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7.3.13

The Big O

The Big O
Katayama Kazuyoshi - Sunrise
Anime - 26 Episódios
1999
6 em 10

Quando fui ler algumas críticas deste anime, pouco depois de o começar, vi-o classificado como "noir". E achei interessante que estivesse a ver um anime noir. Mas depois fui ver algumas características dos verdadeiros film noir e não creio que esta classificação esteja correcta. Existe um anti-herói, no caso um negociador de sequestros e uma femme fatale. O ambiente é tristonho e deprimido, muito pouco colorido e com algum ênfase no preto contra o branco, sobretudo no que respeita aos designs dos personagens. Mas a  história e a motivação dos elementos desta não correspondem ao trope original. Assim, conforme sugestão, permitam-me que classifique este anime como "neo-noir".

Big O é um robot gigante, conduzido pelo negociador de sequestros Roger Smith. Tem uma android como governanta e ajudante e um criado zarolho que carrega grandes armas consigo. Todos os episódios encontra um robot gigante novo com quem lutar, um megadeus, e destrói toda a cidade no processo. Tem um amigo na polícia. E são episódios de destruição atrás de episódios de destruição até que, circa episódio 18, temos uma história um pouco mais completa, mas ainda assim sem grande mistério e complexidade.

Os personagens Roger e Dorothy são interessantes pois trazem momentos de humor algo irónico. Roger, apesar de estar apresentado como um pouco anti-herói, até é uma pessoa bastante simpática e bem humorada, que gosta de dormir até tarde. Dorothy tem alguns momentos geniais de humor, pois - sendo um robot - não tem qualquer expressão. Ainda assim diz coisas muito desadequadas para robot, que revelam a sua humanidade que, em minha opinião, não deveria existir. O episódio do gato é um exemplo forte disto.

Assim o anime ganha interesse não pela história ou personagens mas pelo ambiente artístico. As cores são parcas e a animação tem traços fortes, apesar de não ser nada de extraordinário. Muitas explosões e prédios a cair. Esta cidade onde vivem tem uma característica especial: é uma cidade sem memórias, pois há 560 anos toda a gente se esqueceu de tudo (o que lembra bastante A Wind Named Amnesia). Não me pareceu que este conceito fosse suficientemente explorado. O ambiente é coroado por uma excelente banda sonora, com muito jazz e blues, muito piano e saxofone. A música trás muita melancolia à série, o que por vezes não corresponde às personalidades dos personagens nela inseridos.

Tinha tudo para ser um clássico. Talvez se não tivesse mechas feiosos o tivesse conseguido.

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