Gals!
Fujii Mihona
Manga - 40 Capítulos/10 Volumes
1999
4 em 10
Os pequeninos sobreiros que me acompanham há mais tempo, saberão que em tempos li o terceiro volume deste manga, para o qual cheguei a fazer um comentário. Na minha decisão de tornar Plan to Read todos os mangas e novels que tinha empatados, chegou a altura de ler os dez volumes por inteiro.
Não poderia eu ter ficado mais horrorizada. Vejamos:
Kotobuki Ran é uma GAL, palavra que - na época - definia as moças que se vestiam de maneira histericamente vistosa. Também uma palavra para "prostituta". Ora, Ran é efectivamente histericamente vistosa. É precisamente em Ran que o manga falha em todos os aspectos.
A história mostra-nos a vida diária das Gals de Shibuya, que por sinal estão quase todas na mesma escola e que, por sinal, tem o seu interesse resumido a ir às compras, salvar pessoas em apuros e desesperar sobre namorados. Parece uma vida adolescente perfeitamente normal, excepto pelo facto de que estas adolescentes são as personagens mais insuportáveis que vi nos últimos tempos. O seu diálogo é, como dizem os brasileiros, "abobrinha". Só abobrinha. Nada do que elas dizem tem interesse, valor ou consequência. Tudo acaba bem em todos os momentos. Estas raparigas, sobretudo Ran, não têm qualquer tipo de objectivo nem rumo na vida, sem ser o de "divertir-se até ao fim, porque somos jovens". Também a sua história pregressa, embora a autora a tente desenvolver, peca por falta de realismo e por forçar situações demasiado trágicas para que o leitor se sinta emocionado por elas.
A arte, que eu achava fofa, é na verdade pouquíssimo detalhada. As caras são todas iguais e muitas vezes é difícil de distinguir as personagens quando a autora usa sombras diferentes do habitual para os cabelos. As roupas, que deveriam ser uma parte integrante e muito importante deste manga, aparecem pouco acentuadas e não há qualquer tipo de apontamento ou referência a estas pelos intervenientes da história.
Todo este manga falha por tentar cativar uma adolescente que nunca existiu em mim. Se calhar só sou eu, apesar de tudo. Mesmo assim, não conseguiria recomendá-lo a ninguém.
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