Húmus
Raul Brandão
1917
???
Quando eu ouvi dizer que o Raul Brandão era um escritor moderno nunca o imaginei a preto e branco, olhos de boi e um bigode sumptuoso e revirado.
Húmus é um livro que não faz sentido nenhum. No fundo é uma reclamação sobre o sítio onde o autor vive ser um buraco (é o Algarve) cheio de velhas mal-cheirosas, feias, ignorantes e burras. Ele sente-se infeliz porque não tem pessoas sofisticadas o suficiente para partilhar o seu spleen. Por isso começa a duvidar da existência de deus e o livro prossegue com "deus existes? Se não existes diz que existes" e assim por diante. A religiosidade do homem é tão impossível de se aturar que quase que preferia que fosse narrado por qualquer uma das velhas bolorentas que ele tanto odeia
Por alguma razão o homem partilha as suas dores, dúvidas e profunda infelicidade (porque é um homem culto no meio do lixo) com uma figura escabrosa de nome "Gabiru".
Espero ter oportunidade de criar uma pira para queimar este livro, porque o odiei de morte.
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