As Jóias da Coroa
Álvaro Cardoso Gomes
2011
Policial
Vamos lá localizar-nos: estamos na Bienal de São Paulo, Quinta Dimensão, a mirar as coisas com um Holandês que consegue ler tuga e, de repente, vemos uns livros com as bordas das folhas às cores. Que custa 10 reais. Portantos, pedi à senhora que me recomendasse um que fosse de um brasileiro e acabei por escolher este, que é um policial moderno passado precisamente em São Paulo.
O livro é envolvente, apesar de não ser nada de especial. Bem, as histórias policiais costumam ser envolventes (apesar de não ser o meu género predilecto). Está escrito de uma forma directa, cheia de vernáculo, cheia de palavrões e sem medo de por o dedo na ferida e ainda carregar.
O personagem principal, Douglas de Medeiros, é um polícia detectivesco que eu ao início achei muito irritante. Um bêbado, um desocupado, um bruto, um abusador. No entanto demonstra, ao longo do livro, uma fibra e uma moral muito sólidas que o tornam (mais ou menos) memorável. Pelo menos acho que não me vou esquecer dele.
Agora, um dos problemas dos livros narrados na primeira pessoa, sobretudo quando são policiais, é que a gente sabe que o personagem principal vai sempre estar vivo no fim. O livro está recheado de cenas de acção, desde perseguições de carros até ao escapar de um sequestro, mas não nos mantêm na expectativa. Medeiros é o narrador, logo Medeiros está vivo, logo Medeiros sobreviveu.
O mistério é muito, muito, muito simples, ainda antes de acontecer eu já sabia quem era o "culpado", mas tem muitos golpes de diversão para nos distrair e seguir a linha de pensamento do investigador.
Por um lado gostava de o partilhar em BookCrossing, mas por outro lado tenho a sensação de que ninguém o ia querer ler. Por alguma razão misteriosa os Portugueses têm aversão aos escritores Brasileiros. Ainda bem que sou mista, se não andaria a perder pérolas.
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