brown. Custou empacotar toda a gente dentro da mala... Era uma mala gigantesca, a que eu levo para passar um mês no Brasil, e foi a abarrotar. Ainda aqui está fechada a cadeado, pois ainda não sei onde vou por todas estas volumosas coisas. Enfim, logo falarei melhor sobre o fato no meu Cosplay Portfolio, mas tenho apenas a dizer que - apesar de uma horda de pessoas que não existem discordar plenamente - estou muito orgulhosa deste fato e foi a coisa mais complicada, chata e atrofiante que fiz até hoje. Experimentei uma série de coisas que não sabia e, apesar de o resultado não ser a perfeição, acho que é das melhores fatiotas que algum dia construí. Um dia serão melhores.
Mas passemos à viagem! Dia por dia, acompanhem-me na aventura das totalidades!
Partida, Largada, Fugida! - Sexta Feira 

O avião era madrugador. Deveríamos estar no aeroporto pelas oito horas da manhã, para despachar as malas e tudo o mais. Felizmente temos um amigo aeromoço que nos deu dicas sobre como tornar o processo mais rápido, nomeadamente como fazer o check-in online. Fomos pela TAP, para podermos levar malas sem pagar extras e porque é uma companhia aérea que gosto e cujos aviões não têm a mania de cair nas montanhas. No aeroporto, passei pelo balcão da TAP para recolher uns pequenos presentes que uma amiga, a Ana Isabela, tinha lá deixado para eu oferecer à Lirin e à Mrgnob. Infelizmente não consegui encontrar a primeira em tempo útil, mas a moça russa adorou o presente :)

Pensávamos que íamos no D. Henrique, mas afinal fomos no Saramago, o que é ainda mais fixe
A viagem correu perfeitamente normal, sendo que nos serviram a sandocha da praxe (conteúdo: atum e azeitonas). O Qui nunca tinha andado de avião, portanto maravilhou-se a olhar para as nuvens que estavam por baixo de nós. Eu arroxei que nem um tronco caído.

À chegada, começa a aventura do metro. Vamos lá ver se ainda sei de cor: tínhamos de sair do aeroporto de Heathrow pela Picadilly Line. Depois mudávamos para a Jubilee Line em Green Park. Depois tinhamos de mudar para o DLR (uma espécie de comboio) em Canning Town. E depois eram só duas paragens. Mas isto tudo... Bem, o metro de Londres além de ter linhas e mais linhas que nunca acabam, tem um intervalo entre estações que nunca daria para ir a pé... Chiça, já não me lembrava o quão grande é esta cidade! Cidades grandes são grandes! Mas enfim, saímos calmamente no Excel Centre e fomos buscar os nossos passes VIP. Curiosamente, tinham todos o Steve Jobs à frente, o que significa que durante três dias fomos o Steve Jobs. Dirigimo-nos ao palco PopAsia, onde a Emma (a organizadora das cenas) nos tinha dito para ir ter, e após grande baralhação lá encontrarm alguém que soubesse o que tinha de fazer para nos atender. Subitamente, oiço uma voz estranhamente portuguesa atrás de mim... E não é que está lá uma amiga de tempos antigos! Caly! Não estava nada à espera e fiquei super feliz por estar lá um ponto de apoio sob forma de pessoa conhecida! =D

Circulamos com malas e malonas até às salas VIP. Tínhamos de apanhar um elevador de porta dupla, uma das quais não abre para o primeiro andar e não tem o respectivo botão (atrofiámos com isto logo ao início). quanto às salas... Bem... Não tirei foto porque havia pessoas despidas a toda a hora, mas há uma palavra que as caracteriza: CAOS. O chão era alcatifado, muito bem, mas estava todo recoberto por uma variedade inesgotável de materiais, de tecidos, linhas, colas, cola quente, ferramentas diversas, quinquilharia sortida e tudo o que possam imaginar que faça parte de um cosplay. Dizem-nos "arranjem um canto!" e eu lá descobri um ao lado de uma mesa. Curiosamente, grande parte das pessoas ainda estava a terminar o seu fato. Senti.me a única pessoa que levou tudo já feito... Portanto, encostei o malão ao canto que me auto-atribuí e fomos explorar. Em cima, além das salas alcatifadas, havia uma longa varanda praticamente desabitada. Foi onde passámos a maior parte do tempo, porque se estava lá bem. :)
 Millenium Mills, o fantasmagórico local que servia de vista da varanda

