Eu Hei-de Amar uma Pedra
António Lobo Antunes
2004
Romance
Tinha gostado imenso do primeiro livro que li de António Lobo Antunes, pelo que estava ansiosa por repetir o autor. Infelizmente, talvez tenha escolhido mal, porque esta minha segunda leitura foi uma sucessão de sofrimentos e aborrecimentos.
Passei grande parte do livro (digamos, até ao último quarto) a tentar perceber que história é que o autor nos queria contar. Pareceu-me, finalmente, que se tratava apenas de um homem que trai a mulher e morre. O livro é a perspectiva de todas as pessoas da sua família, mas contado de forma tão pessoal que a narrativa principal se perde e, assim, caracterizam-se todos os personagens menos aquele que é central à história.
O autor parece, então, estar completamente perdido no seu próprio estilo. A leitura é difícil e castradora, na ideia que cada capítulo é narrado por uma personagem mas os momentos que os ligam (de forma a podermos dizer quem é quem) são tão abstractos que tudo se torna uma grande confusão.
Fiquei feliz quando descobri o que era a pedra (era o homem e a sua campa), mas este livro pareceu-me ter algo de exibicionista na sua forma.
Já me tinham dito que ALA se torna cada vez mais hermético à medida que o tempo passa, pelo que talvez tenha de ler os seus livros mais antigos para voltar ao meu encanto inicial.
Sem comentários:
Enviar um comentário