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In English: Cosplay Portfolio (Updating) | SALES

29.11.16

Mayoiga

Mayoiga
Mizushima Tsutomu - Diomedea
Anime - 12 Episódios
2016
6 em 10

Quando comecei a ver este anime e vi o rating geral nos sites habituais, fiquei um pouco espantada. Afinal, tinha sido recomendado pelo clube e, por lá, não costumam fazer destas. Depois de ler algumas reviews, a conclusão que se tira é que a opinião geral é de que se trata de "uma comédia intencionalmente não-intencional". Mas depois da minha própria visualização chego à conclusão de que isto não passa de um patético mémé criado pelo hábito da crítica destrutiva. Para mim, não passou de um anime de terror-mistério perfeitamente standard.

Vejamos.

Um grupo de pessoas deseja afastar-se da sua vida e, por isso, reúnem-se numa viagem, um tour, para uma misteriosa cidade que não está nos mapas. Lá chegados, vêem-se perseguidos por monstros imensos e disformes e começa a haver uma desconfiança geral entre os membros do grupo. Mais tarde, ficamos a saber que estes monstros representam os traumas do passado destas pessoas, isto é, precisamente as razõe que as levaram a ir para esta aldeia.

A ideia é muito interessante, mas considerando a quantidade de personagens que nos são apresentados necessitaria de muito mais episódios para ser concretizada devidamente. Os momentos ditos "cómicos" foram, para mim, ligeiramente perturbadores, na medida em que o pessimismo sempre presente nos indica que nada irá correr bem. A menos que uma pessoa esteja imediatamente remetida para o elemento de que se trata de uma (suposta) comédia, não acredito que alguém o sentisse desta forma.

A animação não é muito má, mas também não tem excelência. Os monstros estão animados em 3D e acabam por ter um efeito muito pouco assustador se os desligarmos dos traumas que a eles estão associados. Já o design dos personagens é moderno mas muito pouco variável, sendo que acabam por se tornar indistinguíveis, ajudando a isto o facto de a maioria deles nem sequer sofrer uma caracterização para além do seu nome ou nickname.

Musicalmente, temos canções mal ajustadas ao conteúdo na OP e ED, apesar de os efeitos sonoros adicionarem uma boa aura de melancolia e pavor às cenas.

Portanto, não confiem nas críticas cegas. Vejam por vós próprios.

Entrevista com o Vampiro

Entrevista com o Vampiro
Anne Rice
1976
Romance Fantástico
Livro que deu origem a um dos filmes que mais gosto dentro do tema. A história deste é precisamente a mesma até, mais ou menos, a segunda parte. A partir daí, temos material puramente original que é, também, puramente delicioso!

Louis torna-se vampiro pelas mãos do detestável Lestat. Agora, centenas de anos mais tarde, conta a sua história a um rapaz que o entrevista. Conta como se criou a pequena vampira Claudia e como tudo o que ele ama acaba por ser destruído, o que o leva a ter uma nova perspectiva sobre a vida que, agora, já não é humana e é absolutamente vampiresca.
 
O livro faz um excelente trabalho na caracterização dos ambientes circundantes, dos hábitos da época, das cidades, tudo isto de uma perspectiva nocturna, misteriosa e imortal. Além do mais, explora de uma maneira original o mito do vampiro.
 
Esta história é de tal modo fascinante que o nosso maior desejo quando a terminamos é a mesma do rapaz que faz a entrevista: por favor, torna-me num de vós!

Raging Bull

Raging Bull
Martin Scorcese
1980
Filme
7 em 10

Tarde de Domingo, pouco que fazer, que tal ver um filme? :)

Este filme é baseado na autobiografia de LaMotta, um boxer peso médio que chegou ao estrelato e depois entra numa espiral descendente, devido aos seus terríveis hábitos de violência, ciúme e gula descontrolada.

O filme está a preto e branco, excepto uma curta secção de breve felicidade, sendo que esta técnica fornece um excelente efeito visual para os combates que, sendo extremamente violentos muitas das vezes, passam desapercebidos e tendo em si uma aura quasi-artística.

A narrativa é bastante simples (ascendente, topo, queda), mas nunca teria sido possível sem o excelente trabalho de actor de Robert de Niro, que nos transmite uma pessoa extremamente desagradável, mal educada e, sobretudo, muito violenta. Esta personagem está em constante mutação, e o actor consegue encontrar um equilíbrio perfeito entre a sua própria anatomia e a pretendida para o papel.

É um bom filme desportivo e, para além disso, é bastante diferente do habitual, na medida em que não nos identificamos em nada com os personagens retratados. Talvez não a melhor obra que vi de Scorcese, mas ainda assim plena de validade.

Do Androids Dream of Electric Sheep?

Do Androids Dream of Electric Sheep?
Philip K. Dick
1968
Ficção Científica

Este foi o livro que inspirou Blade Runner, sendo que eu julgava que se tratava de um conto muito curto e veio a revelar-se um verdadeiro romance cheio de detalhes intrincados. O que acabou por ser uma excelente experiência :)

Em comparação com o filme, poderemos dizer que este livro inclui muito mais detalhes acerca da construção do universo e, sobretudo, acerca da filosofia de vida das pessoas que nele habitam. Por sua vez, o filme tem muito mais capacidade imagético-visual, que no livro não é tão contemplada.

