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18.10.15

O Senhor das Moscas

O Senhor das Moscas
William Golding
1954
Romance

Este livro trata-se de uma alegoria, uma sequência de simbolismos que tencionam analisar a humanidade como ser social. No entanto, não posso dizer que o tenha apreciado muito, talvez pela fraca tradução brasileira que me foi apresentada (nada contra traduções brasileiras, há muitas que são excelentes! Mas esta, neste caso em específico, era um pouco medíocre)

Um avião cai numa ilha misteriosa onde há todas as coisas necessárias a uma vida feliz. Dentro desse avião, são os sobreviventes um grupo de crianças de um colégio inglês. Para onde vão e de onde vieram é um mistério, interessa apenas para o caso que elas agora estão aqui. Dividem-se em vários grupos, cada um representativo de um elemento: a ordem, o caos, a neutralidade científica. Quando aparece um misterioso "Bicho", o "Senhor das Moscas", há uma fissão entre os grupos e a selvajaria e morte começam.

Em análise, poderia dizer que o "Bicho" nasce não só do acaso mas da própria busca da morte e do mal perpetrada pelos representantes do caótico. Nota-se uma evolução nas características destes personagens a partir do momento em que matam os porcos pela primeira vez e, assim, crescem em selvajaria até ficarem totalmente descontrolados, numa espécie de anarco-fascismo infantil que tem como visão pura o divertimento e hedonismo. No entanto, não faz sentido para mim que o representante do "místico" fosse destruído tão cedo na história, sobretudo depois de ele compreender quem é o "Bicho" e qual a fonte dos desentendimentos. Afinal, num momento de caos as pessoas tendem a virar-se para elementos religiosos, mesmo que abandonem a ciência. Neste caso, aconteceram os dois.

Assim, com estas incongruências, não creio que o narrador tenha feito um bom trabalho em estabelecer um paralelismo com a realidade humana. Para além disso, está tudo escrito de forma pouco clara, com alguns momentos confusos nas descrições e diálogos extremamente abstractos que não levam a conclusão nenhuma. Talvez isso seja uma forma de caracterizar, também, os momentos ilógicos desta vida na ilha (que também não parece nada provável, porque a ilha tem tudo e não tem qualquer perigo).

A forma como as crianças abandonam a sua humanidade para se dedicarem à diversão pareceu-me a parte mais realista de todo o livro pois, como sabemos, as crianças não costumam pensar de forma muito madura ou lógica, apesar das tentativas de alguns personagens.

O final foi, felizmente, satisfatório. Por momentos pensei que iam todos morrer na ilha. Ainda assim gostaria de ter sabido o que aconteceu a todos depois de serem resgatados.

Sem dúvida que é uma obra que merece ser de leitura obrigatória nas escolas, pois para além da alegoria que pode ter interesse está escrito de forma simples o suficiente para poder ser compreendido por todos. Mas, pessoalmente, não é o tipo de livro que tenha vontade de reler um dia. Talvez ver um dos filmes.

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