A melhor Festa! Parece um festival de música, mas é muito mais que um festival de música. Pura alegria. Pura liberdade. Isso sim é o Avante. Como todos os anos, lá estive eu. Desta vez acampada na casa do Ricardo, pelo que não há experiência do Acampamento. E agora, enquanto recupero da ressaca brutalíssima que me atingiu esta manhã (e ainda fui ao dentista), falarei sobre alguns momentos de renome. Nomeadamente os concertos. Aviso desde já que este foi o Avante menos agressivo a que fui, por isso não vai haver histórias na mesma linha daquela em que eu me enfiei dentro da fonte, calçada, e estive lá a chapinhar. Nem daquela em que eu vi os peixinhos da terra. Nem daquela em que se encontrou a Maddie. Nem daquela... Bem, não vai haver dessas.
A vida são dois dias. O Avante são três. Vamu lá! =D
Ora portantos, por alguma razão iniciámos as festividades na Quinta Feira à noite e - consequentemente - eu não tinha as condições necessárias para ir para o Avante reunidas em conformidade com as necessidades do meu estômago. Que estava, portantos, a derreter. Mas logo que me instalei e começámos a beber Crustáceos tudo ficou maravilhosamente bem! Que bueno! E assim foi o princípio da aventura. 7 de Setembro passou a ser o dia do casamento do Don Simon com a Santa Quitéria (um vinho verde encantador que encontrámos no Pingo Doce). 7 de Setembro também é o primeiro dia do Avante. E o dia de anos do meu cão Infeliz. E Dia do Brasil! Não há dia melhor para se casar alguém. Também chegámos a conclusões interessantes sobre a vida das árvores: as árvores na realidade são estruturas equivalentes a nós e possivelmente têm uma consciência, inteligência e forma de comunicação a nível completamente diferente do nosso, que somos animais; assim é possível de avaliar se elas são inteligentes ou estúpidas. Por exemplo, uma palmeira é uma árvore claramente estúpida. Está ali, toda airosa, a apanhar sol. Já um carvalho daqueles do meio da floresta, nota-se que é uma planta sábia. As árvores que estavam connosco nessa altura são um grupo bacano e devem ter ideias sobre a vida muito interessantes, já que estão viradas para um campo de ténis.
Entremos. Em termos de Festa não há críticas a fazer. Isto, afinal de contas, não é um evento de anime. Os comunistas sabem realmente o que é fazer uma festa. E, falando neles, aí estão em massa! Cheios de bebés ou de rugas, há de todos os tipos! Yaaay! =D É o óptimo desta festa, é que há gente de todos os tipos, tamanhos, feitios, cores, credos e, quiçá, orientações políticas. E está toda a gente lá com o objectivo de se divertir. Se bem que este ano pude entrever no meio das gentes Avantásticas, jovens incautos que devem ter ido para ali a pensar que isto é o Rock in Rio. Também há gente com muita mau aspecto mas que não faz mal a ninguém. E, apesar de estar melhor que no ano passado, há gente com muita mau aspecto que faz mal às pessoas. Mas esses e os outros e toda a gente curtiu da mesma maneira o primeiro concerto do Avante:
Chullage
Isto é rap e é rap Português. Desconhecia completamente, mas fiquei curiosa de saber mais sobre este tipo depois do concerto. Ritmos bem estabelecidos, rimas complexas e poderosas e uma excelente presença em palco. Gostei tanto que vou já sacar (ou procurar, será que isto há em torrent?) Fica aqui a primeira música que aparece no youtube para verem como é:
Há em torrent, saquei o Rapresálias yo.
Depois fomos para o lago e deu a morte a um de nós que não fui eu. Só se regressou ao mundo dos vivos no momento da GRANDE! PODEROSA! MARAVILHOSA!............ CARVALHESA! Seis minutos de pura alegria. E depois não se deve ter passado nada de muito importante, excepto termos encontrado as pessoas que estavam connosco e de o Ricardo ter perdido o telemóvel.
Já agora, se alguém o encontrou por favor devolva-o. Nós tentamos telefonar e ele ainda chama, ainda está ligado. Por favor pessoa que o encontrou, quando puderes (e acabar o saldo) contacta-nos. (Mandámos uma mensagem semelhante para o telemóvel mas não surtiu qualquer efeito)
Avancemos para Sábado. Chegamos a boas horas, umas duas e meia da tarde, e a festa já está cheia de gente. Ala para o palco Primeiro de Maio.
Canto Daqui
Melech Mechaya
Já é o quarto ou quinto concerto que vejo deles (por influências da Ana, que é namorada do André, que é o guitarrista da banda, que a leva para o backstage e lhe dá comida lá). É sempre o máximo. As músicas são muito animadas e a banda tem uma energia completamente louca. É fácil de interagir com eles enquanto público. E sabem tocar mesmo bem os seus instrumentos. Só me pareceu que os truques começam a ser um bocado repetitivos, mas eu também já fui a muitos concertos deles. Fica aqui uma música, para dançar. Aliás, citando-os "imaginem a dança mais patética de sempre. Dancem-na ao som desta música". Eu dancei o Ganganm Style.