Ora bem, depois da World War Terminus (em 1992 ou, nesta edição mais recente, 2021), o planeta está cheio de pós radioactivo e todas as pessoas têm emigrado para Marte, onde lhes são oferecidos andróides para que tenham vidas mais completas e felizes. Alguns destes, matam os seus patrões e fogem de volta à Terra. Aí entra Rick, um caçador de prémios que tem a função de eliminar ("retire") os andróides fugitivos. No entanto, estes são cada vez mais semelhantes aos serres humanos reais, quer na sua anatomia quer na sua forma de pensar. Há apenas uma coisa que os distingue: a empatia. Todas as pessoas deste mundo estão motivadas a ter empatia umas com as outras, sendo a sua religião baseada na experiência colectiva deste sentimento, e havendo um detalhe curioso sobre a possessão e cuidado de animais, que estão quase todos extintos devido à radiação. Rick, infelizmente, tem uma ovelha electrónica. Ninguém sabe disso, mas é a verdade.

O livro coloca o personagem em debate sobre a sua própria identidade e sobre a sua capacidade de eliminar os andróides: ele começa a sentir empatia por eles, o que é uma coisa que não deveria fazer snetido porque não são sistemas biológicos e sencientes (supostamente). Por outro lado, temos a intervenção do chickenhead Isidore (uma pessoa com QI suficientemente baixo para não lhe ser permitido emigrar), que sente realmente empatia pelos andróides na medida em que os identifica como seres pensantes e emocionais tal como ele, que apenas deseja amigos.

Por vezes, o livro pode tornar-se um pouco confuso, pois os diálogos não estão muito bem estruturados, assim como a linha de acção. Este é o principal defeito do livro, que acaba por ser compensado pela intensidade imaginativa da criação do universo.

Sem dúvida que vale a pena ler este livro, porque dá bastante que pensar.

25.11.16

Dança com Lobos

Dança com Lobos
Michael Blake
1988
Romance

Este é o livro que deu origem ao muito famoso filme, vencedor de sete óscares, que eu nunca vi. :)

Tudo começa quando um simples soldado viaja para um forte perto da fronteira, na época em que ainda decorre a guerra civil dos Estados Unidos. Lá chegado, descobre que o forte está abandonado e, assim, dedica-se à vivência com a natureza. Acaba por encontrar uma comunidade índia e, a partir daí, procura reunir-se com ela, acabando por se tornar também ele parte dessa cultura.

O livro é simples, estando bastante bem escrito, relatando bonitos momentos paisagísticos e algumas cenas de intercâmbio cultural entre as duas "civilizações" que estão muito bem descritas. Ainda assim, gostaria de ter tido uma melhor visualização dos hábitos índios, embora as imagens sejam claras. A forma como os personagens se conseguem comunicar enche-nos de fascínio e leva-nos a tentar tomar o seu lugar: como procederíamos nós a este contacto?

Existem várias cenas plenas de acção que me pareceram ligeiramente desnecessárias, como a desvalorização da vida humana e animal pela parte de ambas as comunidades, embora no caso dos índios esta seja sempre indicada como necessária em pleno para a sobrevivência.

Gostaria de mais descrições de objectos e roupas.

O final é satisfatório, embora bastante pessimista. Depois de toda esta história, gostaríamos de ter pelo menos um pequeno raio de esperança.

Maravilhoso Boccaccio

Maravilhoso Boccaccio
Paolo & Vittorio Taviani
Filme
2015
6 em 10

Seguindo lentamente o guia cultural de Almada, fomos ver este filme ao cinema, muito baratinho. :) Trata-se de um filme italiano que pretende retratar cinco histórias escolhidas do "Decameron" de Boccaccio, colectânea de histórias do século XIV. 

Um grupo de jovens hipsters da época reúne-se numa enorme casa de campo para fugirem à peste negra que assola Florença. Lá, fazem um voto de castidade e procedem a passar o tempo contando histórias (as tais do Decameron) sobre o amor e a vida. Algumas são mais engraçadas que outras, todas elas terão um efeito moralizante. No entanto, estes dez personagens não sofrem qualquer evolução, sendo a sua caracterização extremamente ligeira. Já os personagens das histórias têm um desenvolvimento limitado pelo limite imposto pelo tempo, mas não me parece que seja este o aspecto mais relevante. Diria que o objectivo é o de caracterizar uma época e seus habitantes.

Mas isso é muito mal conseguido, pois pouco vemos dos hábitos e acontecimentos, sendo que cada história se foca num romance cujo erotismo fremente é obstruído pela visão dos realizadores. No entanto, pode dizer-se que há um excelente trabalho de guarda-roupa, que está muito completo e feito com exactidão histórica. Já a maquilhagem deixa muito a desejar.

Também se deve deixar uma nota para a fotografia de todo o filme, que tem cores muito vibrantes, oferecendo-nos um efeito pastoral muito brilhante.

No entanto, fiquei um pouco desapontada.