 O cantinho que obtive para mim mesma

Quanto à parte de baixo... O evento em si era chamado apenas de "Dealer's Room". Porque era o que se tratava: um supermercado com todo o tipo de nerdices, de animes a comics passando por toda a cultura popular. Lojas profissionais e bancas de artistas misturados, não conseguimos ver tudo na tarde que nos restava. Deixo-vos, então, algumas fotos do aspecto geral da coisa:

Visões do Evento


 
 
 Filas para autógrafos
 Podia-se tirar uma foto dentro do Delorean por 5 paus

Depois desta primeira visualização (mas estas fotos não foram todas tiradas no mesmo dia, é só para terem uma ideia) fomos deixar tudo ao hotel. Ficámos instalados no Premier Inn, que é mesmo ao lado. Defeitos: não se podia abrir as janelas e estava cheio de notas moralistas sobre fumadores, para além de ter uma bíblia na mesa de cabeceira. Qualidades: a cama era a coisa mais fantástica de sempre, era como dormir numa nuvem.

Aqui está ela, já depois de nos termos atirado a rebolar sobre a sua superfície
Depois, voltámos. Tínhamos uma festa para ir , onde estariam todos os outros finalistas e comidas variadas de todos os países. Escolhemos, para levar, broa, queijo amanteigado, chocolate Regina e, como bebida, aguardente bagaceira. Foi uma festa curiosa, pois parecia que ninguém estava muito interessado em falar para além dos seus conhecimentos internéticos. Assim, estávamos num semi-isolamento (eu, Qui e a Caly) que apenas foi interrompido pela presença de uma nova amizade. Era a Helper de uma das moças Holandesas,e  também a sua mãe. Vincente de seu nome, trocámos bebidas e a partir daí foi sempre festa! Possivelmente a pessoa mais fixe que lá conhecemos e que merece uma imensidão de respeito por razões que não seria conveniente colocar aqui. Entretanto a Emma e toda a organização fizeram um estranho discurso que parecia dirigido não a nós mas a todas as pessoas que estão lá todos os anos. Fartavam-se de rir, mas eu já não estava a perceber nada de qualquer forma. Logo quando a festa estava a ficar animada (estava a mostrar à Vincenta a minha fotografia no grande placard com as fotos de todos) aparece alguém a gritar que temos de ir embora, NESSE MOMENTO EXACTO. Esta gente tem tantas regras...
Coisa curiosa sobre o bagaço! Ele *desapareceu* no tempo e no espaço. Da última vez que o vi, estava o Helper Russo a olhar para ele com toda a atenção. Olhou, revirou, olhou, olhou, cheirou, olhou.... E encheu um copo até acima. Portanto, desconfiamos o que poderá ter acontecido com o resto da garrafa. O queijo também foi o sucesso, mas confesso que a broa não estava muito boa.

Chegados ao hotel, conhecemos um outro jovem, o Marty, que estava a beber um misterioso líquido de um chifre. Porquê? Porque era viking (apesar de inglês). Demos-lhe chocolate e sangria que tinhamos trazido e ficámos ali durante algum tempo. Infelizmente, já tinha guardado a máquina fotográfica no hotel e com ela os meus cartões, portanto não trocámos contactos... O que foi uma chatice, porque o tipo era mesmo fã de comics e estava a ter uma conversa altamente intensa com o Qui.

Procedemos a dormir, eu em pânico com medo de não conseguir acordar no dia seguinte. O meu Judging Slot (a altura em que os jurados olham para nós e fazem perguntas) era as 11:30 e o meu fato ainda dá trabalho a vestir... Será que consegui? Logo saberão, depois de apreciarem as:

