Rogue One: A Star Wars Story
Gareth Edwards
2016
Filme
5 em 10
Confesso que não estava especialmente interessada em ver este filme. Na verdade, desde o início que o seu conceito me pareceu apenas mais uma razão para vender bonecos e cadernos escolares com o Darth Vader. Mais uma forma de mostrar as nossas figuras pop habituais, para que ninguém se esqueça delas antes do Episódio VIII.
Este filme de Star Wars conta uma história que realmente não precisávamos de saber: os grandes heróis que foram buscar ao seio do inimigo os planos para destruir a Death Star. Ficamos a conhecer um pouco mais sobre os rebeldes e o seu modus operandi, sendo que se reúne uma equipe de personagens para a apoteose final.
Rogue One peca por nos mostrar dados irrelevantes, já que nunca são referenciados nos filmes anteriores (episódio IV a VI) mas, sobretudo, por os seus personagens não transmitirem qualquer tipo de força ou identidade. Por alguma razão escolhem uma rapariga para personagem principal, no meio de um elenco maioritariamente masculino, como se necessitassem de alguma presença deste tipo para satisfazer um público cada vez mais feminista. A personagem em si, muito fracamente interpretada, não sofre qualquer tipo de desenvolvimento causal, sendo que o seu discurso "vamos todos vencer porque xim" não possui qualquer força de motivação. O personagem preferido da criançada, o robot sarcástico, torna-se rapidamente previsível.
Os efeitos especiais e a concepção dos vários universos estão satisfatórios, embora haja por todo lado um truque com a câmara muito repetitivo que faz um certo desfoque ao longo de todo o filme. Muitas vezes o filme aparenta ser uma viagem turística pelos vários locais, sendo que muitos deles estão caracterizados como lugares que existem na nossa realidade, excepto que com alienígenas passeando por lá.
Musicalmente, temos uma banda sonora ligeiramente diferente do habitual, mas ainda assim muito inspirada na original, o que acaba por ser uma boa experiência.
Fique também a nota do quanto eu detesto os cinemas da Nos: um filme com supostamente duas horas tem mais meia hora de acrescento à conta de anúncios e intervalos gritantes, sem que sequer nos dêm a oportunidade de ver mais que duas trailas. Um horror, uma irritação.
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