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8.7.15

Submissão

Submissão
Michel Houellebecq
2015
Romance

Decidi experimentar de novo este autor para ter mais certezas sobre ele e sobre a sua escrita. Cheguei a uma conclusão: Houellebecq escreve para chocar.

Desta vez cria uma situação imaginária, mas bastante coerente dentro de um contexto de futuro próximo, em que o governo francês passa a ser liderado por uma frente muçulmana que, imediatamente, impõe reformas na vida das pessoas e, sobretudo, na educação. Para falar sobre isso, temos um personagem principal inadaptado e triste com a vida, que se dedica ao ensino universitário e a beber copiosamente todo o tipo de licores, vinhos e aguardentes. E a observar o estado do tempo com bastante exactidão: a parte agradável sobre este personagem é que ele gosta de nuvens (eu também gosto muito delas)

Ao iniciar o processo de conversão de França ao Islão, o autor começa com vagos contornos apocalípticos, que são muito pouco explorados. Na verdade o livro é uma análise metafísica de várias coisas, que acabam por não ter qualquer consequência prática nas decisões do personagem, e de reflexões extensas sobre a obra de um autor clássico rebuscado.

Tudo isto poderia ser interessante, mas infelizmente o autor perde a razão: o que ele deseja retratar é a "submissão" a um estado de coisas que pode ser possível. Mas ele caracteriza esse "estado de coisas", toda uma religião, de forma extremista, racista e machista. Fá-lo de forma muito subtil, mas perante a conclusão não podemos deixar de ficar tristes pela ignorância do autor: ele considera, simplesmente, que a conversão ao islamismo é uma questão de ter mulheres em quantidade e qualidade, em vez de ser algo espiritual.

Será isto verdade? Não gosto de acreditar muito nisso.

Enfim, dizem que à terceira é de vez, mas creio que não voltarei a experimentar este autor e as suas fortes opiniões reaccionárias.

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