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9.9.11

A Rapariga de Pequim

A Rapariga de Pequim
Chun Shu
Biografia/Romance
Livro
2003

 Este foi o segundo livro que ganhei no passatempo da Editorial Presença e Facebook. Decidi-me por ele porque a capa parecia interessante, com uma miúda toda alternativa. Pensei que fosse falar sobre esse assunto que me interessa profundamente, que é a moda alternativa e o mundo da música underground. E fala mais ou menos disso, mas não de uma forma que me agradasse.

 A Rapariga de Pequim é uma biografia romanceada de uma certa jovem de 16 anos que se sente incompreendida no mundo da China actual. É uma rapariga que acha que se distingue de todas as outreas, que acha que tem um grande talento para a escrita... Coisas que todos os adolescentes acham em alguma parte do seu caminho.

 Infelizmente, o livro não está especialmente bem escrito. É vernáculo e simples, mas há tantos nomes e acontecimentos que uma pessoa se perde facilmente. É difícil de acompanhar e de visualizart as situações. De vez em quando há grandes momentos de pseudo-literatura e poesia, mas estão mal escritos, infantis, pouco polidos. Não admira que tantas editoras tenham recusado este romance à primeira vista e é uma surpresa para mim como foi traduzido em tantas línguas. Aproveito a deixa para dar os parabéns à tradutora, que fez um excelente trabalho ao passar isto do Chinês para o Português.

 Outra coisa que me confunde intensamente neste relato é a "infelicidade" da criatura em causa. Ela não gosta da escola, mas também não se esforça por se adaptar, tal como todos nós fizemos. Ela não se sente amada, mas não aproveita o facto das pessoas gostarem dela. Sente-se incompreendida pelos pais, mas não há uma única tentativa de diálogo. Assim sendo, a imagem que passa é a da uma adolescente mimada e estúpida, favorável a uma prostituição materialista. Seria ela mais feliz se em vez de ter encontrado o guitarrista de uma banda "fixe" tivesse encontrado um sugar-daddy bem parecido.

 Senti-me quase tentada a escrever-lhe, agora que ela já está na casa dos 20, e explicar-lhe isto, mas não vale a pena. Ela já conseguiu o que queria, que era editar o seu romance e ter dinheiro para comprar muitas roupinhas da moda. É triste a forma como este livro apenas caracteriza a decadência da adolescência na China. Se todos os adolescentes Chineses forem assim, não há grande esperança para esta emergente potência mundial, pois irá colapsar pelo materialismo tal qual os Estados Unidos.

 Um bom aspecto é que o livro me deixou curiosa sobre a música alternativa, rock e punk da China. Ainda não encontrei nada, mas se alguém souber de bandas interessantes por favor que me diga, porque quero mesmo ouvi-las.

1 comentário:

  1. Olá Lady, encontrei o teu comentário a este livro por acaso mas ainda bem que o encontrei... É que eu pensava que era só eu que achava este livro não era bem aquilo que proclamava ser.
    Conhecendo eu um bocadinho da cultura chinesa e também um pouco do dia a dia deles (porque estava num curso relacionado com a China e vivi lá durante um ano) ao ler este livro fiquei muito desiludida com a forma como é descrita aqui a suposta juventude chinesa.
    A Chun Shu é claramente uma jovem que vem de uma família com posses e que se insere no que podemos chamar " pequenos imperadores" da China, são aquelas pessoas que já têm tudo e como nunca tiveram necessidade de lutar por alguma coisa, tornando-se fúteis e egocêntricas. Estas pessoas existem sim, mas não a maioria. Muitas pessoas não têm dinheiro para estudar e quando tentam lutar pelos seus direitos (nem que seja o direito de cultivar a sua terra) são presos.
    A Chun Shun é simplesmente uma menina mimada, uma punk wanna be que teve a sorte de publicar um livro que se identificava com muitos chineses(aqueles da classe social dela). Infelizmente os problemas da sociedade e dos jovens chineses não são tão ridículos como os dela.
    Em relação aos poemas e se pensares com a mentalidade chinesa, aquilo que ela escreveu faz sentido, mas traduzido para outros países, principalmente para o ocidente, não tem muita lógica. Como este livro teve o sucesso que teve não sei....

    Quanto a bandas chinesas, eu conhecia algumas mas sinceramente já não me lembro dos nomes sequer, mas sei o nome da banda mais famosa de lá, são os Tang Dynasty e são considerados como a primeira banda de heavy metal chinesa.

    E pronto, acabo assim o meu longooo comentário com muita felicidade por ter encontrado alguém que tem a mesma opinião sobre esta "treta" (e desculpa-me o termo) de livro!

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