O filho de mil homens
Valter Hugo Mãe
2011
Romance
Recebido num Ring do BookCrossing, foi mais uma experiência com Valter Hugo Mãe. Dizia eu que gostava imenso deste autor, mas ultimamente os livros que tenho lido dele têm sido um pouco desapontantes.
Neste caso, é um livro sobre a família e sobre como qualquer grupo de pessoas pode constituir uma família desde que gostem umas das outras. Mais uma vez, é passado numa aldeia anónima, perdida num passado anónimo e difícil de situar. Porque estas pessoas têm tractores mas não têm telefones. Mais uma vez há uma insistência na falta de sentido das tradições seculares do nosso país, mas considerando que não conseguimos situar a narrativa no tempo, é um pouco difícil entender quais as verdadeiras opiniões destas pessoas.
O autor mostra de forma violenta como todas as pessoas "renegadas" pelas suas opções amorosas e sexuais são tratadas neste universo, que tem muito de inventado e pouco realismo para que possamos sentir alguma emoção pelos personagens. Algumas pessoas referem o quão maldoso o autor é perante a homossexualidade (tema constante ao longo de todo o livro), mas isso pareceu-me ser parte da sua intencional crítica social, que se pode perder um pouco devido à linguagem do livro.
Esta, é um pouco infantil demais considerando a idade de todos os personagens. O rapaz de 14 anos parece ter 6, a menina de 7 parece ter 15. É tudo muito difuso e escrito como se o autor contasse uma história para adormecer.
Li-o num instante e, subitamente, acho que VHM já não é o meu escritor português preferido da actualidade.
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