Fotos de Cosplay à Sexta Feira





 Este jovem fez uma birra porque queria uma foto só dele, portanto aí está
O Dia das Cenas Importantes - Sábado
Conseguimos acordar! Isto, já de si, torna o início do dia maravilhoso!
Com um pastel de bacalhau (Qui tinha trazido mantimentos) e um café como pequeno almoço, fomos para a sala VIP para me vestir. Infelizmente, o canto que me tinha auto-atribuído tinha sido progressivamente possuído por uma série de outras pessoas. Mas lá consegui arranjar espaço ao lado da mala para me poder vestir. Aqui fica uma nota de agradecimento para o Qui, que foi o melhor Helper que eu podia ter tido. :) Não só me ajudou a por o fato, que tinha as suas complexidades na hora de vestir, prendendo-o todo muito bem de forma a nenhuma parte cair, como manteve sempre a sua mão na minha cabecinha a manter tudo correcto no lugar, física e mentalmente. Portanto, aconselho que se algum dia precisarem de um Helper arranjem um semelhante ao meu. Não empresto o Qui!
Chega a hora de entrar no Judging Room. Tenho de explicar a toda a gente que o Mr. Brown não é um boneco ou um dummy. É uma pessoa! Aliás, passava tão bem por pessoa que depois de o termos posto sentado ao lado da mesa das bebidas algumas pessoas foram lá ver se ele estava bem, porque parecia altamente ressacado. Chegados aos judges, tudo se torna mais aconchegante e silencioso. Eram muito simpáticos e ouviram tudo o que eu tinha para dizer sobre o meu fato, para além de olharem atentamente para o ficheiro impresso que tinha levado com o meu Work in Progress. Só me perguntaram duas coisas: há quanto tempo fazia cosplay (8 anos, mas apenas recentemente comecei a pensar mais em fatos fixes) e como tinha pintado a peruca (com muitas canetas e sofrimento). Só não pude mostrar os exemplos de tecidos que usei porque os perdi algures pelo caminho... Enfim, em breve colocarei o ficheiro em pdf disponível para todos verem no Cosplay Portfolio, portanto todos poderão ficar a saber o quanto sofri para completar este demoníaco fato!
Já estou a sentir-me livre como uma borboleta venenosa quando aparecem a chamar por mim. Esqueci-me de ir tirar as fotos! Num estúdio improvisado, está um fotógrafo a tirar fotos contra um fundo preto. Lá vou posar e acho que algumas devem ter ficado giras (se bem que a que escolheram para mostrar à net está def). Depois fomos para a rua com outra fotógrafa, onde tirámos mais fotos, incluindo as do meu tipo preferido que são as no gozo. Estou ansiosa por receber todas essas fotografias! :) Entretanto, perdi o meu passe VIP neste processo fotográfico, mas encontrei-o logo a seguir.
Imediatamente depois, achámos por bem ir à procura de comida e passear pelo evento, para ver se alguma alma me tirava uma foto (hahaha). Mas... O povo. A população. A imensidão de pessoas. O mar de gente. Comecei a temer pela vida e, sobretudo, pelo meu fato. Era parada para fotos, mas não havia *espaço*. Então, fomos a correr buscar takoyakis e levámo-los para cima. Eram seis peças e todas elas divinais e muito quentinhas! Acompanhamos com as cervejas sobejantes da festa. Fomos acabando com elas ao longo do dia. Porque eu não podia despir o fato, que dá tanto trabalho a vestir, e não podia andar no Dealer's Room. Então tinha de esperar nas salas VIP que nos chamassem.
Vista da janela do andar de cima, onde se pode ver o corrupio de seres humanos
Entretanto conhecemos mais pessoas, nomeadamente a Mary Poppins que andava por ali com uma goPro e a Helper Inglesa que... Era Brasileira! Mais uma vez, senti-me em casa :) Para mais, os The Forge (os parceiros tugas que foram cagente) levaram lá acima mais amigas portuguesas que estavam de visita ao evento! Fiquei tão contente por as ver! Tirei algumas fotos lá em cima, que são as seguintes:


 De entre todos, este era o meu fato preferido!

Subitamente, aparecem pessoas dizendo-nos que o espectáculo está atrasado. Vão-nos levar em grupos de seis para aguardarmos no backstage. Foi rápido até me virem chamar, mesmo com o atraso. E lá fomos! O backstage era um espaço enorme, partilhado por dois palcos. Num, muito mais ruidoso, passava-se algo sobre jogos. De qualquer das formas, esperámos bastante. E já estava eu aflita para fazer xixi quando me lembrei que me tinha esquecido de um prop para o meu skit! O caderno para eu ver o nome do Mr. Brown! Implorei por uma folha, sob o risco de ter de usar um lenço de papel em substituição... E arranjaram-me uma folha a dizer "Saturday". Como eu amei aquelas pessoas nesse momento...
Mas bem, vamos lá entrar!
Devo dizer, primeiramente, que o palco era muito mais pequeno do que eu poderia imaginar. Mesmo muito pequeno, o sítio onde ensaiei era praticamente do mesmo tamanho. Para além disso, puseram o Mr. Brown virado para o lado errado, pelo que tive de fazer a primeira parte toda invertida. Mas sobre o skit! Para começar, deixo-vos a foto que a Caly tirou do meu fato, gosto muito mais dela do que a que puseram no twitter oficial.


