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31.7.16

V de Vingança

V de Vingança
Alan Moore e David Lloyd
1988
Banda Desenhada

Este foi o primeiro volume da já referida colecção da Levoir com o jornal Público. Li-o a seguir ao anterior, porque foi por essa ordem que os comprei, lol

V for Vendetta é um título de muitos conhecido, sobretudo depois da banalização das máscaras de guy fawkes pela comunidade nerd que gostaria de se revoltar contra alguma coisa. De tal forma banalizada que chamam as máscaras de "anonymous", quando não tem (nem nunca teve) nada a ver com isso. Já conhecia mais ou menos a história porque havia visto o filme na altura em que saiu. Ainda assim, a novela gráfica original foi uma surpresa para mim.

Numa previsão muito pessimista do futuro (que, curiosamente, se veio a concretizar dentro da sua época), o Reino Unido está isolado do resto do mundo e subjugado por um sistema opressivo que tudo e todos controla. No entanto, há uma figura subversiva no meio disto, que procura ensinar à população, a passo e passo, o verdadeiro significado de ser livre, procurando instaurar uma anarquia de verdadeiros significados através do desmantelamento agressivo e progressivo do sistema.

Este conceito é, sem dúvida, muito original e quase aterrorizante, apesar de inspirador ao ponto de na vida real a "máscara" se tornar um símbolo da luta pela liberdade. A narrativa está plena de debates significativos sobre estes conceitos e também de mecanismos que permitem aos personagens uma evolução constante e relevante tanto para o contexto como para si próprios. São personagens muito cativantes, que evoluem pela necessidade de aprender como se libertarem do sistema e serem, simplesmente, eles próprios enquanto indivíduos.

Infelizmente, não apreciei muito o campo artístico. Achei os designs um pouco confusos, sobretudo todas as vezes que mudava o foco de luz (e, por isso, mudavam as cores das pessoas), sendo que por vezes era difícil distinguir quem era quem. Também achei que poderia ter havido um pouco de mais detalhe no respeitante aos edifícios. No entanto, o design de V foi de puro génio, sendo que se encontrou aqui um símbolo que até ao momento continua cheio de sentido.

Foi uma leitura fascinante e, agora, quase tenho vontade de rever o filme. :)

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