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17.1.17

Objectos Cortantes

Objectos Cortantes
Gillian Flynn
Romance
2006
Surgiu a oportunidade de ler este livro através do BookCrossing, onde foi sugerido como um bom thriller ligeiramente horripilante. Estava com saudades de ler algo deste género mas, infelizmente, ainda não foi este livro que me encheu as medidas.

Uma jornalista que se afastou da família há muito tempo é escalada para ir à sua cidade natal para que investigue dois assassinatos de crianças que poderão estar (ou não) relacionados. Lá, terá de reatar relações com a sua perturbada mãe, sempre assombrada pela morte de uma irmã mais nova, e conhecer uma outra irmã ainda mais nova, sendo que ao mesmo tempo tem de evitar a todo o custo as más línguas desta cidadela pequena.

A história seria interessante se não fosse plenamente previsível para alguém com conhecimento do Síndrome de Munchausen by Proxy (nomeadamente, eu). A evolução do mistério caminha toda para esta evidência e para a revelação final, para a qual é dada uma dica muito estragativa na própria sinopse do livro. Tendo isto em conta, teremos de nos apoiar nas personagens para que possamos ter uma narrativa plena.

Infelizmente, a autora peca por exagero na caracterização das suas personagens. A personagem principal, sendo naturalmente fraca, tem sempre uma inclinação para explorar ainda mais a sua própria fraqueza, sendo que todas as conclusões tomadas ao longo do livro parecem coincidências. Isto é, aparentemente a personagem não faz absolutamente nada para que consiga descobrir o fio à meada, sendo que este lhe aparece subitamente por conversas com conhecidos e amigos. Para além disso, para uma personagem tão perturbada com a sua imagem, a vida sexual que se apresenta no livro é plenamente exagerada e, simplesmente, desnecessária. Parece que há aqui uma dicotomia do "rapaz bom-rapaz mau", tão habitual de um livro para a adolescência... Noutro campo, as outras personagens também estão exageradas a um nível que ultrapassa o realismo exigido pela narrativa. A mãe é sempre vista como absolutamente psicótica, embora ninguém (aparentemente) dê por isso. A irmã mais nova tem, aos treze anos, uma vida arrebatada pelas drogas e sexo, o que parece altamente improvável tendo em conta o universo em que vive.

Finalmente, a tradução é muito inexacta em alguns pontos (por exemplo, chamaríamos "E" em vez de "X").

Foi uma boa tentativa, li este livro de uma assentada, mas bem vistas as coisas ficou bastante aquém do que tinha esperado.

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