O Progresso do Amor
Alice Munro
1986
Contos
Gosto muito de ler os Nóbeis. Ou Nobeles, conforme preferirem. Assim, quando soube da notícia de que esta autora o tinha ganho, fui de imediato comprar um livro dela. Na Bertrand não tinham. Na Fnac tinham dois. Eu compro os meus livros numa destas duas lojas porque tenho descontos com os cartões: sugiro que as livrarias pequenas o façam, já que os livros andam extremamente caros. Enfim, tendo isto em conta, dos dois livros que lá estavam, escolhi o mais barato.
Confesso que não sei muito bem o que pensar da autora depois de ter lido esta colectânea de contos. É uma contadora de histórias notável, mas terei de ler mais das suas obras para poder avaliá-la. De alguma maneira, senti que lhe faltava o génio que habitualmente encontro nos vencedores deste prémio.
São contos. Eu adoro contos. Gosto de lê-los e escrevê-los. No entanto, eles pareceram-me mais como o descrever de uma imagem, de um quadro, de um passado, do que uma história propriamente dita. A maioria dos contos não têm conclusão e deixam-nos com vontade de saber o que é que - afinal - se vai passar com estas pessoas. Normalmente cada conto fala-nos de uma personagem e depois dá-nos a conhecer a sua família, para trás ou para a frente. É comum a história mudar de perspectiva em algum lugar, mas isto está feito de forma tão subtil que só damos por isso depois de tudo ter terminado.
É um estilo hiper-realista, com descrições que - não sendo extensas - são exactas e focadas. Conseguimos depreender com muita facilidade o que é que a autora está a ver e o que é os personagens estão a sentir. Não estou muito habituada a este tipo de descrição: talvez seja uma característica única da autora, o que é bastante bom.
No geral, gostei bastante. Vou oferecer um outro livro da autora ao meu pai no Natal e ele vai-mo emprestar. Portanto, não será a última vez que irão ouvir falar desta senhora. :)
Sem comentários:
Enviar um comentário