À Procura de Dory

À Procura de Dory
Andrew Stanton & Angus MacLane
Filme
2016
6 em 10

Esta é a sequela do belíssimo "À Procura de Nemo". Aqui, seguimos o peixinho azul, Dory, que se esquece de tudo porque tem um síndrome de memória curta. Esta peixita vai à procura da sua família, vivendo grandes aventuras no processo e descobrindo que a sua memória pode melhorar.

Não se pode dizer que esta sequela tenha o génio do original, mas ainda assim tem alguns pontos fortes em seu favor. Para começar, Dory tem uma excelente caracterização, que acaba por tornar todo o filme ligeiramente mais adulto, estranho e um pouco perturbador. É como se seguíssemos uma pessoa com alzheimer em busca de algo que não consegue recordar. Assim, viajamos "de trás para a frente" à medida que as memórias se começam a desenrolar. No entanto, apesar de para mim este seja o foco principal do filme, este elemento acaba por o tornar um pouco desadequado à realidade infantil do público a que se remete.

Temos outros personagens interessantes e muito engraçados, mas não têm muita caracterização, o que acaba por tornar o filme um pouco incompleto. Da mesma maneira, os personagens do filme anterior ficam um pouco para trás.

A animação está bastante bem feita, ou não fosse este um filme Pixar, mas a caracterização do ambiente é um pouco monótona pois, ao contrário do primeiro filme, não há uma distinção muito clara entre cada um dos tipos de ambiente, sendo que tudo é ligeiramente repetitivo.

Assim, temos um filme engraçado, cheio de momentos cativantes, mas que num todo acaba por não resultar como esperaríamos.

Noutra nota, há um erro crasso na narrativa: os peixes dory não se reproduzem em cativeiro.

22.11.16

Kubo and the Two Strings

Kubo and the Two Strings
Travis Knight
Filme
2016
7 em 10

Vimos este filme no Domingo à tarde, algo pouco habitual (pois vemos mais filmes à noite). Do mesmo estúdio que já nos entregou coisinhas fantásticas, como Os Monstros das Caixas, temos aqui um filme com uma aura asiática que surpreende pela sua brutal animação.

Kubo é um rapaz que conta histórias mágicas com o seu shamisen e folhas de papel que se dobram sozinhas. No único dia em que fica na cidade à noite, é atacado pelas suas duas tias, que tencionam levar o seu "outro olho" (Kubo só tem um). Nessa altura remete-se a uma viagem em busca de três objectos mágicos, acompanhado por um macaco que costumava ser uma estatueta de madeira e, mais tarde, por um guerreiro amaldiçoado a ter a forma de um besouro. No meio das suas aventuras Kubo vai descobrir o que é o verdadeiro amor familiar.

A história é bonita, mas acaba por ser um pouco previsível, apesar de todos os simbolismos envolvidos (nomeadamente "as duas cordas"). Por todo o lado há uma aura de dualidade (pai, mãe, noite, dia, etc.) e os personagens estão bem caracterizados dentro do seu contexto. Existem alguns erros narrativos, nomeadamente quais as verdadeiras intenções do avô ou como é que aparece o samurai de papel se [spoiler].

[Não funciona o spoiler, claro, mas se o disser estraga o filme todo]

Mas o realmente fantástico é a animação. É feita num misto de stop-motion com cor digital, sendo que os animadores fazem um extraordinário trabalho nos seus modelos, na aplicação de cor, cenários e objectos. As cenas do barco são surpreendentes, por exemplo. Em termos de qualidade de animação, este filme ultrapassa um certo número de barreiras, pelo que espero que venha a ser reconhecido quando for altura de se atribuir prémios.

Um filme excelente sobre relações familiares, que recomendo para qualquer serão. :)

Lisboa Games Week 2016

Lisboa Games Week 2016
Evento
Este ano, mais uma vez, não poderia perder um dos eventos mais marcantes do nosso circuito nacional. O Lisboa Games Week é um evento dedicado a jogos mas, tendo uma componente competitiva de cosplay, lá estive eu a dar um ar da minha graça (que, convenhamos, é muito pouca) :3

Depois da experiência do ano passado, sabia que não queria comer lá, portanto preparei-me no meu cubículo e só cheguei lá pelas treze horas e vinte minutos, depois de uma luta para estacionar no parque da estação do oriente. Tinha informações de que deveria lá estar antes das duas horas, para confirmar a minha inscrição. Na verdade, estas informações para os cosplayers dos concursos foram muito assertivas e a comunicação com a organização não foi nada menos que perfeita. Por exemplo, eu tive um problema o link que mandei para o download do material para o meu skit (o link reencaminhava para um vírus maléfico) e graças à disponibilidade da organização conseguiu resolver-se tudo a tempo e horas :) Mas... Cheguei lá, pedi a minha entrada (sem filas, sem complicações), entrei... E que é da banca SOS Cosplay? Andei por todo o evento, tropeçando em milhares de centenas de pessoas, até que o pessoal amigo da banca do Stempunk me deu a localização.

Desta vez, o auditório estava bastante bem separado do resto do pavilhão, sendo também bastante maior e com um backstage espaçoso. Foi muito bom ver esta melhoria desde o ano passado, em que as condições do palco eram bastante precárias. Confirmei a minha inscrição e encontrei pessoas queridas e fofas, sendo que depois me distraí a tirar fotografias aos passantes e a ver o Artist Alley. Outra melhoria que merece ser apontada: estava bem demarcada esta zona, espaçosa, dando boas oportunidades para ver tudo o que se passava.

