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14.4.14

10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte

José Cid - 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte
Concerto
Quando se diz o nome "José Cid", no que pensamos? Macacas, bananas, Nova York, favas com chouriço... Pois bem, há uma excepção. O que pouca gente sabe é que José Cid não é só o autor de músicas foleiras do antigamente. Também é o autor de música boa do antigamente. Foi em 1978 que foi editado o album de rock progressivo que continua a ser citado como um dos melhores do mundo. Um album que nos leva a viajar pelo espaço, saindo da Terra destruída para depois voltar a formar uma nova civilização. 

Desde o primeiro momento em que ouvi estes sons, há anos atrás, mostrados pelo meu amigo Chicorita, que tive o desejo de o ver ao vivo. Pensei que seria uma grande viagem a não perder. Tornei-me admnistradora do grupo do facebook que desejava ver isto ao vivo (apesar de ter descurado as minhas funções e de agora vir a destruir o grupo). Cheguei a mandar um fanmail ao José Cid, que me respondeu com a máxima simpatia, provando que é uma excelente pessoa. Mas na altura não se concretizou. Mas aconteceu. Sexta feira à noite estava eu na fila para entrar na Aula Magna, vestida no meu melhor (com um tema espacial) para assistir a um dos concertos da minha vida. Não podia ter sido melhor.

Tudo começa com os dois primeiros temas de rock sinfónico que compôs, como introdução ao tema. "Cantamos pessoas vivas" e "Vida - Sons do Quotidiano" são excelentes sonoros que podem servir como intro ao próprio album dos 10.000 anos como "os sons e a música que as pessoas fazem antes de a Terra ser destruída".

Depois, seguiram-se quatro temas do novo projecto "Vozes do Além". Com letras de Sophia de Mello Breyner e Natália Correia, são músicas com uma tonalidade ligeiramente mais pop, mas típica do Cid que todos conhecemos. Ainda assim, gostei bastante e achei o tema muito apropriado ao meu estado de espírito do momento. A vida, a morte, a vida depois da morte. Estou desejosa de ouvir o novo album, apesar de as minhas companhias não terem gostado por aí além destes novos temas.

Finalmente (já eu numa aflição para ir no banheiro), começa o que todos estamos à espera. Grita um gajo punk atrás de nós "EU QUERO CHORAR!", levantam-se os cotas - maioria do público - os namorados à nossa frente tiram mais uma selfie... E começa a viagem.

Como descrever? Primeiramente, congratulo a escolha da Aula Magna, porque a qualidade do som é sem dúvida maravilhosa. Tudo à nossa volta era o espaço e, aliado às luzes e vídeos, entrámos todos dentro da nave espacial e fomos até além de Plutão para depois voltar. Seguiram-se as músicas pela ordem correcta, todas as pessoas dançando nas suas cadeiras, muitas pessoas levantando-se para bater palmas no fim de cada música, todos unidos por uma única razão: o hiperespaço.

Chegou a minha música preferida do album: "Fuga para o Espaço". Cantei-a toda, com cuidado para não perturbar as pessoas à minha volta, quase me comovi com a beleza desta música. É a minha preferida porque sinto realmente a solidão do vácuo e a melancolia de se estar longe do planeta mãe, em busca de algo que não sabemos e não poderemos saber, que só se concretizará tanto tempo depois, 10.000 anos.

No final, repetiram algumas notas desta música e um encore. No final, todos nos levantámos e todos cantámos "um planeta vazio entre Vénus e Marte", até explodirmos em aplausos, bem merecidos. Gostei de ver a alegria na banda por terem concretizado o sonho de tantos de nós.

Apesar do épico e maravilhoso que foi, não posso deixar de notar que o nosso amigo José Cid já não tem a mesma voz. Não faz mal, porque foi excelentemente substituído por cantores líricos que fizeram todos os efeitos sonoros espaciais de que necessitávamos. Ainda assim, fiquei com muita pena de não ter ouvido os a-a-ahs na Fuga para o Espaço, que lhe traziam enorme beleza.

Mas concluo que foi um dos melhores concertos que já vi e que valeu absolutamente a pena ter ido. Obrigada, amigo José Cid, por teres concretizado este meu sonho de viajar pelo espaço! E muitas mais vezes viajaremos!

Vem amiga, a nave de comando... Esquece a noção do tempo... Não me perguntes quando. Vem depressa, antes que seja tarde... Não olhes para trás... Já toda a terra arde! Marte é verde e Mercúrio brilha, entre Vénus e centauro! Plutão é branco e ponto de paragem, na viagem pelo céu! A cabine central, emitiu um sinal! O ecrã do radar, tudo indica normal!



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