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19.8.12

O Amor Incerto

A DIMENSÃO É A NÚMERO 5: 12/16

O Amor Incerto
Elisabeth Badinter
Ensaio
1998

Hoje tomei o roteiro turístico, o que é apenas outra maneira de dizer que me perdi. Assim sendo passei a tarde à espera que se zagassem comigo e a terminar este ensaio chatíssimo.

Aqui debatemos se o amor maternal existe na realidade ou não. A autora tem na ideia de que não existe e esforça-se por o provar através de uma análise (graças a deus) resumida da atitude das mães ao logo dos anos, a partir do século XVII. Ora, isto é suposto ser um debate filosófico por isso antes de expressar a minha opinião vou dizer duas coisas que me fazem desconfiar deste estudo. O primeiro facto é que aparentemente não existiram mães antes do século XVII. O segundo facto é que aparentemente só as francesas têm filhos. Isto é, outras eras e outros países não são contemplados nesta análise. Claro que podemos dizer "se o amor de mãe não é cultural, seria indiferente o local onde é feito o estudo". Mas eu acredito que ignorando modinhas francesas chegaríamos a conclusões bem diferentes.

Daqui se pode depreender a minha opinião. Eu não duvido que exista amor maternal imediato, logo depois do nascimento da criança e mesmo durante a gestação. É um mecanismo de sobrevivência elementar partilhado pelos mamíferos em geral. Tomar conta da filiação de forma a que esta sobreviva e os genes parentais sejam preservados. Mas Badinter parece ignorar que nós, humanos, não somos nenhuma criatura especial. Somos mamíferos como os outros, temos as mesmas hormonas, temos os mesmos órgãos e a nossa evolução fetal é igual, somos seres metamerizados e simétricos e nenhum lobo frontal extremamente desenvolvido pode mudar isso. No prefácio a autora chega ao ponto de afirmar "eu sei que existe ocitocina e prolactina mas eu vou ignorá-las bué porque nós somos tipo pessoas especiais, tás a ver?". NÃO. A ocitocina e a prolactina INFLUENCIAM o instinto maternal. Um animal sem instinto maternal é considerado PATOLÓGICO. Assim, este ensaio não tem qualquer tipo de base científica que possa dar azo a um debate. É falacioso porque se baseia numa pre-concepção feminista da autora e numa análise histórica muito incompleta em vez de se basear em dados quantitativos e mensuráveis. Assim, para se fazer este debate desde o início, sugiro o seguinte estudo de comportamento animal (que se poderá transpor para o comportamento humano)

1. Vamos tirar ocitocina e prolactina a uma variedade de bichos! Sugiro cães, ratos, vacas e primatas. Não o podemos fazer em humanos porque os humanos têm pré-concepções culturais (até agora desconhecidas nos bichos)
2. Ah espera, sem ocitocina e prolactina não há gestação nem lactação. :< Por isso.... Vamos administrar substitutos sintéticos!
3. Momento do parto! O animal tem comportamento maternal? Se não significa que o comportamento depende das hormonas. Se sim, temos um novo mistério!

Simples, rápido, eficiente e acho que não é assim tão caro. Vou ver se o meu prof me deixa fazer isto (ou se já existe, o que é provável)

Foi uma leitura que tendo o seu interesse me deixou raivosa pela falta de objectividade. Mas aprendi que Freud era um machista incompetente. Ah, e o livro tem montanhas, catadupas!, de erros de tipografia.

Fica a questão interessante: "Porque é que o meu pai me deu este livro para ler?"

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