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28.4.13

Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo

Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo
Tsurumaki Kazuya, Anno Hideaki e Maeda Mahiro - Gainax
Anime - Filme
2012
8 em 10

Nos 90s tivémos Neon Genesis Evangelion. E o pessoal passou-se. Agora no novo milénio temos uma nova interpretação da história: Evangelion. E o pessoal está-se a passar. E eu, com grande orgulho, faço parte desse grupo de pessoal.

You Can (Not) Redo é o 3.0, o terceiro filme. Catorze anos se passaram desde o 2.0. Shinji Ikari continua igual, mas o mundo à volta dele mudou. Agora a Nerv é a má da fita (não que fosse muito boa peça antes, de qualquer forma) e ele não pode conduzir EVAs. É importante ter visto os outros dois filmes primeiro, e se calhar também a série, para se poder compreender bem o nível do que se passou neste mundo, o impacto (literalmente) das mudanças e as consequências que elas têm para o, desde o início, frágil Shinji. No entanto o filme também pode funcionar sozinho, já que trata sobretudo da glória e queda da amizade entre este e Kaworu (um dos meus fofos). Num sentido mais lato, é precisamente sobre isto que o filme trata. E é por isso que o desenvolvimento do personagem, Shinji, funciona de forma tão intensa e envolvente. Shinji aparece quase como uma folha em branco perante o novo mundo e a evolução de adaptação para ruína conjuga-se com a sua personalidade inicial, fraca e dependente.

Mas talvez eu tenha esta impressão por ser fã incondicional da série original e me ser difícil deixar de comparar e de procurar mais detalhes nela.

Também me vai ser necessário comparar, desta vez com os dois primeiros filmes, no que respeita à animação. No segundo filme a minha impressão foi, ao minuto cinco "dou 9 ou 10 a isto?", simplesmente porque a animação estava tão fora de todos os parâmetros. Desta vez tal não aconteceu. Não existem tantas "lutas", como tantos fãs gostam de chamar e ver, mas para compensar temos um valor artístico incomparável aquando da composição das paisagens e dos personagens inseridos nelas. Alguns momentos são quase quadros, conceitos profundos e dolorosos que nos ajudam a compreender este novo mundo e acrescentam ao processo de (in)adaptação de Shinji.

A música é outro aspecto extremamente bem estruturado. Se ao início me parecia vulgar, assim que apareceram as peças a quatro mãos para piano mudei completamente de ideias. Não podia estar mais perfeita. Tive um bocadinho de saudades do violoncelo.

Até agora este remake está uma coisa do outro mundo. Vamos ver o que nos reserva o 4.0.

Resume-se numa palavra: bruto.

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