Mas quanto ao resto... Bem, não vi nada de nada. ;___; A multidão era imensa, composta sobretudo por meninos pequeninos (podia ter passado por cima deles, mas seria indelicado :p ), plena de filas para realizar qualquer uma das actividades propostas. Assim, passei a maior parte do tempo falando com lindas pessoas, sendo que não aproveitei nenhum dos jogos presentes. Parecia estar muito completo, muita coisa para jogar, de jogos retro a jogos indie, mas a quantidade de gente era limitativa e apenas me causaria ansiedade tentar ultrapassar a massa humana. Tirei poucas fotos do espaço, mas era mais ou menos assim:










Havia algumas actividades de interesse, como mesas redondas sobre jogos, mas pareceu-me que o foco principal do evento eram os youtubers (que eu não conheço, nunca vi e não sei se algum dia quero ver). Vi muita criançada com cartazes em que poderiam recolher autógrafos de todos os youtubers presentes, uma espécie de caça de pokémons que saiu um pouco frustrada porque, segundo consta, havia várias filas de autógrafos ao mesmo tempo e uma pessoa não se pode desdobrar em várias. Quanto a mim, o meu foco principal era o cosplay, portanto foi nisso que me mantive focada. Apesar de tudo, teria gostado de finalmente experimentar a realidade virtual mas, como apontado anteriormente, eu tenho medo das pessoas e não quis entrar na onda.

Portanto, falemos do concurso de cosplay individual (já que a minha presença foi apenas no Sábado, por motivos de falta de tempo e, quiçá, de vagar). Pela primeira vez em muito, muito tempo, vi um concurso cheio de gente. éramos mais de vinte concorrentes e quase toda a gente com skits muito interessantes. Havia cosplayers de tudo, anime, jogos, filmes... Foi um concurso muito variado e divertido, sobretudo porque os apresentadores fizeram uma curta entrevista a cada um de nós questionando elementos sobre os nossos fatos, skits e mesmo as nossas fandoms. Isto foi muito bom para mim, porque tive a oportunidade de explicar o significado da minha apresentação, que teria saído ligeiramente misteriosa se assim não fosse.

Afinal, o que foi? Poderão vê-la no meu Cosplay Portfolio no Facebook, mas essencialmente foi a minha forma de partilhar um pouco os meus sentimentos relativos à vida e à morte, considerando (facto muito importante) que trabalho com animais. Aquilo que expliquei é que a vida é como um livro. Tem marcadores (as fitas), que são coisas boas, coisas tristes, coisas que fazem raiva, coisas que dão saudade... E depois acaba e vamos para "somewhere over the rainbow" :) O vídeo que acompanha tem montes de cãezinhos a correr em cadeiras de rodas e eu acho que é assim mesmo que devemos também viver a nossa vida: sempre com alegria. Já que vai acabar, porque não divertir-nos ao máximo? :>

Curiosamente, este skit acabou por marcar muito o meu início de semana, devido a acontecimentos e eventos lá dos meus trabalhos.

Espero, de todos os modos, que tenham gostado e ficado a pensar um poucochinho nas coisas. Foi um sukito feito com muito amor! =D Houve apenas uma pequena questiúncula no início do skit: a música era suposto só ter começado depois de eu me sentar, mas como começou logo, bora lá! Depois a organização veio pedir milhões de desculpas mas, é como digo, são coisas que acontecem... Se nos fôssemos preocupar sempre com estas cenas, não fazíamos mais nada! Correu tudo bem, obrigada pela oportunidade!

Quanto ao resto do pessoal, também tenho gravados os sukitos dos amigues Tabby (que fez uma dança surpreendente e plena de coragem, parabains minha fofina!) e Pedro (que tinha um fato fabuloso e fez um skit bem giro! E que ganhou a Menção Honrosa! Parabains meu fofino! <3), que irei colocar no youtube brevemente. :)

Quanto ao resto do pessoal, achei que os prémios foram todos merecidíssimos, embora não tenha visto o skit da vencedora, com muita pena minha (tinha ido buscar uma jola, desculpa ;__; ). Mas o fato dela estava algo de outro mundo, incluindo o facto da sua espada ter olhinhos.

Também gostei imenso de um skit de uma menina que era uma espécie de gato, de um jogo um bocadinho obscuro (não conheço...), e que me fascinou completamente. Foi o meu skit favorito, obrigada!

Depois, fui para casa. Repare-se que eu cometi um erro grave nas medidas da cintura do meu saiote e que este, ao fim do dia, estava já a cortar-me a circulação. Para além dos sapatos, que não eram nada, nada, nada! confortáveis. Para além disso perdi-me dentro do parque, não achei a saída certa e estive quarenta minutos presa no trânsito só para sair do Parque das Nações.

Depois fui a um jantar e era para ter ido a um concerto de música celta, mas acabou por não acontecer.

Estou para aqui a falar de coisas que nem sequer interessam, quando podia estar a partilhar a mais importante das coisas!

FOTOS DE LINDAS PESSOAS






 Este pessoal estava a lutar com espadas!











