A Flor Oculta
Pearl S. Buck
1952
Romance
Vou começar por spoilar aquilo que a minha mãe me spoilou a mim. Preparados?
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O livro chama-se A Flor Oculta porque ela fica grávida
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Bem, agora que já tirámos este peso do peito vamos falar um bocadinho de Pearl S. Buck. Esta senhora é um Nobel e um Pulitzer. Era sinologista e estudava a China. Trabalhou com mulheres violentadas e escravizadas e a sua literatura ajudou o mundo ocidental a compreender o Oriente, nomeadamente a China. Este livro é, por acaso, sobre o Japão. Sobre as relações entre homens e mulheres e famílias no Japão, comparadas com as dos Estados Unidos. Isto tudo caracterizado pelo infeliz casal da Japonesa Josui e de um soldado Americano que se apaixona por ela para se fartar dela logo a seguir.
Não é um livro bonito. As imagens que evoca estão descritas como bonitas, mas parece que lhes falta algum tipo de sentimento e que, por isso, as palavras não são imagens, são só palavras e não têm significado. Aliás, todo o livro está escrito de uma maneira tão fria e afastada que por mais que uma pessoa tente identificar-se com os personagens não consegue. É como se os personagens fossem fotografias tipo passe. O essencial está ali, podemos identificar aquela pessoa em qualquer sítio. Mas se fosse um nu artístico ficaríamos a saber exactamente o mesmo sobre essa pessoa mas com uma emoção associada. É isto o que falta neste livro, o que tornou a leitura uma experiência bastante frustrante.
Sendo um dos livros preferidos da minha mãe, espanta-me como ela gosta tanto destes livros que falam do Japão. Se calhar tenho a quem sair. Já com o David Bowie foi a mesma coisa.
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