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15.6.15

Ghost in the Shell: Arise - Alternative Architecture

Ghost in the Shell: Arise - Alternative Architecture
Kazuchika Kise - Production I.G.
Anime -10 Episódios
2015
6 em 10
 
Esta é a série em que vem a culminar a recente prequela de Ghost in the Shell, Arise. Para saberem mais sobre os primeiros três filmes (ainda não vi o quarto e último), cliquem aqui. Para além disso é o primeiro anime desta season da Primavera a terminar, com apenas dez episódios.

Como saberão, eu sou uma fã inveterada de Ghost in the Shell. Tanto que, mesmo não achando os filmes anteriores tão bom como o franchise original, escolhi o design da Major neles referido para integrar a minha lista de cosplays futuros (podem ver aqui). Para esta série tinha expectativas elevadíssimas. No entanto, não fiquei menos que desapontada. Alternative Architecture acaba por ser uma interpretação pouco feliz do tema, ignorando os elementos originais que tornavam GitS no pilar do género cyberpunk.

Sucedem-se várias histórias que têm como tema central a criação, com os seus altos e baixos, da equipa que doravante será liderada pela Major Makoto Kusanagi. São pequenos mistérios, policiais, bastante simples e directos, sempre resolvidos por uma invasão da "rede" pela parte dos personagens, que nela descobrem o essencial para resolver o problema. Isto está de tal forma esquematizado e estereotipado que tudo acaba por ser um pouco previsível, por mais reviravoltas que existam entre os personagens. Estes são apanhados desprevenidos pela formação da equipa, tendo prestações pouco sólidas ao longo de todo o anime. Para começar, isto é uma prequela, pelo que todos deveriam ser mais jovens. Ninguém, com excepçã da Major (coisa que nem faz sentido, visto que ela é um robot) e Arakami, está mais novo. Estão todos exactamente iguais. E isso revela-se também nas suas experiências de vida. Todos têm os sentimentos que terão nas séries mais para a frente, como se tivessem vivido todas as coisas que já se passaram antes delas. Há uma grande confusão entre lealdades e traições, que acaba por ser inconsequente dentro do contexto de cada história.

Outro aspecto que não apreciei foi o facto deste anime se ter tornado, essencialmente, numa simples série de acção. Grande parte do tempo, que poderia ter sido usado para debater elementos como a própria filosofia do universo ou o desenvolvimento dos personagens, é gasto em tiroteios, lutas de artes marciais e perseguições de carros, motas e camiões em chamas. Para mais, existe aqui tecnologia e conceitos que não existem nas sequelas, o que não faz sentido: se estamos no passado, como podem existir coisas que não existem no futuro, considerando que são mais evoluídas que estas e não relíquias perdidas no tempo?

A animação é um ponto forte, mas na verdade não escolhi este anime para ver para observar grandes coreografias em cenas de lutas. Não há qualquer tipo de experimentação, ninguém teve coragem para pisar o risco e para fazer algo de diferente, conforme um franchise deste género mereceria. Para mais, sendo praticamente todas as cenas passadas em ambiente nocturno, as cores estão demasiado escuras e muitas vezes é difícil de perceber quem está aonde e porquê. Talvez a melhor parte da animação seja a sequência de abertura, que é sem dúvida interessante.

Também o é a música. Fazendo uso de uma electrónica simples, mas eficiente e sólida, a banda sonora acaba por ser o único elemento que nos remete para o universo cyberpunk de que nos lembrávamos. Temos várias músicas, variadas, que insistem no mesmo tema, que acaba por ser a única relação desta série com o passado.

Assim, temos um Ghost in the Shell insípido, que não nos faz pensar, que talvez deva ser entendido mais como uma nova versão do original e não como a pretendida prequela. Talvez seja uma série boa para uma nova geração incapaz de gerar pensamentos e debatê-los, mas continuarei sempre a recomendar o filme original e o Stand Alone Complex.


 

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