Still the Water
Naomi Kawase
2015
Filme
6 em 10
Para variar um pouco, vimos um filme Japonês escolhido pela selecção de Cannes deste ano.
Numa ilha tropical Japonesa, passam-se coisas da vida normal. Há vida, há morte, há amor, há dúvidas, há depressão. Num equivalente ao fatia de vida do anime, assistimos ao desenrolar da relação entre dois adolescentes, numa ilha isolada onde os mitos e ritos da natureza ainda estão bem vivos.
O filme é emocional e tem um conjunto de cenas que, individualmente, carregam em si uma grande beleza. Podemos ver, então, a morte e o renascimento, assistindo a rituais que representam precisamente o facto destes momentos serem perfeitamente naturais. No entanto, o desenvolvimento da história acaba por parecer incompleto (afinal, quem é o homem morto) e a evolução da relação adolescente é pouco satisfatória, considerando aquilo que viemos a assistir durante todo o filme.
Com um excelente trabalho de fotografia, podemos ver vários cenários naturais desta ilha, com o mar - mais ou menos revoltado - sempre presente. Existem cenas que, aliadas a uma maravilhosa banda sonora, são extremamente belas e comoventes. Falando desta, é curiosa a utilização de músicas tradicionais e cantos simbólicos, que trazem bastante intensidade a alguns momentos.
Não gostei muito da violência impressa nas representações da morte: as cabras, a árvore, espero sinceramente que não tenham tirado vida a estas criaturas para simplesmente as por a aparecer num filme. Sobretudo a árvore.
Foi um filme agradável e bonito, mas que me recordou constantemente animes do género, quer pela narrativa quer pela qualidade do diálogo. Não diria que esta história, com estas frases, funcionasse bem em anime, mas a verdade é que me recordou bastante esse tipo de media.
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