Festival Iminente
Música
Fui convencida a ir este festival, atraída pela presença da coisa musical que mais gosto no momento, que é o Conan Osiris. Este festival decorreu no outro fim de semana, num lugar misterioso para muitos mas que entretanto se tornou no "hub criativo" do Vhils.
Que, por sinal, detesto tanto em conceito como em execução, mas deixem estar.
Ora, este local é o Panorâmico de Monsanto, antigo restaurante que - falido - deu lugar a um ponto de encontro de mitra pintora no geral, que decorou as paredes com a sua melhor arte, por vezes muito bonita, muitas vezes muito doentia. Vhils fez o "excelente" trabalho de depurar tudo e fazer o lugar um sítio seguro, sem cantos escuros a cheirar a xixi e cheio de arte bonita, filosófica e altamente produzida, que de streetart só tem a característica de estar numa parede. Portanto, gosto de algumas coisas que estão pelo pequeno recinto, mas o ver as grandes produções da arte urbana deixa-me doente.
O lugar era bastante pequeno e a oferta musical um pouco apertada, apesar de variada. Esperava que o festival tivesse mais actividades para além da música, pelo que depois dos concertos que queríamos ver ficámos todos um pouco perdidos sobre o que fazer.- Deu-se a conclusão de irmos embora mais cedo, perdendo assim o espectáculo surpresa protagonizado por Fat Boy Slim! AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Vimos os dois primeiros concertos do palco exterior (o da cave era claustrofóbico e agonizante) . Conan Osiris foi o primeiro e, sem dúvida, um nome para tomar atenção. Um concerto cheio de energia e danças bizarras, com uma potência na palavra e na acção, com um sentimento estranho de pertença e afastamento ao mesmo tempo. A presença em palco de quem nem tem um album oficial é surpreendente e a resposta aos desafios do artista sempre mais exigente, o que fez com que o concerto fosse uma experiência brutal de dança e agressividade concordante nas letras das músicas.
O segundo foi o Bonga, um concerto muito divertido porque o próprio senhor é muito divertido. Com o seu reco-reco mágico, pôs toda a gente sob o efeito dos venenos da tarântula, em que a impossibilidade de nos pararmos de mexer estava igualada à vontade de praticar uma maior expansão corporal, vocal e - diria mesmo - mental. A disponibilidade do senhor para nos aturar motivava a que o público se sentisse em casa, na casa do Bonga.
Depois fomos comer um cachorro. Zona de alimentação bastante bem feita, com muita variedade e muita variedade vegetariana. Um pouco demorado, é verdade, mas um lugar agradável para comer.
Um festival engraçado, com uma boa oferta, embora a filosofia por trás da ideia seja um pouco torta demais para o meu gosto. A voltar.
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