Wrinkles
Ignacio Ferreras
Animação
2011
8 em 10
Depois de um filme amoroso, passamos para uma película fortíssima. Infelizmente houve um erro técnico e assistimos à dobragem americana. Não sei dizer se é boa ou má, porque é muito raro ver dobragens em inglês, mas sem termo comparativo até me pareceu bem. A língua original é o castalhano, sendo Espanha o país de origem.
Emilio é um velhote e os filhos já não estão para o aturar. Assim, toma a decisão de se internar num lar. Lá, forma amizade com Miguel e outros velhotes, que ainda estão bons da cabeça. Mas o ambiente é todo ele o de um manicómio, pois não há nada para fazer e todos estão loucos, esperando a morte. No entanto, Emilio tem um problema grave de saúde. Acontece a muita gente. E à medida que vai piorando, o desespero assola-o, a ele e aos amigos. Qualquer que seja o destino, sabemos que a morte está próxima. Então, o que fazer?
Perante esta narrativa, altamente realista e bastante assustadora, seguimos a personagem de Emilio à medida que as suas memórias vão ficando perdidas e a sua vida se vai tornando cada vez mais confusa. Estes momentos, memórias boas ou más, memórias que se tornam assustadoras e que impossibilitam a vida normal, nestes momentos todo o ambiente se torna ainda mais realista e pungente, comovendo pois talvez seja esta a realidade das pessoas que sofrem este tipo de doença.
Se ao início achei que o design das personagens seria pouco expressivo, rapidamente me habituei a estas imagens e mergulhei no seu universo. Os cenários são detalhados ao extremo, numa opção suave mas realista que funciona extremamente bem dentro do contexto. Toda a animação é muito simples, mas isso joga em seu favor, tornando o filme numa experiência emocional contundente.
Os efeitos sonoros são discretos, mas acrescentam ao desespero e à confusão, permitindo-nos apreciar cenas muito belas.
Um filme que recomendo muito e que gostaria de rever na sua língua original.
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