Avatar: O Caminho da Água
James Cameron
2022
Filme
8 em 10
Eu nunca tinha visto um filme em 3D daqueles a sério, mesmo a sério. Isto é, nunca tinha visto o Avatar original. Então quando saiu esta sequela, após tanto investimento e tantos anos de espera, lá fui eu sem qualquer tipo de expectativa.
Avatar remete-nos para o mundo de Pandora, planeta de natureza luxuriante, vida selvagem perigosa e bizarra, e os seus habitantes azuis, estranhamente conectados emocionalmente a toda a vida natural do seu planeta.
Uma das principais queixas sobre o filme é o facto de que a história é muito simples e uma vaga imitação da lenda real da Pocahontas. No entanto, penso que neste caso a narrativa é pura e simplesmente acessória, porque o que interessa é habitar Pandora, ter um vislumbre desse planeta maravilhoso, tão real que quase podemos tocar.
No fundo, a grande moral deste filme é que o planeta deve ser protegido dos seus assaltantes, que tencionam aproveitar-se dele para obter grandes riquezas. Mas se Pandora só existe na imaginação de James Cameron, o que podemos fazer para o salvar? Aí é que está o que me pareceu maravilhoso: Pandora é - simplesmente - o nosso próprio planeta Terra. Não podemos viajar para um lugar encantado sem ser através dos filmes. Por isso, temos obrigação moral e real de amar, de nos conectar e - assim - de manter protegido o lugar onde vivemos e de onde só sairemos com muita dificuldade.
Por isso recomendo muito este filme, que para mim foi a grande surpresa de 2022. Toquem nessa natureza digital, que também tem muito que se lhe diga, mas sobretudo aproveitem o ponto de foco moral, enquanto fonte de aprendizagem.
Sem comentários:
Enviar um comentário