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1.7.12

Rosa de Versailles

Bem vindos a um post um pouco diferente. Isto porque estamos a fazer uma CELEBRAÇÃO. O blog faz um ano de idade e, por isso, decidi fazer uma pequena festa.


Antes de mais apresento-vos a nova banner do Não Me Apetece Estudar. Foi feita por uma bacana da Aarinfantasy, num pequeno concurso que fiz. Apresento-vos também a minha nova assinatura de fórum, que há-de linkar para aqui:





Aproveito também a oportunidade para agradecer à minha legião de fãs, em que se contam pelo menos 10 amorosas criaturas, mais uns peixes-lua adoráveis e uns gatos-pingados de raça Ragdoll. A vós agradeço-vos deixando-vos aqui um humilde par de ornintorrincos. Obrigada.




E agora, ao essencial! Como celebração decidi traduzir (de forma adaptada) a review que fiz para o meu anime preferido:

A Rosa de Versailles

Aviso que vai ser extenso, é uma review extremamente detalhada e completa. No entanto, espero que gostem. E, se ainda não tiverem visto o anime ou lido o Manga, que o venham a ver ou ler, pois são obras-primas da cultura pop Japonesa. Fica também a nota de que é o manga preferido da minha 先生!


Iniciarei os trabalhos falando um pouco da minha experiência com esta série. Comecei por ver o anime, em Francês, na televisão. Amei e nunca perdi um episódio, chegando por vezes a ver dois por dia. Entretanto vi o anime mais cinco vezes, três delas em Francês, uma em Catalão e outra no original Japonês. Devo dizer que a minha versão favorita será sempre a Francesa, pois dá uma certa autenticidade ao anime (e a voz da Oscar é de chorar por mais). Entretanto, comprei o manga, os dois volumes editados pela Tonkam (também em Francês) mais um terceiro volume de histórias curtas. O manga é certamente diferente e nesta review falarei mais directamente dele e das personagens, mas isso de certa forma também explicará os meus detalhes preferidos do anime.

Como estava com pressa na altura em que escrevi esta review, para o manga apenas, decidi colocar os pontos essenciais numa lista, que segue aqui em baixo:

1. História: Conseguiu romantizar um evento histórico de tal forma que chegamos a acreditar que aconteceu assim e não como as aulas de história nos disseram.

2. Personagens: Aconselho a leitura da próxima secção deste post para uma análise mais detalhada sobre Oscar. Sobre outros personagens, Antoinette está - pela primeira vez para o leitor médio - descrita como uma pessoa séria, mas inocente no que respeita à realidade. O que, de acordo com a história, era o que ela era na realidade. O seu marido Louis também é um personagem muito sólido, especialmente em comparação ao que o media nos mostra sobre ele. Em vez de um perdedor, ele é apenas um homem de mãos atadas. Fersen, o outro elemento importante do trio principal (Oscar, Antoinette e ele) aparece como um estranho a toda a história e penso que a sua personalidade complementa muito bem os eventos que acontecem depois da sua presença na corte. Finalmente, o meu outro personagem preferido, André. Um comentário foi feito na edição Tonkam que reparou como ele gradualmente evolui emocionalmente, enquanto a sua condição física se degrada. Pessoalmente, acho isto brilhante. Todos os personagens mostram um crescimento físico e psicológico que é raramente visto num manga shoujo, tal como no manga em geral.

3. A arte: apesar de estar povoada de flores e estrelinhas, como qualquer coisa para miúdas de 14 anos devia ser, é extremamente detalhada. Considerando a sua idade, é também engraçado ver como a autora usa medias diferentes, provavelmente apenas disponíveis para o público em geral a meio da série, e os usa para adicionar mais ricos padrões e fundos detalhados.

4. O facto de usar montes de elementos da tragédia Grega para ilustrar eventos emocionais.

5. O facto de a autora ser uma amadora. Ela de facto era uma estudante de história que olhou para o cenário do manga e pensou que as mulheres não estavam a ser bem representadas. Então criou um travesti, a única maneira encontrada na época para criar uma líder feminina forte. De alguma maneira ela é a percursora do manga shoujo de hoje em dia. Além disso, a criadora involuntária do prototipo que ira dar à luz o género que veio a ser conhecido como YAOI, ou BoysLove.

6. A carta de agradecimento da autora no final da minha edição diz "Fico muito feliz e orgulhosa haja mulheres, que eram meninas quando comecei Rosa de Versailles, a escreverem-me dizendo que elas agora são mães de meninas com idade suficiente para ler este tipo de manga e que elas recomendaram o meu trabalho" Sobreviveu ao tempo e isso é sempre algo a ter em conta.

