Perguntem a Sarah Gross
João Pinto Coelho
2015
Romance
Recebi este livro pelo BookCrossing, através de um longo ring que já se vinha prolongando por algum tempo. Eu fui a última mas, mesmo assim, peguei logo no livro. Lê-se bem, mas.... Há sempre um mas, não é?
Para começar, este livro é passado num ambiente que parece tão pouco familiar como inverossímil: a escola americana, escola privada cheia de idiossincrasias. No entanto, todas elas, assim como o mapa da escola e como as personagens que vão aparecendo, acabam por ser absolutamente desnecessárias ao desenvolvimento da história. O autor atira para todos os lados: quer falar do holocausto, quer falar do racismo, quer falar de perseguidores sexuais e pedofilia. No entanto, não é capaz de se focar em um dos temas e explorá-lo em detalhe, sendo que todos os caminhos se concluem em lado nenhum.
Como se a passagem pela escola e o encontro de todos os personagens tenha sido indififerente!
De resto, o livro foca-se bastante nos terrores e horrores do holocausto nazi. A recolha destas experiências e a tentativa de as colocar em papel foi bastante mal sucedida, porque a forma de escrever bem humorada retira muito do factor pânico das situações. Para além disso, há uma sucessão de cenas cada vez mais melodramáticas e muito foleiras (tocar violino no funeral?) que tiram o realismo da história e afastam-na para uma fantasia cinematográfica mal adaptada ao fundo literário.
Portanto, um livro que se lê bem mas que não é especialmente bom. Agora, penso que regressará a casa :)
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