Fórum da Interculturalidade
Concertos
A ideia inicial era ir ao Outjazz, nos jardins perto da Torre de Belém. Lá chegados, eu e R., sentámos e chegámos à conclusão de que era um ambiente que nos causava horror e pavor. A música lembrava aquela que se ouve quando passa um carro com o som muito alto e os visitantes do evento metiam medo. A única parte agradável era ver os cães a brincar.
Por isso, fomos em direcção à Praça de São Paulo, perto do Cais do Sodré, onde os amigos de uns amigos iam dar um concerto. Após uma fastidiosa viagem num eléctrico que cheirava a chouriços, instalámo-nos na praça à espera de que acontecesse alguma coisa. Enquanto estivémos sozinhos, a música africanizada foi dolorosa. Assistimos a algumas coisas engraçadas, como discussões entre cães e um senhor velhote a dançar, que estava a ser filmado por um outro cota mais gordo. Se calhar devíamos ter dito alguma coisa ao operador de câmera, que não estava a ser nada discreto. Mas tenho esperança de que a gravação não seja para ser colocada em fóruns anónimos com os ditos "vejam este cromo a dançar", mas para um projecto artístico ou qualquer coisa.
Reparámos que uma varanda tinha um anjo assustador e mutilado.
Então chegaram os amigos de amigos e fomos para a frente para ver o tal concerto. Sentámo-nos em cadeiras de plástico. Foi uma tarde já nocturna agradável em certa medida, pelo convívio providenciado por umas garrafas de Don Simon, mas falemos então dos concertos.
Jazzopa
Djaly Bintou Kanouté
Passamos para músicas próximas do tradicional da Guiné-Bissau. Não sei o que dizer pois, confesso, não estava com muita atenção. Procurei esta era para buscar alimento, que fui encontrar numa das banquinhas da comida intercultural. Esta era a do projecto "Renovar a Mouraria" e comi uma tal de "Massa Moura", sem cogumelos. Quanto a esta senhora, achei que cantava muito bem, tinha uma voz muito bonita. E gostei imenso da roupa que ela trazia.
Jorge Riba
Para finalizar, temos um pouco de música brasileira. Evidentemente que o público, agora mais composto, se passou grandemente durante a totalidade deste concerto, devido aos ritmos sambísticos que o senhor nos cantou. Apesar de tudo, sou da opinião de que - sendo a música brasileira tão variada - limitar-nos a este samba de escola, tão simples (mas tão eficiente) é pouco criativo. Mas gostei imenso da interpretação original da música da Amália que o artista (bom artista) cantou. Foi a única parte em que eu dancei.
Curioso o aspecto de que quando começa toda a gente a dançar, há algumas pessoas que ficam com aversão aos que - como eu - têm um peso no rabo e estão cansados e não se querem mexer da cadeira. Por isso, insistem, através de olhares, gestos e movimentos de lábios aterrorizantes, que nós nos levantemos e dancemos. Fica a nota de que cada vez que me fazem isto, menos vontade tenho de ir dançar. Considerando que o senhor operador de câmera anteriormente referido continuava, subtilmente, a filmar toda a gente... Menos vontade tinha eu de dançar. Portanto, fico parada.
Suponho que a noite se tenha prolongado, mas eu fui para casa, pois hoje (o dia seguinte) é dia de trabalho e tenho de estar fresquinha e renovada. Ainda assim, foi giro porque conheci novas pessoas muito simpáticas. :)
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