Cobiça
J. R. Ward
2011
Romance Fantástico
Livro que recebi no BookCrossing, apesar de não me lembrar exactamente de como, quando e porquê que o pedi. Porque assim que o recebi pensei... "Não"
Comecemos pela biografia da autora na aba das costas do livro. "Vive no Sul dos Estados Unidos com o seu marido incrivelmente generoso (...)" O que me faz desconfiar que foi o marido que pagou a edição desta série dos Anjos Caídos mais de todas as passadas e futuras.
O livro propriamente dito... A ideia está engraçada, por assim dizer. Um gajo todo durão morre e informam-no no céu de que tem de ir salvar sete almas pecadoras de serem consumidas pelo diabo. Para salvar o mundo. Iupi. Mas o ambiente, as personagens, a linguagem, tudo torna esta ideia que poderia explorar muito sobre a condição humana numa historieta pré-adolescente com gajos metaleiros com tranças e montes de sexo com tranças.
Comecemos pelas tranças: os personagens parecem ser definidos pelo seu aspecto. Apesar de a autora insistir que todos têm um trauma passado ou algo que o valha, este torna-se irrelevante para o desenvolvimento da personalidade dos personagens, nem define as suas acções, sendo apenas motivo para todos serem tão "duros" e "agressivos" e "gajos com tomates". As descrições são horrendas, ofendendo classes sociais e trabalhadoras de frase em frase. Suponho que a autora, como tem um marido muito generoso, nunca tenha conhecido um pedreiro, pelo que acha que todos são broncos. Também há uma carga religiosa com uma tonalidade inespecífica e um pouco tonta, porque é toda a gente extremamente católica, sem que isso contribua em nada para a história ou para o desenvolvimento do carácter. E isto até seria uma coisa importante, dado que estão a lutar contra um demónio, ou quês. Também há os góticos, essa classe do tecido social tão estranha, que até tem prostitutas a trabalhar em bares, devem ser todos uns mauzões anti-católicos.
Acabemos no sexo: nos três-quatro dias em que se desenrola esta história, esta gente tem sexo em quantidades copiosas. Tudo bem, é saudável. A questão aqui é que a autora descreve estes actos com detalhes quase mórbidos, pornografia literária, digamos. E é horrível e é impossível levar o livro a sério quando de tantas em tantas páginas a "cabeça do membro" entra em acção (que termo horrível!)
Enfim, não é para repetir. Se me chegarem os outros livros da colecção, lá terei de enfrentar a besta com um sorriso. :>
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