American Pastoral
Ewan McGregor
2016
Filme
6 em 10
Inspirado no romance de Philip Roth, este filme é a estreia do Ewan McGregor como realizador, sendo que ele faz também o papel principal (choose life).
Swede, campeão desportivo da escola, casado com uma antiga Miss, com uma filhinha encantadora apesar de meio gaga, tem tudo o que se pode pedir para uma vida feliz. No entanto, tudo começa a correr mal quando a filha cresce e se envolve com grupos de activistas pelos direitos das várias minorias e anti-guerra. Após uma sugestão incauta de seu pai, a moça faz explodir uma estação dos correios, desaparecendo em seguida. Agora, Swede convoca para si a missão pessoal de a encontrar, passando por uma série de acontecimentos que irão marcar a história dos Estados Unidos.
Pessoalmente, achei o argumento, a concepção da história, a base textual, absolutamente brilhantes. Um texto desprendido, cheio de momentos fortes, que permite o desenvolvimento de personagens muito sólidos. No entanto, parece-me que o realizador não aproveitou as vantagens deste texto (cujos personagens teriam uma complexidade suficiente para ser um desafio) e optou por uma visão um pouco mais conservadora que, infelizmente, não funciona na sua plenitude.
Para começar, Ewan McGregor desaproveita o seu personagem: a actuação é mediana, muito contida, uma declamação do texto que poderia ter uma carga emocional muito mais forte. Devido a isto, a progressão cada vez mais agressiva da história acaba por nos deixar um pouco indiferentes, porque não conseguimos unir-nos na obsessão da personagem.
Também a edição foi feita de forma muito televisiva e pouco emocionante, retirando bastante a força de algumas cenas que poderiam chocar de sobremaneira.
Mas este filme tem algo de único, que é o facto de falar de acontecimentos ada história americana que talvez tenham ficado um pouco esquecidos dos nossos livros de história.
Apesar de tudo, acho que para filme de estreia está uma excelente tentativa. Vamos ver o que McGregor escolhe para a sua vida no futuro.
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