Note-se que eu escrevi a seguinte review num vôo transatlântico de regresso a Portugal, do Brasil. E agora vou ao Brasil outra vez. Como a vida é engraçada, não é? :)

Para começar, esta avaliação de Oscar de Jarjayes foi baseada tanto no anime como o manga. Acredito que, no que respeita à personagem Oscar, mais que copiar o manga o anime completa a sua exposição. Há três pontos essenciais em que gostaria de me focar:

  • O design
  • A exposição
  • O significado e significância histórica e cultural
O Design de Oscar de Jarjayes e a sua conivência com a peça

Como calha a qualquer manga shoujo e anime, Rosa de Versailles está cheia de brilho, flores aleatórias e uma quantidade sem precedentes de ornamentos inúteis. Considerando o quão antigo o manga é e o media disponível na altura isto é fantástico, mas isso é um debate a ter numa discussão posterior. O que interessa aqui é que Oscar é uma flor contra o seu fundo. Como o nome diz: Rosa de Versailles. O seu próprio design é a personificação de uma flor em todos os seus significados. A beleza associada ao sofrimento e sacrifício, uma criatura delicada rodeada de espinhos. O design gráfico é mais que apropriado dentro do ambiente. O manga tem muitas referências mitológicas e clássicas, o que denota uma cultura elevada da autora e expõe a sua associação ao universo académico da história. Enfim, a personagem principal aparece como uma semi-deusa da guerra e do amor. Isto também aparece no anime, no retrato que ela tem pintado para si. A figura de um oficial de alta patente rodeada da beleza da natureza, entregando-a nos seus braços e sempre acompanhada pelo seu cavalo branco. Figura Diânica, a virgem que manda sobre a luta e beleza mas tem de se manter afastada do amor e dos seus desígnios mais profundos.

O outro facto importante sobre o seu design é o mais óbvio: o - provavelmente o primeiro - uso de um travesti para criar um dilema e gerar sofrimento para o personagem e, consequentemente, histórias shumarenta. Se conhecermos a história, conhecemos os porquês e os comos de Oscar e da sua opção de vestuário. Tudo começa na figura de seu pai que, frustrado por não ter ninguém para receber a sua herança, força a sua filha mais nova a seguir o caminho de um homem. Enquanto isto é sobretudo para caractgerizar o ambiente da era, podemos atirar no escuro e dizer que este pai também funciona como um complexo para Oscar que, incapaz, o vai redirigir a outras figuras masculinas, nomeadamente Fersen. Se pegarmos no seu ambiente familiar, mais problemas se adicionam. Ela é a mais nova de um rebanho de filhas e, assim, está rodeada de figuras femininas. No entanto, educada como homem, ela muito provavelmente usa este ambiente familiar apenas como modelo para as suas "aventuras femininas", como usar um vestido e... Bem, é basicamente isso. Tanto no anime como no manga a sua mãe joga um importante papel e através dela vemos que Oscar trata as mulheres com o respeito de um homem. Ela não é capaz de entender o seu próprio género e não tem outra opção senão seguir os seus sentimentos. O que é exactamento o que qualquer líder de shoujo devia fazer, mas neste caso não é por causa de uma causa maior ou dúvida amorosa, mas porque é a sua única opção. Gosto de imaginar o quão confuso terá sido para Oscar sofrer todas as maravilhas fmininas pela primeira vez, mesmo quando no fim do manga (quando ela tem cerca de 40 anos, segundo a minha matemática macarrónica) ela ainda tem traços masculinos na sua personalidade. O seu primeiro período, a sua primeira paixão, ou mesmo seios. Se para uma rapariga que é uma rapariga isto é estranho, para um rapaz que é na realidade uma rapariga deve ser um pesadelo. xD

Num todo, o seu design é perfeito não só por ser original: porque é apropriado. Mais que apropriado: encaixa. Encaixa em toda a história e faz com que esta se mova, mesmo quando a história não se centra nela. É dito por alguns críticos que a verdadeira Rosa de Versailles é Maria Antonieta. Certamente, a Delfina é a personagem central da história e Oscar é muito secundária. Mas a sua presença é tão verdadeira que a sua influência na história (e a outra história) é simplesmente necessária.

A exposição da personagem: como a evolução dos eventos muda Oscar (e a faz mais awesome)

Oscar não é o tipo de personagem que tem apenas um design excelente e um propósito original. Ela é muito moldada pela história. Se considerarmos a tragédia da monarquia Francesa como o ponto central, Oscar é aquela que a faz andar para a frente. No entanto, se considerarmos as acções de Oscar em relação a este momento histórico como o ponto central, ela é aquela que é movida por ele.

