Geração Beat
Jack Kerouac
Dramaturgia
1957
Eu tinha curiosidade em ler Kerouac desde que vi a referência num livro de Murakami. Assim, quando encontrei este autor num maravilhoso sebo, a apenas 9 reais, não resisti a trazê-lo.
Mas tive de me informar o que é efectivamente a Geração Beat. Diz que são um grupo de artistas dos anos 50 que viviam em comunidades, isto é, freaks. Vieram a dar os Beatles e os hippies, e o chamado movimento contra-corrente. Esta peça é suposto ser a encarnação disto.
Mas não é. Uma data de personagens, gente pobre e simples e bêbada, tem conversas sobre corridas de cavalos. E sobre a vida, mas essencialmente corridas de cavalos. As considerações filosóficas sobre deus, sobre o budismo, sobre santos, sobre a sorte, etc., parecem estar ali metidas a martelo. Os próprios personagens são irreais, pois sendo ao início caracterizados como um grupo de bêbados ignorantes metem-se logo a jogar xadrez enquanto comem ovos estrelados e a tecer opiniões existencialistas injustificadas.
Talvez seja também da tradução, mas não gostei nada da maneira desta gente falar.
Além disso parece ser uma peça dificílima de encenar, tem montanhas de gente, montanhas de gente que não interessa a ninguém, tudo isto se poderia resumir a quê, três ou quatro personagens? E montes de cenários e tralha desinteressante.
Tenho de ler um livro propriamente dito do Kerouac para ter uma opinião válida, mas não gostei desta primeira experiência.
Sinceramente, não sou grande apreciadora da geração Beat. Ainda gostei de algumas coisas escritas pelo Ginsberg; do Kerouac não posso dizer o mesmo. Li a versão original do "Pela Estrada Fora", a obra-prima do movimento, e achei-a aborrecida, repetitiva e um pouco pedante.
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