Insira-se um intervalo em que nos perdemos de toda a gente e ficamos sem bateria no telemóvel sobejante (o meu). Tempo para partilhar um momento: quando ainda tinhamos telemóvel, ficámos com o número da Diana, que também estava no Avante. Assim, dizemos-lhe que nos venha buscar mais tarde ao sítio onde ficámos. Vendo-a tardar enviamos uma mensagem e desenvolveu-se uma pequena conversa que irei citar:
Tams ca n mm sitio *(Lady)Ainda bem para ti :-) mas é melhor voltares a enviar a msg, pq para quem quer que tu quiseste enviar a msg enganaste-te no número lol :-)Somos o ricardo e a (Lady) ^~^Lol aqui é o ricardo e a ni. :D prazer, boa continuaçãoTb tao n avante? *-*Lol não :-) em Cbr. Boa continuação, bons concertos :-)
Neste intervalo também descobrimos que há um espaço desportivo, estavam lá umas pessoas a dançar e depois uns putos a jogar hóquei ao sol. Uma das pessoas que dançavam estava vestida com um fato de coelho justo, cor de rosa fluorescente.
A Naifa
Um projecto que me foi apresentado pelo Ricardo e que eu acho interessante. Mas também acho extremamente depressivo. Estava-me a sentir um bocado mal e queria-me sentar, por isso mais depressivo estava a ser. Mas o concerto teve um par de momentos muito bonitos e a voz dela é uma coisa poderosíssima ao vivo. Para mim foi uma experiência um bocado psicadélica. Ah, e uma coisa que adorei, disseram no início que eles usam poesias de poetas portugueses contemporâneos como letras. Por isso, fica aqui uma letra, no Bentivi Urbano (já sabiam dele? :3) e a música correspondente.
Passam-se coisas e mudamos de palco depois de dar uma volta enorme e de comprarmos mortalhas brasileiras aos freaks. Estamos agora no 25 de Abril e estamos a ver
Jorge Palma
Mas há aqui uma situação. Não é que eu não goste de Jorge Palma. É que me trás más memórias. Memórias do tempo em que escrevia cartas de amor (e me respondiam por carta). Então sentei-me no chão a pensar nessas coisas e devemos ter lá estado 10 minutos mas a mim pareceram-me horas e horas a fio. E como toda a gente já conhece Jorge Palma nem vou por aqui o vídeo.
Blasted Mechanism
Passei o concerto a falar com umas pessoas (eu não as estava a chatear, estava a FALAR. Foram elas que vieram falar comigo primeiro) e a dançar, que é o que se deve fazer em Blasted. Eu sempre que os vejo penso que eles podem ser realmente do espaço. Nesta fase eu já não me lembro muito bem do que estou a fazer, mas há-de ter sido um bom concerto e sei que tocaram a Nadabrovitchka. Quem será a Nadabrovitchka?
Falando em aliens, imaginem um anúncio do azeite Gallo. Mas com aliens. A irem para a apanha da azeitona e depois a molharem o pão. Mas aliens.
Não sei que mais fizemos, mas estando incomunicáveis dependemos apenas de nós próprios para chegar a casa. Ainda estivemos à procura de uns quadradinhos interessantes, mas também não procurámos com muito afinco. Depois voltámos de taxi.
Finalmente Domingo. Não estou na ruína completa, isto nem parece o Avante. Ficamos a ouvir uns sons e a enveredar por caminhos negros enquanto arranjamos um esquema para a Sandra poder ir. Aprendo a seguinte música que, sendo genial, precisa de ser referida:
E de repente a Sandra aparece e seguimos. Só vi um concerto neste dia e nem foi bem um concerto. Estávamos em frente ao Palco Arraial a comer uns chocos fritos, começa a Carvalhesa, danço a Carvalhesa e enquanto isso estão uns pessoais no palco a experimentar os instrumentos. Então vêm todos, é uma banda, e ficamos a ver aquilo. Não sei quem eram, não encontro nada no cartaz que corresponda à descrição deles. Estavam a tocar umas músicas que até pareciam ser interessantes. Mas a gaja que lá tava.... Jesus... Que mal que ela cantava. A ideia das músicas era gira. Mas ela cantava completamente fora do tom. Que vergonha.
A meio de Peste&Sida fui ter com o Cuca e umas gentes do cosplay. Complaining ensues, eu estou mais alegre no Domingo que nos outros dias, que coisa bizarra, tenho a certeza que os atormentei com constantes "digam-me o que tenho de fazer para ganhar um concurso de cosplay nesta terra!", mas recebi informações relevantes e foi engraçado. ... <3 E nós devemos parecer weeaboos ao longe porque de repente, aparece um gajo... Um mitra. Daqueles blacks mitras todos mitrosos com o boné de lado, tão a ver? E ele aparece e vem na nossa direcção e junta-se a nós e começa "pa yo as Navegantes, as Navegantes da Lua é que era, eu curtia bué da cena delas, era o que eu via quando era puto, eu sou bué pelos valores, pelo amor e pela justiça, yaa as Navegantes é que eram, vamos fazer a revolução, a revolução com o amor e a justiça"
Não sei como cheguei a casa. Mas hoje estou aqui. Cheia de sede. E ainda fui ao dentista.
Em resumo, foi um Avante meio fracote em termos de tesourinhos, houve momentos Zen com fartura. E perdi o meu grinder. :< Para terminar, levantem-se e vivam.
Seis minutos.
De puro êxtase.
Para o ano há mais!
Se encontraram o telemóvel ou o meu grinder (rosa) por favor digam!
Ah, e a quem leu isto e não sabe o que é o Avante, está aqui um ensaio (em inglês), que escrevi há uns anos. :3 http://fav.me/d2dijvf
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