Comecemos pela sua infância. Como referido anteriormente, educada como um homem mas rodeada por mulheres, ela só tem um ponto de saída. Que é Andre, o seu companheiro de brincadeiras e servo. À medida que o tempo passa, ela cresce um bocadinho e outra pessoa aparece no jogo: Maria Antonieta. Ela aparece como o exemplo de tudo o que é frágil e belo, a coisa que Oscar tem de proteger a todo o custo e que protege até ao fim da sua própria meira. No manga eles são quase mostrados como amantes na juventude de Oscar (mas depois ela cresce, graçasadeus) mas penso que esta relação é mais como uma borboleta e a pessoa que a caça para a manter segura. No final do anime há uma libertação oficial da borboleta, uma despedida brilhantemente chamada "Adeus é Até Já" (em Francês é mais bonito) que apenas aprofunda a importância deste laço. O tempo passa um pouco mais e Fersen entra no jogo. Oscar descobre que pode ter sentimentos femininos. Estes são um pouco ignorados no anime comparando com o manga (a sério, o seu desespero é mais... Desesperado) mas em ambos Fersen é aquele amigo que todas as gajas têm: aquele que não nos importávamos de ter como amante mas que, devido a uma série de circunstâncias - incluindo o facto de algumas de nós sermos líderes do exército travestidas - é apenas amigo próximo. Então Madame de Polignac ensina Oscar como funciona a sociedade. Finalmente, as duas irmãs, Rosalie e Jeanne. Rosalie mostra a Oscar uma nova forma de amor e, de novo, leva a mais lágrimas. Oscar apaixona-se um pouco por ela, como citado do manga:

"Prometo que se fosse um homem te faria a minha esposa"

Mas, ainda assim, aceita a sua posição como protector e "onii-chan" (desculpem, tenho de usar o termo xp)

Finalmente, no leque de personagens que moldam a personalidade de Oscar, Jeanne (a irmã má). Jeanne não faz grande coisa além de espalhar veneno. De algum modo isto é muito importante porque Oscar tem de lidar com isso. A exposição da sua identidade, posição e género torna tudo mais complicado.

Depois há alguns momentos específicos da história que produzem novas facetas para o seu carácter. Desde a festa a que vai como mulher, onde ela admite firmemente o seu papel e o seu verdadeiro desejo, para a guerrilha na Bastilha onde ela finalmente aceita com um coração cheio a sua condição e nos deixa como mártir pelo amor (e liberdade também, ok). Outros momentos importantes que ajudam a expor a sua personagem são o sacrifício por Andre quando a Princessa é levada pelo cavalo (e o salvamento da Princesa também) e o primeiro encontro com Robespierre. Aqui ela evolui de simples rapariga com confusão de géneros para uma figura politicamente activa, que duvida, se questiona e participa em toda a revolução. De alguma forma a sua participação é motivada pelos seus sentimentos de amor, mas se ela nunca tivesse sabido da situação das pessoas em Paris ela nunca se teria envolvido (aposto que teria fugido para um sítio fixe, tipo Portugal, onde temos praias bacanas e vivemos felizes para sempre. Vejam, a sua natureza corajosa de proteger e amar erra na sua própria natureza. Se fugir fosse a primeira opção plausível para proteger os seus entes queridos, teria acontecido. Mas aí a história teria acabado demasiado cedo!) É também extremamente relevante que ela tenha juntado o "exército do povo" para se afastar da Rainha e de Fersen e de toda a nobreza e aliviar a sua própria dor. Durante a vivência com homens que não a respeitam por nada excepto as suas verdadeiras qualidades ela finalmente aprende a aceitar-se como é e viver com isso. Citando o anime:

"Desculpem nunca vos ter dito, mas eu sou uma mulher. Podem continuar a respeitar a minha autoridade, mas também vos é permitido partir"

Ao que o soldado mais irritante responde

"Não interessa se és homem ou mulher desde que continues a ser o nosso General"

No entanto, o que interessa mais na maneira que o personagem é coberto, é a sua relação com Andre. Ignorando o facto de que esta é uma das mais belas tragédias de amor que eu alguma vez li ou vi, Andre é o tipo que de uma forma ou de outra move Oscar. Ela não sabe disto até ao fim (no anime, mais cedo no manga). Ela originalmente move-se para proteger a Princesa, o Rei, a sua mãe, Rosalie, até Fersen. Mas no fim é Andre que a faz mover, devido à sua lealdade como servo e confiança como amigo. Como amante platónico, ele segura-a na escuridão. Assim que ele admite o seu amor, no manga, a atitude de Oscar muda: ela fica perdida por um tempo e depois aceita-o como protector. É ele que a ajuda a crescer da pessoa-que-pode-ser-um-rapaz que proteje uma princesa para a meia-adolescente que se envolve num amor impossível até à mulher madura que se oferece como sacrifífio pelo sentimento. É com ele que a maioria destes momentos acontece.

