Chick Corea & Herbie Hancock
Concerto
Fui a este concerto por mero acaso. O amigo do outro dia convidou o Qui para partilhar um bilhete com ele. Como eu tinha curiosidade em ver este concerto e agora tinha companhia, comprei um bilhete em segunda mão. Descobrimos depois que eles tinham para a Plateia VIP e eu estava na Plateia em Pé.
Este é um festival para pessoas mais velhas, ao que parece. Num lindo lugar em Oeiras, os Jardins do Marquês de Pombal, está instalado um palco e várias banquinhas de comidas e bebidas. Correu tudo bem à entrada, mas rapidamente a frase mais ouvida passou a ser "isto tem muito má organização". Para começar, só havia uma (UMA!) casa de banho para aquela gente toda. Estava fora do recinto, tinha de se sair mostrando o bilhete e depois entrar pela fila principal, mostrando o bilhete outra vez. Mais filas se encontravam na entrada para as plateias, sem se perceber onde começavam e terminavam, demorando eternidades a avançar. E, afinal, a Plateia VIP não tinha nada de VIP, era só um pouco mais à frente que as outras!
Quando nos separámos, fui em busca de comidas, pois tinha jantado bastante mal (e feito uma pequena birra por causa disso, perdoem-me!) mas não achei nada que pudesse comer. Então, pedi um copo de vinho. Achei um lugar na zona dos restaurantes onde, por uma abertura numa sebe, conseguia ver o palco e os artistas em primeira mão. Aí me mantive a primeira parte do concerto. Seguidamente fui comprar uma garrafa de água, perdendo o meu lugar no processo para uma nojenta que já estava a olhar para ele há milénios. Por isso, fui para a estátua do mal (uma espécie de castelo maléfico), onde comi umas pipocas oferecidas pela organização e vi o concerto mais de perto.
Quanto a este, foi excelente! Maravilhoso! Estes dois têm uma técnica, uma inspiração, completamente fabulosos! As peças eram conhecidas, mas com um twist ou outro que as tornava completamente diferentes. Dominando os pianos com uma mestria impecável, os dois conversaram durante quase duas horas, levando o público a viajar por um universo de imaginação e memórias.
Conseguiram até colocar o público a fazer as vezes de coro, brincando connosco, interagindo de forma muito simpática e demonstrando estarem felizes por estarem ali. Falando em brincadeiras, também houve muito disso na música. De quando em quando, umas tonalidades electrónicas faziam-se sentir, uma espécie de jam não organizada mas que, por alguma razão, funcionava sempre bem.
Um concerto excelente e único, uma oportunidade que não podia perder!
Sem comentários:
Enviar um comentário