O Sétimo Selo
Ingmar Bergman
1957
Filme
9 em 10
Desde que ouvi dizer que havia um filme sobre um homem que jogava xadrez com a morte, tive logo imensa vontade de o ver. Esse momento aconteceu agora e, devo dizer, foi o filme mais brilhante que vi nos últimos tempos!
O tempo é o da peste. O homem é um cruzado que volta para o seu castelo após dez anos na guerra, acompanhado pelo seu escudeiro. No dia em que a Morte o visita, ele propõe-lhe um acordo: jogar xadrez. Se ganhar, a Morte o deixará em paz. Mas quem poderá ganhar contra a Morte?
Este é um filme com leituras diversas e uma complexidade narrativa tão rara como delicada. O homem busca o significado de deus, em busca do conforto que a vida ainda lhe poderá trazer, enquanto o jogo de xadrez não termina. Enquanto os dois homens viajam por aldeias consumidas pela peste e pelo medo dos demónios, conhecem uma série de pessoas que os acompanham, que os acompanham até à fatalidade.
Apesar de tudo, é um filme pleno de humor e pequenos detalhes que, como uma reflexão do que é negro e assustador, trazem um um brilho discreto aos personagens e às situações, que se sucedem num perfeito equilíbrio entre o horror pessoal e a ambição pela vida.
As imagens são de extrema beleza, um preto e branco maravilhoso que faz um uso perfeito da edição, dos planos e da variedade de sombras que se podem encontrar no mundo. Espantoso como como os recursos da época foi feita tão bela recriação de um ambiente tão antigo, com imagens emocionantes e tantas vezes comoventes.
Este é um filme que demonstra um equilíbrio perfeito entre todos os componentes que fazem o cinema. Um exemplo primordial do que ainda pode ser feito.
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