O Meu Mundo Não É Deste Reino
João de Melo
1983
Romance
Oh céus, há quanto tempo! Será que me devia apresentar, após essencialmente duas semanas de ausência, como uma qualquer blogger toda gira? Talvez.
AIO
É assim que elas dizem, né?
Bem, adiante. Desculpem a ausência prolongada, mas tenho andado numa roda viva, entre trabalhos diversos e o meu cosplay... Não deu tempo de vir escrever nada. Mas agora já cá estou e vou começar por falar de um dos livros que mais gostei nos últimos tempos.
Quando falamos de literatura açoreana, normalmente recordamos discursos de pobreza e fatalismo, sempre em envolvência com o terror do mar. Desta vez temos uma perspectiva que, embora não se afaste da rudeza do povo, distingue-se pela forma mágica e etérea como a vida nas ilhas é retratada.
Acompanhamos as aventuras de um grupo de aldeões que, longe do mar, desconhece tudo acerca da vida moderna e continua a viver segundo hábitos e dizeres antigos que, na maior parte das vezes, são apenas motivo para novas tragédias e para novas manifestações de uma fé dura e dolorosa.
Estas pessoas têm vidas estranhas e, por vezes, difíceis de juntar à realidade que conhecemos. Os acontecimentos tornam-se mitos ainda antes de terem terminado e a progressão do tempo é tão rápida como fantasiosa. Existem alguns elementos que não poderiam existir mas que, dentro deste contexto, fazem todo o sentido.
Para além disso, o livro retrata de forma tanto fiel como sarcástica a vida do povo menor das ilhas, do povo ignorante que se fia no padre e na autoridade, do povo que nada consegue fazer.
Escrito de forma rápida e bem humorada, é uma leitura absolutamente fascinante.
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