Auto da Compadecida
Ariano Suassuna
1955
Peça
Há quantos anos não lia eu, por puro gosto, uma peça de teatro? Acabei com a minha pausa e, devo dizer, adorei sumamente este pecinha brasileira!
Este texto é muito importante em termos sociais e literários, pois mistura elementos clássicos do teatro Vicentino com mitos e histórias típicas do Recife brasileiro. Tudo isto com uma inteligência e graça que surpreenderão até os mais cépticos! :)
Tudo começa com uma aldrabice, em que um homem muito malandro cria - para seu próprio proveito - o testamento de um cão falecido. A partir daí só acontecem desgraças, que irão depois ser julgadas por deus e diabo, tendo a Compadecida como advogada.
O desenvolvimento das trapaças é subtil mas, ainda assim, muito bem pensado. Assim, cada um dos momentos da peça iria dar origem a uma série de gargalhadas descontroladas.
Se fosse eu a encenar esta peça (confesso que tive vontade), usaria um cenário minimalista com ciaxas e estruturas quadradas, alteraria um pouco o texto para dar mais uns momentos de piada e, sobretudo, faria o Encouraçado altamente efeminado, porque acho que isso seria hilariante. :)
Uma pena que esta peça seja praticamente desconhecida dos portugueses, porque é mesmo muito cómica!
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