 Peeps que foi ao palco depois do concurso, desculpem a foto não ter ficado muito boa
 O Grande Pedro, mencionado honrosamente! <3

 A grande vencedora da tarde! Não chora não, tu estava mui linda! <3
 O segundo lugar, com um cosplay de um dos meus husbandos (que ficou um pouco assustado quando eu me passei dizendo que tinha escrito bué fanfic homoerótica sobre o personagem D: )

O bichinho do meu skit favorito, isto estava muito muito giro!

Ah sim, noutra nota! Comprei duas cenas para a casa. Uma figura da Shiki (personagem importante para mim e um dos meus mais recentes cosplays) e um pequeno dango almofada que é óptimo de abraçar e já está no sofá novo :)





Em conclusão:

Foi um evento muito divertido porque estive sempre acompanhada de fantásticas pessoas. :) O auditório tem, neste momento, uma muito melhor estrutura, embora o resto do evento deixe um pouco a desejar devido à quantidade imensa de visitantes, que não me permitiu ver grande coisa. Para o ano tentarei ir num dia mais calmo para poder ver tudo como deve ser. :) Portanto, até lá!

=D

No Muro

No Muro
David Soares
2013
Conto 

Curto conto de David Soares que, como já saberão, é um dos meus autores portugueses preferidos da actualidade.

Simples, directo ao assunto, sem grande palavreado complexo (o que não é habitual no autor), conta a história de um homem que se apaixona por uma biblioteca, mas de uma forma bastante diferente. Afinal, ele apenas procura coisas que estejam perdidas dentro dos livros, sem os ler totalmente. Isto mostra que nem tudo nos livros está relacionado com as histórias que lá estão escritas, mas também existe muito para além disso: as histórias que também nos contam.

Depois, o homem decide construir um muro em que cada livro está guardado dentro de um tijolo. E é a perspectiva vista desse muro que torna esta história encantadora. Porque mesmo que lutemos contra os livros, mesmo que sejamos contra a sua existência, a sua beleza está sempre lá.

Gostei muito. Este conto está disponível na internet, portanto poderão lê-lo assim que quiserem :)

Gintama°

Gintama°
Fujita Yoichi - Bandai Namco Pictures
Anime - 51 Episódios
2015
6 em 10

Aparecendo no clube como sugestão, decidi ainda dar uma outra oportunidade a Gintama, série que me tem vindo a desapontar progressivamente. Podemos, então, dizer que esta nova season é bastante superior à anterior (que, como vimos, se dedicava sobretudo a piadas escatológicas), embora não seja melhor do que a primeiríssima.

Desta vez temos uma sucessão de arcos mais sérios intercalados com episódios soltos que pretendem formular uma comédia rica em elementos bizarros, nesta "neo-Edo" povoada de todo o tipo de criaturas. No entanto, o efeito cómico acaba por ser um pouco repetitivo: em todos os episódios passa-se algo de muito sério e grave e quando finalmente chegamos a uma conclusão a narrativa desfaz-se em algo absolutamente anti-climático. Isto tem alguma piada de vez em quando, mas a maior parte das vezes acaba por se tornar previsível.

Assim, os episódios que mais gostei acabaram por ser aqueles que não estavam inseridos em arcos mais sérios, como o episódio do almoço do miúdo ou da morte da Kagura. No entanto, também gostei bastante do arco dos yatos ("o rapto do shogun", ou algo do género).

A animação está bastante aceitável, com alguns erros compreensíveis pelo número de episódios. Nos arcos sérios temos cenas de acção muito bem coreografadas, mas muitas vezes plenas de um exagero que apenas se encontra em shounens mais antigos e que se mantém um pouco desactualizada. Os designs dos personagens mantém-se e cada vez os acho mais estranhos relativamente à (suposta) realidade.

Musicalmente, temos muita variedade de OPs e EDs, mas nenhuma delas me impressionou grandemente. As vozes parecem ter uma melhor prestação comparativamente à season anterior, mas os efeitos sonoros são muito infantis.

Para quem aprecie Gintama, é uma excelente continuação. Para quem já se cansou, pode deixar de lado.

17.11.16

Cisnes Selvagens

Cisnes Selvagens - Três Filhas da China
Jung Chang
Biografia
1991
 
Tudo o que sabia sobre este livro é que era enorme. Quando o comecei, no Kobo, assustei-me logo com a cronologia e as relações entre os personagens. Mal sabia eu que seria uma das leituras mais viciantes dos últimos tempos!
 
Este livro relata a vida de três gerações de mulheres chinesas, contadas na primeira pessoa: a autora é a mais nova destas mulheres. Assim, acompanhamos a convulsionada China desde os tempos semi-feudais até ao advento comunista-maoista, com todas as consequências que isso tem.
 
O relato é simples, directo, falando das simples histórias das vidas das pessoas que a autora e a sua família foram encontrando ao longo da vida. Existem pessoas boas, existem pessoas más, mas no fundo o livro é uma prova de como um sistema corrompido pode alterar drasticamente a vida de milhões de pessoas, fazendo-as passar por sofrimentos indescritíveis e perseguições físicas e psicológicas que podem ter, como última consequência, a morte.
 
