Inês de Castro
Organização de Maria Leonor Machado de Sousa
Antologia Poética
2005
Esta é uma antologia poética sobre a história de Pedro e Inês, sendo Pedro D. Pedro e Inês Inês de Castro. Apresentam-se aqui variados poemas de muitas épocas, sendo os mais antigos na incompreensível linguagem do século XVII e os mais recentes dos anos 90 do século XX.
Estão organizados por secções que podem não fazer muito sentido. Eu pessoalmente acho que "Cabelos" não é um assunto suficientemente válido para ter uma secção só para ele. Além disso há alguns poemas (sobretudo em "Cabelos") que parecem não se aplicar à secção em questão.
Quanto aos poemas em si, eu não compreendo grande coisa de poesia por isso vou-me abster de comentar e fazer figura de mula branca com asas e um corno. Fica, no entanto, o meu poema preferido, escrito por Fernando Pessoa em 1919:
Inês
Sentados sós lado a lado,Com a névoa dos montes ao fundoDo fundo do céu azulado.(Na hora das rosas a morte)Eu o que dizia eraIgual ao que eu não dizia,Princípio da Primavera.(Na hora das rosas a morte)Os nossos pés lado a lado,Quietos na erva, curvando-a,Na erva de qualquer prado.(Na hora das rosas a morte)Sobre nós a sombra dos ramos,Nossas costas no tronco largo,Lado a lado unidos estamos(Na hora das rosas a morte)Braço esquerdo, braço direitoTocando de leve um no outroLado a lado, ali, sem defeito(Na hora das rosas a morte)Sem olharmos um para ondeEstava o outro, mas lado a lado,Ao fundo do fundo o monte.(Na hora das rosas a morte)O que a alma me respondiaDo lado de mim, inexistente;Era o mesmo que eu dizia.(Na hora das rosas a morte)Jardim do princípio da vida?Ninguém... Lado a lado olhandoSão nossos pés a descida(Na hora das rosas a morte)Depois da descida o muroE contra o muro, de láA estrada e o seu sulco impuro,(Na hora das rosas a morte)Depois era a estrada desertaE vedando-a de nós o muroLá em baixo, a descida finda(Na hora das rosas a morte)Depois, para além da estradaSubia outra vez... Lado a ladoVíamos, sem ver nada(Na hora das rosas a morte)Depois era um monte pequeno,Depois montes e mais montes,O último o mais sereno(Na hora das rosas a morte)No monte do fim se viaA névoa no alto do monte,Um sol frio aquecia.(Na hora das rosas a morte)E a copa da árvore descidaSó pouco do céu azulDeixava ao olhar e à vida(Na hora das rosas a morte)Não sei como foi, ou o que eraDos montes, da sombra, da ervaPrincípio da primavera...(Na hora das rosas a morte)
NOUTRAS NOTÍCIAS! Por favor leiam a minha nova história: Eu sou agente da autoridade Obrigada. :)
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