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7.7.15

Kurt Cobain: Montage of Heck

Kurt Cobain - Montage of Heck
Brett Morgen
2015
Documentário
7 em 10

Sábado passado, 4 de Julho, foi o dia de aniversário da minha alma mater, Gackt Camui. Tinha grandes planos para celebrar a data, que tiveram de ser cancelados, para minha grande tristeza, por falta de quórum. Assim, em vez disso, vimos o mais recente documentário sobre o representante musical de toda uma geração, Kurt Cobain, vocalista dos Nirvana e seu impulsionador maior.

Note-se que eu não conheço nada sobre os Nirvana. Não era o tipo de banda que aparecesse na revista Bravo. E eu não ouvia rádio. Bolas, na altura eu não sabia nada sobre música. Assim, fui apresentada a este documentário, o primeiro "oficial", autorizado pela família do artista, sem ter qualquer noção sobre o que se passou realmente nestes inícios de 90s. Depois deste visionamento, fiquei com vontade de saber mais sobre a música deles e estou neste momento a tirar para o computador a discografia completa (que, apesar de tudo, não é muita)

Este documentário explica a vida de Kurt Cobain desde a sua infância, tentando analisar o que é que correu mal e o levou à decisão irrevogável final. É-nos apresentada uma criança frágil, desde cedo incompreendida pelos pais, que o evitaram e impediram a sua progressão enquanto adolescente normal, que teve de recorrer à libertação das drogas para se sentir incluído num grupo. Rapidamente, é excluído e volta a encontrar maneira de se manter à tona através da criação musical e artística. Foi a partir daí, desse sentimento de exclusão e depressão constante, que nasceram os Nirvana e o hino que marcou uma geração que imediatamente se identificou com os problemas de Kurt.

Mas os problemas eram mais do que um fanatismo adolescente. Tudo isto é explicado pelos desenhos, que estão animados ao longo do filme de forma muito original, que demonstram cada vez mais agressividade e ansiedade. Existiram figuras ao longo da vida de Kurt que o tentaram ajudar, mas o dinheiro não era o suficiente para o tão necessário psicanalista. Era suficiente para uma outra forma de tratamento: heroína. Isso perturba uma pessoa de tal forma que ela pensa que está bem. Foi o que aconteceu e o que é mostrado, em vídeos caseiros cada vez mais perturbadores. Aparenta ser uma broa horrível.

O filme mostra Kurt Cobain como uma pessoa frágil e doente, que merecia ter sido ajudade e que, no auge do seu sucesso, podia ter sido ajudada. Mas o amor dos fãs, reflectido também no seu ódio, não conseguiu fazer nada por ele. Pelos vistos não é suficiente e isto é uma concepção assustadora.

O filme tem muitos momentos de animação, para além dos desenhos, que mostram o artista em várias fases. Pessoalmente, não apreciei muito estes momentos. Com uma estética que recorda os meandros da banda desenhada independente, senti que uma produção diferente, mais crua, insistindo mais em sombras e cinéticas, poderia ter dado um efeito mais poderoso a estas situações.

Finalmente, é um documentário puramente musical. Não insiste nos grandes sucessos, fazendo paralelismos a outras versões que, dentro do contexto, funcionam muito bem. Para quem é fã dos Nirvana, é uma delícia para os ouvidos. Para quem nada sabe, é motivo para despertar curiosidade. Se há quem odeie... Bem, talvez não devam ver este filme.

É um documentário intimista, sobre uma pessoa enquanto ser humano, não como figura de proa de uma banda famosa. É o tipo de filme que causa tristeza perante a inevitabilidade dos acontecimentos. E vontade de estar lá.

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