O livro recorda-me "O Arquipélago de Gulag" pela forma como está estruturado: pequenas histórias de pessoas, todas relacionadas umas com as outras, e a sua relação com este regime. No entanto, a visão da autora é clara: a culpa não é da filosofia comunista em que se baseia o regime em causa. A culpa de tudo é das pessoas que actuam dentro dessa filosofia e que têm ideais de vida que não são compatíveis com a felicidade de uma população.

A autora fala das provações, em várias eras, de todas as pessoas que a rodeiam a ela e à sua família. A maioria das histórias não acaba bem. Mas, apesar de tudo, há sempre uma esperança de libertação. Embora na época em causa ninguém tenha essa noção, conseguimos ver pela China da actualidade que tudo pode ficar um pouco melhor.

Um livro fascinante, muito instrutivo, com imagens muito belas e descrições brilhantes. Recomendo vivamente.

16.11.16

A Melodia áspera de um Deserto

A Melodia Áspera de Um Deserto
Tiago Vieira
Teatro

Fomos ao teatro! Esta peça estava inserida na Mostra de Teatro de Almada, que ainda está a decorrer. Aliás, hoje mesmo queria ter ido ver outra peça, mas acabou por não se concretizar. Fiquemo-nos por esta. :)

O programa faz um vago resumo, que é o seguinte:


Tudo começa com três criaturas de chapéu que montam um cenário inusitado. Depois, aparece uma mulher. Esta, interpreta três diferentes personagens, todas com relações familiares umas com as outras, através de um texto denso, um pouco misterioso e algo violento. No entanto, a performance da actriz deixa um pouco a desejar, na medida em que a encenação não lhe permitiu liberdade de movimentos para que pudesse dar largas à potencialidade dos personagens. Assim, grande parte da acção é por sua vez intepretada pelos outros três actores, que se limitam a fazer mudanças no cenário, fazendo eles próprios parte dele. Ainda assim acabam por ter mais expressividade que a dita "principal", que a maior parte das vezes se encontrava parada, limitada no campo de acção de um microfone que poderia ter sido desnecessário.

Isto porque a banda sonora da peça, a música acompanhante (que também conta a sua própria história) estava de tal forma mal planeada que era impossível ouvir a actriz se não fosse o microfone (até porque a sua projecção de voz não era perfeita). O técnico de som parecia estar com problemas: por vezes muito alto, por vezes muito baixo, muitos efeitos sonoros mal colados e transições bizarras entre eles. O planeamento do som deveria ter sido muito mais aperfeiçoado para que a pela tivesse mais efeito.

Relativamente a cenários e figurinos, pareceram-me demasiados, apesar de a maior parte deles ter uma simbologia e significado.

Para além disso, parece ter havido uma relação pessoal do dramaturgo com a encenação da peça "As Três Irmãs", de Tchékov, que é referida no momento final, mas como não conheço bem essa peça acabei por não entender muito bem a analogia.

Fiquei ligeiramente desapontada, até porque foi a primeira peça de teatro que vi junto com o Qui, mas ainda assim foi uma experiência muito pedagógica.

O Livro da Selva

O Livro da Selva
Jon Favreau
Filme
2016
4 em 10

Na verdade, eu nem queria em absoluto ver este filme. Sabia que não ia gostar. Mas quando o filme que íamos ver deu erro, acabámos por pegar neste, que estava ali mesmo à mão. E, pois é... Não gostei.

Inspirado livremente tanto no filme de animação da Disney, que continua a ser a produtora deste remake em live-action (penso que numa tentativa de "reformar" os clássicos para um público mais jovem e apreciador dos métodos digitais), tal como no livro de Rudyard Kipling, conta a história de um menino na selva que foi criado por lobos e que tem de voltar para a humanidade por ameaça do perigoso tigre Sherekan.

A história é boa, apesar do final desagradavelmente pouco exacto, e os diálogos são bastante bons, com interpretações de actores de luxo que fazem um excelente trabalho.

O problema aqui está na imagética. Os animais, os cenários, TUDO, é digital. E tudo é horroroso. Técnicas arcaicas, sem fazer um bom uso da tecnologia e dos meios de produção disponíveis, a maior parte das vezes pareceu-me que estava a ver um jogo da playstation 2. Por alguma raão o rfoco principal do filme estão em cenas de acção que não fazem qualquer tipo de sentido. Porquê um tigre a lutar com uma pantera? Uma cobra a lutar com um urso? Um tigre a lutar contra um lobo? E porquê animais que não deveriam estar juntos, por não viverem no mesmo habitat, estão todos reunidos nesta floresta indiana? Kipling era *muito* exacto na localização geográfica e na ecologia das suas histórias. Este filme não faz jus à obra que pretende adaptar.

Para além disso, este miúdo que faz de Mowgli não convence ninguém. A minha teoria é que deve ser filho de um produtor qualquer e que nem sequer tem a mínima formação de actor. As suas falas são ditas com pouca clareza, com um realismo forçado, sem qualquer tipo de ligação com o personagem. Para além disso, o miúdo não faz quase acção nenhuma, sendo as cenas mais "perigosas" (digamos assim) retratadas de forma totalmente digital, o que é absolutamente evidente devido à falta de qualidade dos métodos usados.

Um filme que desaponta. E muito. Não esperava muita coisa dele e ainda assim fiquei horrorizada.

