Gaea - Noite da Alma
Sophia CarPerSanti
2011
Romance Fantástico
E com este livro, finalmente termino os prémiso que recebi no concurso da Nanothron. Já não era sem tempo!
Pois bem, este livro é uma coisa enorme. Oitocentas páginas. Oitocentas páginas de demónios. E vou confessar: ao ler este livro eu só conseguia pensar num anime, daqueles shoujos góticos em reverse harem... Bem, quem lê este blog por causa dos livros não sabe do que estou a falar, mas é uma coisa gira. Por isso, admitamos desde já, o livro é giro. Vou começar por dizer as razões pelas quais o livro é giro.
Os personagens, que dão vida à história. A história é muito simples, mas aceitável, e o que lhe dá brilho são as personagens. Mari, o centro das atenções, pareceu-me (muito ligeiramente) uma auto-inserção. Mas , ao contrário das auto-inserções mais vulgares, ela tem uma personalidade própria. Ela é capaz de tomar decisões, ela tem dúvidas coerentes com o contexto da história, ela tem atitudes, que se vão desenvolvendo à medida que ela vai compreendendo os seus sentimentos. E depois, o harem. Todos eles têm alguma coisa para contar e é através do que eles contam que ficamos a saber como funciona o mundo dos Deiwos (que os "Humanos" chamam de "Demónios"). E, este mundo, é curioso e fascinante e queremos sempre saber mais sobre ele até ao fim do livro.
E agora, as razões pelas quais o livro perdeu-se no meio de tanto potencial.
É demais. É demasiado longo. É demasiado detalhado em detalhes que não importam. Não é relevante descrever todas as refeições todos os dias. Não é relevante descrever o que Mari veste todos os dias e de que cor é a camisa de Gabriel. A história não avança porque está presa em detalhes da vida normal. É certo que algo da vida normal é importante, para sabermos como os personagens se dão uns com os outros, mas é demasiado detalhe, um fatia-de-vida que não contribui em nada para a história.
Além disso, o que são aquelas citações de Crowley? Pensava a autora que nos ia impressionar muito ao citar o senhor? Sobretudo com citações que não têm relação nenhuma com a história, com o desenvolvimento, com os personagens, com nada? E aquele glossário? Cheio de palavras que não figuraram uma única vez durante toda a narrativa?
E aparentemente isto vai ser uma série... Se forem todos tão grandes como este, não há prateleira que aguente!
Um livro que me causa uma certa pena, porque é mesmo giro mas que se torna aborrecido. Gostaria de o ter partilhado no BookCrossing, nomeadamente num BookRay, mas como era demasiado grande para por no correio, decidi libertá-lo "ao vento", deixando-o à espera de novo dono num dos bancos da praça em frente ao Continente do Colombo. Espero que encontre alguém que goste dele, tanto como eu gostei (porque gostei mesmo muito, apesar de tudo)
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