Primeiro, quando se disfarça de Masque Noir e perde a vista pela primeira vez. Oscar valoriza a sua presença e a sua vida, já que ela nunca esperava que ele se pudesse magoar, ou morrer, ou deixá-la de alguma forma. Neste momento ela até lhe ordena que nunca a deixe, admitindo que precisa do seu "servo" como muleta para sobreviver como uma mentira num ambiente social tão complexo.

Segundo, um evento apenas do manga. Num momento desesperado e meio bêbado, Andre declara-se e atira-se à febra. Basicamente, tenta violar Oscar. =D Aqui, ela aprende sobre o medo a a conclusão invitável. Não interessa o quão boa tu és com a espada ou quantas vezes lhe pontapeteaste a cabeça durante o treino. Ele vai sempre ser mais forte, porque ele é um homem. Graças a este conhecimento a sua adaptação ao novo exército é ainda mais difícil no manga.

Terceiro, quando Andre é tomado por um nobre e levado pelo povo de Paris. Ela subitamente descobre que o ama e ela própria se surpreende com isso.. Este momento significa exactamente o que parece. Quando Fersen a encontra desesperada, implorando que ele "Salve o meu Andre!", toda a gente finalmente suspira de alívio que ela tenha atingido o óbvio. Excepto Oscar, porque ela parece aterrorizada e não sabe o que fazer com o seu novo protector. Deverá tê-lo como amante como uma mulher ou deverá mantê-lo como amigo como um homem deve fazer?

Quarto, a consumação do amor. Acontece de maneira muito diferente no manga e no anime mas basicamente representa a maturidade dos sentimentos e a naturalidade do acto. Oscar demora 40 episódios e 10 volumes para descobrir que está apaixonada por Andre o suficiente para deitar fora a sua máscara de homem e continuar. No anime é uma cena maravilhosa que me moveu até às lágrimas de todas as 6 vezes que a vi, rodeada por uns pirilampos numa floresta, uma entrega à natureza apropriada à sua figura Helénica. No manga, é mais planeado, o que funciona muito bem como destruição da fachada.

O evento final é a morte de Andre. Acontece em várias cenas. A sua morte, logo depois de terem decidido "vamos só tomar a Bastilha e depois casar e ter uma ninhada de crianças". As tentativas de o ressuscitar e o desespero. O seu funeral e a decisão de Oscar: sem o seu amor não há nada mais na Terra pelo qual viver. O momento mais maravilhoso do anime é, para mim, aqui. Num flashback narrado por um soldado inimigo, ela luta com os Guardas e eles matam o seu cavalo. O narrador diz:

"Acabámos de lutar contra um bravo General inimigo na ponte. Quando seu cavalo caiu e ele perdeu a sua pistola, puxou da sua espada e lutou corajosamente matando muitos. E enquanto o fazia, os seus olhos estavam brilhantes de desespero e solidão, e parecia que choravam."

E acho que é tudo: Oscar existe não só por si mas através de outros. Isto é outra coisa que torna a sua personagem maravilhosamente criada.

A significância do personagem no mundo exterior

Citando o prefácio do meu manga:

"Agora os guias turísticos do Palácio de Versailles saberão porque é que tantas raparigas perguntam "e Oscar de Jarjayes?" nos tours.

Se isto não diz tudo não sei o que faça. Oscar está tão bem feita que parece real. Tanto que eu pesquisei metade da internet para me convencer que ela era fictícia (e mesmo agora não estou bem convencida).

É um modelo maravilhoso para tudo o que uma líder de shoujo devia ser e é lembrada mesmo pelas pessoas mais improváveis: no Museu dos Coches um dos guardas é um fã tão grande de Oscar que faz cosplay de Guarda Real Francesa dentro do museu. Noutra ocasião estávamos na aula de Japonês a debater sobre os nossos animes preferidos e quando referi "Versailles no Bara" a nossa professora gritou de alegria e partilhou que leu o manga durante a sua adolescência e que Oscar ainda é a sua personagem de manga preferida. Socialmente, esta personagem foi uma revolução, uma mulher feita de coragem que viveu pelos valores mais altos.