Quanto ao skit... Bem, se viram o streaming saberão do que falo, mas se não viram passo a explicar. Como ia para Inglaterra, decidi escolher um tema muito Inglês. Então pensei... Com esta personagem quero falar sobre a guerra. E torturar pessoas é coisa que acontece na guerra. E se eu torturasse o Mr. Brown? Mas de uma forma que tenha piada e que os Ingleses reconheçam e gostem... Que tal com os Monty Python? E como a Haman é do espaço, que tal a Galaxy Song? Bem, eu pensava mesmo que toda a gente ia perceber a referência. São os Monty Python pá! Mas o público manteve-se silencioso até ao fim, sem sequer perceberem quando o skit terminou porque erraram nas luzes... Eu tinha pedido algo muito específico e falharam nesse aspecto, mas tassbem. Em compensação, vi no meio do público ALGUMAS pessoas que estavam a bater palmas e a cantar completamente descontroladas. Portanto, minha gente, este skit foi para vocês. Espero que tenham gostado :) Para além das luzes, do público não entrar na onda e de o juri estar com uma poker face impenetrável, correu também mal o facto de o cinto ter caído. Devia ter voltado a colá-lo, porque depois de lhe mexer tanto a tentar ajustá-lo estava um pouco precário. Mas olha, não me ocorreu até o mal ter acontecido. Desculpem lá, pá.

Uma foto tirada na cena :)

Compensando tudo isto, várias pessoas disseram-me no fim que adoraram. Um rapaz Alemão, que tinha vindo especialmente para fazer um show sem participar no concurso, adorou a minha escolha de personagem, o fato e o skit e tudo junto! Só por causa dessas coisas já fica tudo bem fixe! =D

Depois ainda havia um jantar de grupo, mas não nos tinhamos inscrito porque estávamos convencidos de que haveria possibilidade de ir ao centro encontrar uns amigos que vivem lá e comer num pub. Mas o concurso acabou tão tarde que decidimos comer no hotel. Eu comi uma fantástica pizza com queijo brie e o Qui comeu um mega-hambúrguer. Depois tomei uma fantástica banhoca quentinha (tinha chovido e estava mesmo muito, muito frio) e vimos o Quinto Elemento no Channel 5(virá comentário em breve) e depois entrámos no mundo do Ó. Estava mesmo muito cansada e com o corpo todo dorido, de ter estado tantas horas em pé com coisas desconfortáveis em cima do corpo, por isso dou graças ao senhor por aquele colchão de nuvens! =D
AH! Esperem! Falta-me falar sobre os vencedores! Bem, enquanto o concurso acabava ou não (eu era a décima, fui logo no início) ainda subimos e descemos vezes bastantes para fazer xixis e buscar mais jolas. Mas depois anunciaram os vencedores. Gostei que a minha moça preferida tivesse sido escolhida pelo juri. Quanto aos três primeiros prémios, anda toda a gente a dizer mal da Mary Poppins mas eu adorei o(s) fato(s) dela. Não só porque ela era igual à actriz mas também porque estavam muito profissionais e com óptimos acabamentos. O mesmo se passa com o segundo lugar. E o primeiro lugar era espectacularmente grande e chato de fazer. Ficámos foi espantados por nenhuma armadura ter ganho lugar nenhum, porque havia lá algumas bastante complexas. Achei curioso, porque os jurados até são mais das armaduras do que das roupas. No entanto, acho que os prémios foram totalmente merecidos.
Finalizações - Domingo 

Este dia começa com mais um horrível café inglês. A sério, é fortíssimo e tem um sabor horrível, esta gente só sabe beber café com sabores, não sabe o valor filosófico de uma verdadeira bica. Empacotamos tudo e deixamos no guarda-malas do hotel. Pensámos ainda em ir ao centro, mas decidimos ficar por ali. Houve um fantástico dilema com a mudança da hora. É que nenhum de nós se lembrava que tinha mudado e só reparámos quando vimos um relógio com a hora diferente do outro. Um deles tinha actualizado sozinho, mas não sabíamos se a hora tinha mudado para a frente ou para trás. Então andámos o tempo todo convencidos de que era mais tarde do que era verdadeiro.

Passeámos pelo evento, comprando montes de coisas, tirando montes de fotos, distribuindo montes de cartões (dos que tinha levado só sobrou um) e toda a gente super simpática. Ainda encontrámos alguns dos nossos parceiros de concurso pelo evento e eles lembravam-se de nós, apesar de eu estar desfardada. Andámos a viajar na maionese durante algum tempo e parámos para comer. Experimentámos curry noodles, que era um dos pratos que o Qui fazia questão de conhecer, numa barraquinha. De comidas estava o evento bem servido, tinha montes de variedade e os preços eram óptimos. Tinham um espaço enorme onde sentar, mesmo sem cadeiras sentámo-nos no chão. E a limpeza... Havia caixotes para lixo normal e reciclável em todo o lado e não havia quase lixo nenhum no chão! Nesse aspecto, temos muito que aprender com eles.