11.11.16

Alma

Alma
Voltaire
1776
Ensaio Filosófico

Há já algum tempo que desejava experimentar um pouco de filosofia. Para além disso, nunca tinha lido nada de Voltaire, portanto pensei... "Porque não?" :)

Neste curto ensaio (cerca de 40 páginas), o autor debate consigo mesmo as várias perspectivas histórico-filosóficas do conceito de "alma". Assim, coloca várias questões, tentando respondê-las citando filósofos mais antigos: o que é a alma? Quem tem alma? Os animais têm alma? As plantas têm alma? As crianças têm alma? A partir de quando? Um débil mental tem alma?

São tudo questões muito válidas. Curiosamente, tendo em conta a perspectiva histórica do autor (afastado da religião, um pouco anti-semita...), este cita demoradamente passagens bíblicas do antigo testamento, para além de filósofos nitidamente cristãos. Isto faz com que o debate apresentado esteja um pouco enviesado.

Finalmente, Voltaire não chega a nenhuma conclusão por si próprio, após toda a pesquisa. No meio disto tudo, ele coloca as questões mas nunca chega a respondê-las com a sua própria opinião. É como aqueles estudos científicos que no final dizem "inconclusivo". Assim, a leitura não foi especialmente satisfatória.

No entanto, fiquei com vontade de filosofar um pouco mais, pelo que colocarei esses livros (que tenho no Kobo) semi-prioritários. :)

Gabriela Cravo e Canela

Gabriela Cravo e Canela
Jorge Amado
1958
Romance
Este livro foi um pouco custoso e ler. Não exactamente pelo seu conceito ou forma de escrita, até porque é mais um de Jorge Amado, sempre divertidíssimo, mas mais exactamente pelo tamanho das letras, que eram diminutas e eu sou muito pitosga. 

Tornado famoso pelas múltiplas novelas e adaptações para filme, teatro e dança, este livro fala de uma pacata cidade, Ilhéus, e as pessoas que lá vivem. Quando o árabe Nacib fica sem cozinheira, acaba por contratar Gabriela, que veio de terras secas para esta cidade próspera em cacau. Daí se desenvolve uma história de amor, intercalada com outros amores de outras personagens.

Estes estão bem construídos, embora não haja aqui tanto detalhe como seria de esperar. A caracterização principal é feita à cidade em si, com seus hábitos, cores e cheiros. Trata-se de um romance de costumes, que pretende mostrar como uma cidade pode mudar as suas concepções através das pequenas atitudes de cada um dos seus habitantes.

No entanto, não gostei muito da causa destas transformações. Isto é, se era aceitável no passado um marido traído matar tanto mulher como amante, será que é aceitável não os matar mas enchê-los de pancada? O livro parece ser bastante apologista da violência em relação à figura feminina, sobretudo porque esta não abandona de imediato a fonte de violência e continua a ela apegada até ao final.

Ainda assim, é bastante divertido acompanhar estas pequenas histórias. Pena as letras serem tão canochas.

Captain Fantastic

Captain Fantastic
Matt Ross
Filme
2016
6 em 10

Sabemos todos que existem, espalhadas pelo mundo, comunidades de pessoal hippie e freakalhóide que vivem em contacto com a natureza, educando assim as suas crianças. Este filme é precisamente sobre uma dessas famílias, um conjunto de pai, mãe e cinco crianças que vivem isolados na floresta praticando os seus talentos físicos e intelectuais através de uma educação tanto rígida como libertária.

Mas o que acontece quando eles têm de ir ter com a cidade, com o "mundo real"? Motivados pela morte da matriarca, procuram ir ao seu funeral para a salvar de ser enterrada (já que é budista). Será que as coisas vão correr bem?

O filme tem os seus momentos engraçados mas, no fundo, trata-se de uma história familiar em que a figura paterna é confrontada com os seus ideais em termos educativos pelos seus próprios filhos. Os seus hábitos e celebrações são diferentes, mas a pouco e pouco vão acontecendo pequenas revoltas e fica demonstrado que podem saber tudo sobre a soma de integrais mas não saber nada acerca do mundo real, do convívio com pessoas, das reacções a ter quando em determinadas situações. Assim, o filme é um pouco agridoce, pleno de momentos cómicos mas também cheio de pequenos detalhes que demonstram o quão terrífico pode ser o isolamento social.

A história acaba por pecar um pouco devido à profusa quantidade de personagens: nem todas estão bem caracterizadas e o autor dedica-se mais a explorar os detalhes de três das crianças, quando elas são seis ao todo. As raparigas, por exemplo, ficaram bastante esquecidas.

O final é ambíguo e acabamos por não perceber o que realmente se passou com esta família. Ficam realmente todos juntos? É apenas alucinação? De qualquer forma, a celebração final é bastante bonita.

Um filme sobre famílias diferentes e como elas podem ter um lugar no mundo.

Ghost in the Shell (2015)

Ghost in the Shell (2015)
Nomura Kazuya - Production I.G.
Anime - Filme
2015
7 em 10

Tendo em vista o visionamento do filme live-action que vai sair brevemente, decidi ver este filme com o Qui, de forma a mostrar-lhe o que fizeram com Ghost in the Shell, isto é, o reboot que deram à série e a nova perspectiva dada aos personagens, conforme conhecemos em Arise.

