As Cadeiras
Eugène Ionesco / Teatro do Bairro
1953 / 2019
Teatro
Eu sou muito fã de Ionesco, por isso quando vi que o Teatro do Bairro ia interpretar "As Cadeiras" no nosso Teatro Azul fiquei ansiosa e comprei logo o bilhete.
Um casal de velhos muito velhos vive isolado numa ilha. O senhor tem algo muito importante para dizer, por isso contrata um Orador para dizer isso a uma multidão de convidados. Ora, os convidados vão chegando e para eles é preciso cadeiras. Mas, devo dizer, só há três actores nesta peça... Portanto, o palco vai-se enchendo de cadeiras.
Esta é uma peça sobre a solidão da idade, sobre o passado e sobre o que o passado tem para dizer ao presente. Isto é: nada. E é esse nada que é tão cómico como comovente, fazendo desta peça uma tragédia de ideias e de conceitos.
Senti, apesar de tudo, que as interpretações estavam um pouco tremidas, sendo que o actor hesitava muitas vezes antes de falar, coisa que não sabemos se seria fruto do esquecimento e do barulho das luzes ou se, por outro lado, faria mesmo parte da sua interpretação do personagem. O amgiente também não ajudou, sendo que havia uma pessoa no público que passou a peça inteira a rir-se histericamente e vários ruídos de fundo iam surgindo fora de horas.
Ainda assim, adorei ver esta peça. Espero poder ver mais vezes Ionesco interpretado na nossa cidade. :)
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