Carne Trémula
Pedro Almodovar
Filme
1997
7 em 10
Agora já estamos na fase do digestivo e eu grito "um filme do Almodovar!" Vamos ver este, diz que é trágico e tem rabos na capa.
Não é trágico. Ou melhor, é trágico mas à Almodovar. Tudo começa com um filho da puta (literalmente) que nasce dentro de um autocarro. A vida dá muitas voltas e vinte anos depois (em francês, para o estilo) ele está em casa de Elena, uma carocha, a tentar convencê-la a ir para a cama com ele. Dois polícias, um dos quais com duas garrafas de whisky em cima, invadem-lhes a privacidade, acontece um tiro. Seis anos depois (em francês) Victor - o nosso filho da puta - está fora da prisão, o polícia que apanhou o tiro está agora na equipa de basket dos paralímpicos (como este actor aprendeu a andar tão bem de cadeira de rodas é um mistério fascinante. A menos que ele tenha mesmo ficado paraplégico entre a primeira parte do filme e esta) e está casado com Elena. E a partir daqui desenvolvem-se uma série de casos amorosos com muitos rabos, numa composição estranhamente humorística como só o Almodovar sabe fazer.
É um filme que trata de relações. Relações de índole sexual, sobretudo. Que é um tema que sinceramente não me agrada por aí além. Mas está feito com tanta graciosidade que não me importei. O comportamento dos personagens pode parecer errático por vezes, mas é justificado pelos seus íntimos desejos, que nunca são revelados directamente.
Um filme sensual, para acompanhar licor de maracúja.
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