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20.11.14

Waga Seishun no Arcadia

Waga Seishun Arcadia
Katsumata Tomoharu - Toei Animation
Anime - Filme
1982
8 em 10

Há bastante tempo tinha visto o anime de Captain Harlock, pelo qual não morri de amores. Assim, não alimentava grandes esperanças quanto a este filme. Mas fiquei muito surpreendida, e pela positiva!

Waga Seishun Arcadia, ou "A minha juventude em Arcadia", passa-se antes de Harlock ser um pirata. Na verdade, conta a história de como se tornou um, como perdeu o olho e como reuniu o grupo de pessoas que viriam a ser os seus amigos, companheiros e parceiros. É uma história dolorosa num ambiente de guerra muito semelhante àquilo que se vivia depois da Segunda Guerra Mundial, no Japão.

O filme explora diversos elementos neste cenário de guerra, em que no fundo Harlock consegue reunir um grupo de pessoas que estão contra o sistema e que desejam a serem livres de viver e de se expressar num mundo governado pela opressão. Não há histórias comoventes do passado, não há relatos das maldades cometidas para com estas pessoas. No entanto, os personagens revelam uma dor muito forte, expressada pela emotividade de cada cena. E, no meio disto, há sempre uma mensagem de esperança, uma mensagem de que a revolta pode realmente acontecer se nos reunirmos e acreditarmos que é possível.

Os personagens, dos quais não tinha gostado na série original, apresentam-se aqui muito mais humanos. Logo na cena inicial, falando da juventude passada em Arcadia, sobre como Arcadia é a nossa juventude, percebemos que estes personagens viveram algo inexplicável, inconcebível. E é isso que nos vão mostrar. São personagens que têm sentimentos muito fortes e que acreditam verdadeiramente naquilo porque podem lutar. O seu desenvolvimento é a descoberta: partimos de um ponto em que estão completamente indefesos, para ver como abandonam esses medos e percebem que podem, efectivamente, marcar uma diferença no panorama actual.

Se o design dos personagens varia um pouco do original, estando mais adaptado aos anos 80 (em que o filme foi feito), nem por isso deixam de ter variações muito interessantes, sobretudo no respeitante às expressões faciais. Em termos de maquinaria, existe uma atenção intensa no detalhe. A animação, não sendo soberba, está bastante boa para a época. Mas o que mais me impressionou na arte foram os cenários, sobretudo os espaciais, que são feitos num tom aquarelável e têm, por si só, uma intensidade fora do vulgar.

E tudo isto não seria possível sem uma banda sonora primorosa, feita de peças instrumentais que marcaram toda uma geração de animes. São estas peças que acrescentam a emotividade às situações, como falava anteriormente, sendo essenciais para que o espectador consiga captar com exactidão o que realmente os nossos personagens estão a pensar e querem dizer. No final, temos uma música característica da época e do género em que o anime está inserido.

Não posso deixar de recomendar este filme. Parece-me uma peça importantíssima no universo de Leiji (o Leijiverso) que deve ser vista por todos aqueles que tenham interessa na história do anime. E por todos aqueles que, simplesmente, gostem de anime!

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