Fomos ao outro lado do evento, onde descobrimos um espaço exterior cheio de gente e com outras coisas para ver.




 Comprámos mais coisas e fomos buscar as malas. Mais uma vez aventura no metro, seguida de aventura horrível no aeroporto. Aquela porcaria está organizada de forma a que é impossível compreender para onde uma pessoa tem de ir. É tudo self-service e automático, mas só nos fez perder tempo, o que foi fonte de pânico porque continuávamos a pensar que estávamos uma hora adiantados ao que era suposto (estávamos na hora antiga). Mas chegámos a tempo e despedimo-nos de uma Londres nocturna.

Portanto, deixo-vos as:

Fotos de Cosplays de Domingo


 Eram tugas!!





 DIO BRANDOOO



 Estava este pessoal todo, mesmo montanhas de povo, a ter uma guerra com sabres de luz na zona da comida
 Estava um círculo de gente à volta deste e ele estava a meter-se com todos, tinha mesmo piada!

Sim, os Ingleses tinham uma cena a gozar com a polícia Americana, onde se podia tirar fotos a sermos presos por eles!





 Estavam TODOS os Cats na entrada a rebolar no chão, mas só consegui tirar foto a estes

 A nossa amiga brasileira depois de sofrer uma transformação



Conclusões

Apesar de não termos visto nada da cidade, o que era um dos objectivos (eu até tinha feito um plano de viagem com todos os horários...) foi uma experiência fantástica e muito divertida. Conhecemos pessoas encantadoras, passeámos muito no evento e foi a primeira vez que vi algo desta magnitude. Porque o Excel Centre é mesmo muito enorme e foi o maior evento em que estive até agora. No entanto, desenganem-se pensando que maior é sempre melhor. Porque a verdade é que, em termos de actividades, não havia assim tantas coisas para fazer comparativamente com os eventos Portugueses.

Também não se pode dizer que a organização seja brilhantemente melhor. O concurso também se atrasou como cá, também se enganaram nas minhas luzes como cá. Em termos de partilha de informação, dou kudos à Emma pelo esforço, mas tudo poderia ter sido melhor articulado se não fosse uma pessoa sozinha a fazer tudo. Porque ela fez realmente tudo e deve ter sido extenuante e enervante, apesar de ela ser muito simpática. As informações sobre o hotel só chegaram tarde, os pagamentos das nossas despesas demoraram imenso e não havia comunicação nenhuma com os responsáveis pelo palco, som e luzes a quem pudéssemos dar indicações mais específicas ou outros avisos. Portanto, desenganem-se a pensar que "lá fora" é que é tudo perfeito. Porque não é. É excelente, mas ainda tem espaço para melhorar, como todas as coisas e todos nós.

De resto, diverti-me imenso e comprei montes de coisas! Passo a mostrar:

- Uma mala super catita e espaçosa e gira
- Uma figura da Sailor Jupiter. Estive para comprar também uma da MEIKO, mas achei melhor poupar
- Cartões diversos, vouchers e coisas
- Um caderno de exercícios do Harry Potter
- Um bloco de notas com o Cthulhu de guarda chuva. Este artista era simplesmente fantástico!
- Um livro de partituras para o piano com música de anime
- A goodie bag (esta foi oferta) do Eurocosplay, que é uma mala excelente para levar livros grandes, uma t-shirt, o programa do evento, dois pins (um dei ao Qui, eram iguais) um bloco de notas e um porta-chaves
De resto, estou ansiosa por um dia voltar a este evento. Se não como participante, o que é bastante improvável (porque tenciono dar uma pausa nas preliminares de Eurocosplay, apesar de me manter activa para o ECG e tudo o resto), como visitante normal. Espero mesmo algum dia ter oportunidade de voltar e, sobretudo, de voltar a falar com todas as pessoas maravilhosas que conhecemos! E recomendo a todos que, um dia, pensem em visitar este evento, pois é de uma magnitude completamente diferente e é muito, muito inspirador. Porque se via pessoal de todos os tipos, visitantes de todas as variedades, cosplays de todos os tamanhos e feitios, desde o Capitão América no carrinho de bebé até ao Professor X na cadeira de rodas. :)
Agora sinto-me muito motivada para fazer outros fatos e voltar ao circuito nacional! Aguardem pelos novos episódios!