Chappie
Neil Blomkamp
2015
Filme
6 em 10
Vimos este filme em casa. Tinha vontade de o ver depois de uma amiga o ter elogiado bastante.
Nesta África do Sul, tão futurista mas tão próxima da nossa realidade, gangs e meliantes são destruídos e presos por uma nova tecnologia: polícias robot. No entanto, a confusão começa quando Deon, um cientista que criou um programa de "consciência" para os robots, é raptado por um estranho grupo de gangsters que o obrigam a montar o robot, para que este trabalhe para eles. Mas o robot vem com um defeito: tal como uma criança pequena, tem de ser ensinado.
O filme tem um tema relativamente semelhante a outro que vi do mesmo realizador, o District 9. Um encontro improvável vai oferecer-nos as diferentes perspectivas de dois mundos. No caso, o mundo agressivo da realidade dos gangsters, em que sobrevive apenas o mais forte, versus o universo familiar de um grupo de pessoas que, apesar dos problemas na vida, mantém a sua humanidade. Assim, temos uma caracterização muito interessante desta "família", em que Chappie - o robot - é ensinado a ser cada vez mais humano e obtém características completamente inesperadas. Se por um lado ele procura fazer apenas o bem, conforme a sua "mãe" e o seu "criador" lhe ensinam, na outra mão temos a maneira de lidar com a vida do seu "pai" e do amigo Amerika. Isto só pôde ser conseguido por um trabalho de actor bastante interessante, protagonizado pela banda Die Antwoord, que eu não conhecia mas na qual fiquei muito interessada. Afinal, grande parte da banda sonora é também protagonizada por eles e pareceu-me algo de fabuloso!
Dentro desta narrativa, também não perdemos a oportunidade de ter um inimigo estranhamente psicótico, acreditavelmente assustador. Também aqui fique a nota para o trabalho de actor, pois este inimigo obsessivo e perigoso dá mais intensidade às cenas de acção do filme. Estas, infelizmente, pareceram-me demasiadas e, sobretudo, muito exageradas. A cena final, sobretudo, é exasperantemente melodramática o que, dentro do contexto, acaba por não funcionar muito bem.
A conclusão é aterradora e dá que pensar no noss lugar enquanto humanos relativamente às maquinas. Aliás, todo o filme acaba por ser um exercício dessa possiblidade. Apesar de tudo, é amoroso e criamos rapidamente laços com os personagens. Assim, posso recomendá-lo.
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