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4.8.19

NOS Alive 2019

NOS Alive 2019
Festival
Já há alguns anos que não ia a um festival de música tão grande. Desta vez fui a dois dias, o primeiro (quinta-feira) e o último (sábado). Vou falar-vos um pouco da experiência.

Para começar, o espaço do NOS Alive está um pouco diferente. Antes havia uma grande curva descendente até ao palco principal, bastante desconfortável, mas agora está tudo mais plano. Para além disso, optaram por colocar relva artificial em toda a superfície do chão, o que torna tudo um pouco mais confortável. Existe uma nova zona do tipo "bairro", com lojas, passatempos e um misterioso palco "Fado". Também fundaram um novo palco de comédia, mas já lá vamos. Os palcos também não estavam separados da melhor forma, assim como a programação: muitas vezes havia nomes relevantes a tocar ao mesmo tempo, o que tornava a escolha muito difícil. Em termos de alimentação havia poucas opções mas em quantidade suficiente para que as filas fossem de todo evitadas. Nota-se que existe agora uma preocupação com todas as opções alimentares das pessoas, havendo comidas sem glúten e vegetarianas.. Em ambos os dias comemos no Burguer Ranch, que é uma das minhas fast-foods favoritas!

Agora, para a música.

No primeiro dia (quinta-feira) começámos por passar pela banda de covers que estava no pórtico, precisamente a tocar músicas dos The Cure, os cabeças de cartaz desse dia. Um pouco estranho por uma banda de covers a tocar músicas de uma banda que também vai ao festival. Quando comprávamos bebidas, assistimos um pouco a Hot Chip, a quem aconteceu o terrível acidente de ficar sem som a meio do concerto. Mas voltaram à acção com alegria e terminaram em grande! Fora isso, começámos por ver Sharon Van Etten, que não achei nada de extraordinário. Na verdade, passei a maior parte do tempo desse concerto na conversa. Depois passámos pelo Palco Comédia para descansar um pouco. Mas não tinha piada absolutamente nenhuma. Nenhuma das pessoas que lá estavam, que certamente também estariam a descansar como nós, se riu uma gota.

Passámos à frente para ver os Ornatos Violeta. Esse sim foi um concerto brutalizante. Com uma energia incansável, a banda cantou todos os clássicos essenciais. Mas talvez não precisassem sequer de cantar, pois todo o público se encontrava em união, repetindo em uníssono todas as letras das músicas. Um concerto cheio de energia em que o público e a banda estavam unidos pela causa maior de gritar a plenos pulmões que é "uma chaga para pensar que é o fim."

Depois ficámos sentados durante um bocado a assistir a Jorja Smith nos ecrãs que estavam do lado de fora do palco. Esse concerto estava tão cheio que não nos atrevemos a entrar para o meio da multidão e preferimos ficar sentados a apreciar a música com mais calma. Depois passámos por um palco secundário onde passava Stereossauro, uma banda absolutamente ridícula que se afirma revolucionária. "Ah, é fado com electrónica." Mas os colaboradores que cantavam o fado não estavam presentes, os ritmos eram pouco inspirados e no fundo era tudo um grande aborrecimento. Por essa altura descobrimos que havia um micro-palco "Coreto" lá nos confins do festival, onde também havia uma casa de banho. Aí está uma coisa que falhou redondamente: apesar de astante grandes, só havia duas casas de banho. Não tinham uma fila muito enorme, mas estavam completamente destroçadas e sujas de fluídos humanos. Muito nojento.

Depois do jantar, aguardámos por The Cure. Mas estávamos já tão cansados que nos deixámos ficar nas mesas de refeição, ouvindo os nossos clássicos favoritos lá ao longe. Eu já tinha visto dois concertos desta banda e sei como eles são: três horas de música sem qualquer tipo de interrupção em que todos os temas famosos (ou menos famosos) são abordados. Por isso, fiquei feliz mesmo só os tendo por música de fundo.

Fazemos agora um intervalo para passar ao nosso segundo dia (Sábado).

No Sábado focámo-nos sobretudo em Idles, que deram um concerto fantástico e cheio de energia. É uma nova banda com origens no punk inglês, mas que fala sobre problemas da modernidade social, como a morte por suicídio depressivo e liberdade sexual. Foi já considerado um dos melhores concertos em festivais deste ano, o que não é de admirar. 

Reparei que estava a dar, quase ao mesmo tempo, Marina. Esta artista tem um grande número de fãs entre as pessoas que conheço, sobretudo no Brasil. Tinha curiosidade mas acabámos por não ver quase nada, apenas que os dançarinos tinham roupas muito giras.

O nosso ex-libris desse dia seria The Chemical Brothers, mas antes disso ainda passámos para ver o Thom Yorke. Infelizmente não gosto nada da personagem, então fiquei mal disposta com a mu´sica e tive de sair.

Finalmente, a banda que esperávamos. Foi um concerto muito intenso, com uma grande componente visual, em que podíamos dançar com os monstros estranhos que sempre aparecem nos videoclips. Não consegui nunca ver a banda, mas conseguia ouvi-los e cantar a plenos pulmões "The Eve of Destructiooon". Um concerto para se dançar sem parar!

Nos dois dias foi um pouco difícil encontrar transporte para casa. Os ubers malcriados, os taxia sinda pior. Mas isso é outra história de uma outra aventura.

Fiquei contente por ter ido a este festival, que me parece ter melhorado exponencialmente desde a última vez que o tinha frequentado.

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