E o meu impacto social favorito... O protóptipo de shounen-ai. Finalmente, não mais a líder feminina chata. Agora temos uma mulher que se parece horrivelmente com um homem. Ela tem todas as características tanto de um um personagem masculino ou da nossa meina do anime, a personalidade do primeiro associado às dúvidas e emoções da segunda. Muitas críticas debatem que Oscar foi aquela que abriu o caminho para o género BL. E isso é fantástico.

Em conclusão, Oscar é uma personagem fabulosa tnato nas suas características inerentes como na sua influência social.

Vou agora adicionar alguns dos meus screenshots preferidos da série de anime. Reparem que são screenshots do Panda! Eu tinha televisão no pc. :3








Fica também a tradução da tradução das notas editoriais do meu manga. Não adiciona muito mas adoro a maneira como o escreveram.

Apresentação dos personagens
Oscar

Oscar François de Jarjayes, sexta filha do General de Jarjayes. Para continuar a tradição da família, Oscar é criada como um rapaz. Ela cresce com Andre num ambiente familiar e a sua amizada cresce até ao dia em que se transforma em amor. Tornada Capitão da Guarda Real, ela continuará o seu dever com coragem, resignação e fervor. Promovida a Coronel, ela vai fazer uma escolha clara pelo seu destino e assumir o que o seu pai decidiu para ela: ser um soldado. Se o corpo trai a personagem, as duas almas são ambíguas: uma é constantemente atenta, uma de dever, e tenta fugir da outra de forma a cumprir o seu dever; a outra alma é a da mulher que vive em Oscar e que apenas se vai revelar no final.

Oscar é a dualidade: duas almas num único corpo.

Descobrindo o amor, o seu coração entrega-se a Fersen, mas como ele não devolve nada sem ser amizade ela acaba por dizer adeus. É aquilo que ela acredita ser amizade por Andre que se transforma em amor - destino cruel para esta mulher que, se não olharmos mais longe, está errada na sua vida! As suas escolhas de trabalho, amizade, amor, tudo está errado. Ela perde para a Revolução, ela muda de lado e enfrenta a realeza, ela ama Andre. Mas a mudança não pode durar moite, pois a morte chega.

(...)

Reflecções

Vício e Versailles, um certo olhar sobre uma era

O que vem de Lady Oscar é o estudo da vida na Corte, a aristocracia que planeia maquinações diabólicas e vinganças maquiavélicas.

Pelo final dos 90s, o filme de Patric Leconte "Ridicule" trouxe uma quadra adicional à valsa de Chateleaine, em que Lady Oscar poderia ter sido uma nota musical magnífica. O conhecimento médico muito pobre da era adicionou anos de vida felizes à vida de homens e mulheres da época. Por isso viveram rapidamente os seus tempos, como se nunca os pudessem concluir. Os seus espíritos preversos tornaram-se em maquinações absurdas e crueis e, nessa era negra, a sombra da Revolução aparecia muito melhor que hoje. Para isso, nada melhor que dinheiro e poder. E para obter o poder só tendo nascido com riqueza e sem qualquer traço de humanidade, não pensar em mais ninguém e nunca hesitar. Oscar, ela vai tentar to lutar contra estas terríveis vinganças, os traidores mais baixos, consolar as vítimas do drama, castigar os culpados, etc. Assim é o seu partido, com os oponentes inevitáveis - A sua vontade de mudar a forma das coisas, de as tornar melhor, leva-a a acções igualmente perigosas, mesmo homicidas, guiadas pelos seus sentimentos pessoais e emocionais na direcção das causas justas e mais nobres que nobres. Oscar é uma heroína que pode ilustrar os dias de hoje: escolher entre o destino e o dever, entre a condição e poder, entre as suas próprias escolhas e o seu trabalho, ou mesmo, adaptando aos nossos dias, entre o trabalho e família.

A Rosa

Como Andre irá dizer a Oscar: "Branca ou vermelha, uma rosa é sempre uma rosa!" Quer leve um vestido ou um uniforme, ela ainda é a mesma. A rosa representa a essência do efémero: ela nasce, cresce, floresce, mas rapidamente desaparece e é condenada a ver as suas pétalas levadas pelo vento. Esse é o destino de Oscar. Ela cresce e torna-se no homem pelos bons homens e mesmo mulheres... Ela vai desaparecer, levada pela mão do destino, e as suas memórias serão levadas pelo vento até sobrar apenas um sussurro.

Uma foto muito labrega da Oscar e do Andre, juntos para sempre na minha prateleira. Não parece na foto, mas são figuras muito bonitas (o Artbook de Sailor Moon também é bonito)

Gostaria de finalizar as festividades com uma grande surpresa, mas não tive ainda tempo de a concluir. Preparem-se, pois será de arrasar! Para terminar, deixo-vos uma bela canção.


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