Parasyte
Shimizu Kenichi - Madhouse Studios
Anime - 24 Episódios
2014
7 em 10
Da season que passou, fiquei com dois que considerei os melhores. Um deles foi muito popular e o outro ficou aparte. O mais popular é este, Parasyte (ou "Kiseihuu: Sei no Kakuritsu").
Um jovem é invadido por um parasita alienígena. Graças a um garrote consegue limitar a acção do parasita à sua mão direita. Isto dá azo a muitas conclusões precipitadas, mas na verdade este jovem envolve-se numa luta pela sobrevivência da humanidade, enfrentando parasitas e descobrindo mais sobre eles. Estes parasitas consomem os corpos humanos e dão-lhes uma diferente elasticidade, o que os torna muito perigosos. Para mais, alimentam-se de seres humanos. O que fazer então? Destruí-los a todos? Ou tentar compreendê-los?
Estas perguntas são mote para um debate interessantíssimo sobre o próprio papel da humanidade. Já dizia Milan Kundera: "o homem é o parasita da vaca". Assim, porque não poderá haver um parasita do homem, que se alimente dele e o destrua, que o domine e do qual passemos a depender eternamente? O que torna o ser humano numa criatura especial perante todas as outras, o que lhe dá o direito de destruir os parasitas? São tudo questões interessantes para as quais não temos uma conclusão específica, mas que o anime trata com grande interesse.
Em termos de personagens, temos sobretudo uma interacção na dicotomia homem-parasita caracterizada pelos personagens principais, Shinichi e Migi. O seu envolvimento um com o outro oferece-nos uma evolução das personagens bastante complexa, em que cada um obtém características do outro, um pouco de alienígena e um pouco de humanidade. Dentro do resto do cast, há também alguns personagens memoráveis, nomeadamente aquelas que são parasitas (os seres humanos acabam por aparentar ser demasiado fracos emocionalmente para lidar com as situações). Estes referem alguns pontos apontados anteriormente e o seu diálogo está extremamente bem construído.
Na animação, temos momentos de grande intensidade, apesar da censura. São lutas muito bem pensadas, bem coreografadas e, sobretudo, bem animadas. A plasticidade dada ao corpo dos parasitas oferece toda uma nova perspectiva no que respeita a cenas de acção. Os cenários são apropriados, se bem que não muito detalhados. Por vezes detectei alguns erros, sobretudo nas perspectivas e no desenho de animais, mas nada que não se possa perdoar.
Finalmente, a música. A OP é extremamente original, com uma sonoridade de dubstep puro. Infelizmente não gostei nada dela, mas admito que tenha sido uma escolha bastante interessante. Os mesmos ritmos são utilizados ao longo de toda a série, o que funciona bem.
Acho que, apesar de não ser a série de gore e terror mais emocionante que existe, é um bom anime. Merece ser visto.
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