Synecdoche New York
Charlie Kaufman
2008
Filme
7 em 10
Um estranho filme que nos faz pensar e reavaliar o nosso próprio conceito de narrativa.
Um encenador de teatro começa a fazer uma peça impossível. à medida que a sua saúde se vai deteriorando e as relações à sua volta se começam a desfazer, a sua peça toma proporções ilógicas, em que cada um dos intervenientes da sua vida tem cópias seguidas de cópias a viver uma vida de cópia copiada de uma cópia.
No final, a minha interpretação vai de encontro ao facto de que este é um sonho imediatamente antes do momento final, em que todos os medos e traumas do personagem são visitados da forma mais absurda e perturbadora possível. Existem muitos símbolos misteriosos (a figura materna, a casa em chamas...) que requerem alguma interpretação mais completa, mas à primeira vista fiquei com esta sensação.
Noutro aspecto, fique uma nota para o brilhantismo do trabalho cénico e para o talento utilizado na maquilhagem. Temos aqui actores que se repetem a si mesmos em espaços que se repetem a si mesmos, assim como na estrutura de um pesadelo real.
A música também contribui em muito para este sentimento de pavor constante, sendo que tem muitas peças memoráveis.
Um filme que se estranha, mas que depois se entranha.
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