Todos estão mais jovens: este filme passa-se ainda antes da formação da Section 9 como todos a conhecemos. A Major Motoko Kusanagi e a sua equipa investigam o caso de uma bomba que explodiu nas mãos de um poderoso político, com todas as consequências que isso poderá ter na resolução da guerra que acabou de terminar. No processo, debate-se alguns assuntos relacionados com a manutenção das "shells" (os corpos mecânicos das pessoas) e a existência dos ghosts. O debate em si não é muito dedicado, acabando por insistir demasiadamente nos mesmos pontos. No entanto, a caracterização dos personagens está bem feita dentro do contexto: nesta fase, cometem muitos erros, são precipitados, isto é, não possuem a experiência necessária para acompanhar o desenrolar do mistério de forma totalmente eficiente.

Nesse campo, segundo o trailer que já nos foi mostrado, talvez o live-action nos venha a mostrar coisas muito interessantes.

A animação está bastante boa, com cenas de acção dinâmicas e bem coreografadas, assim como um conjunto de cenários muito atractivo. Existe alguma utilização de meios digitais tridimensionais, mas estão muito bem integrados e apenas um olho mais atento os irá reparar. Em termos de designs, parece haver aqui tecnologia demasiado avançada para um início da série, sendo que esse elemento acaba por estar um pouco desiquilibrado: algumas pessoas são apenas marionetes, enquanto que outras têm pleno acesso a meios muito avançados.

Finalmente, uma nota para a música: composta por Cornelius, mestre da electrónica actual, tem muito que se lhe diga, com peças sonantes, viciantes e perfeitamente enquadradas na acção que pretendem representar.

Recomendo o visionamento deste filme para todos os que têm interesse no live-action e conhecem pouco da série. Assim, estarão melhor preparados para o que aí vem.

8.11.16

Tokkou

Tokkou
Abe Masashi - AIC Spirits
Anime - 13 Episódios
2006
6 em 10

Sabem que até este momento estava convencida que esta série era dos 90s? É que tem tudo para ser dessa década. Sendo de 2006, é quase vergonhoso. Vejamos:

Um jovem torna-se polícia para encontrar as pessoas que mataram os seus pais. O seu primeiro caso é um homicídio bizarro e descobre-se rapidamente que a cidade está invadida por bicharada estranha e demoníaca. Assim, ele conhece a secção 2 da polícia, composta de gajas boas e um tipo de óculos de sol e acaba por se juntar a eles na luta contra as forças do mal.

Até aqui tudo bem. Temos sangue, temos coisas nojentas aos gritos, temos miúdas a decapitar demónios com espadas. A história não está má de todo e reúne uma série de coisas características que a tornam numa boa fonte de entretenimento. O problema disto tudo está na arte. A arte mete medo.

Envelhecida, o problema começa nos designs dos personagens. Não fazem sentido nenhum. É certo que é muito loko ter bacanas tatuadas com as mamocas ao léu e cruzes ao pescoço, mas nem por isso faz sentido prático dentro do contexto. Parece ter tudo uma pontinha de exibicionismo que não funciona nada bem. Já a animação, é terrível. Certamente que pegaram em 500 paus e fizeram este anime, porque as cenas de acção são quase indecentes e existem erros de anatomia fatais.

Musicalmente, não temos nada que distinga de outros animes do género, com alguma reciclagem da banda sonora.

Um anime que podia ter sido muito mais interessante.

AmadoraBD 2016

AmadoraBD 2016
Evento
Este ano, esperei mesmo até à última. Mesmo, mesmo. Só fui ao AmadoraBD no último dia. Do que estava à espera? Que anunciassem o dia do cosplay. Nunca foi anunciado. A única coisa relativa no site do evento era que quem viesse vestido a rigor tinha entrada gratuita. Mas skits, desfile, alguma coisa... Nada. 
 
Penso que isto marca o fim de uma era. O AmadoraBD, ex-FIBDA, foi um dos primeiros locais a aceitar cosplay como parte do seu programa. Agora parece que tudo está diferente. Eu penso que sei a razão pela qual nada aconteceu este ano, mas guardo-a para mim para não ferir susceptibilidades. Ainda assim, acho que vou mandar um e-mail para lá a perguntar as causas, só mesmo para saber.
 
Não que seja importante saber. Não houve cosplay e é isso. Se houve, foi tão restrito que nem soube de nada. 
 
Adiante!
Chegámos por volta das cinco e meia, ainda faltava algum tempo para encerrar o evento. Anúncios periódicos avisavam-nos "falta x horas e y minutos para encerrar e não irá abrir amanhã". 
 

 
 
A exposição principal deste ano tinha um tema interessante: o espaço e o tempo na BD. Seguimos algumas BDs por partes, desde a primeira página até à página do fim. No entanto, as actividades sugeridas não eram muito interactivas, como era habitual. Havia, em vez disso, várias pequenas salas em que passavam vídeos e sons de inícios, meios e fins de filmes e séries.
 




 
 
Depois havia uma pequena exposição dedicada a Lucky Luke, que faz 70 anos. Esta BD nunca me interessou, nunca me despertou qualquer tipo de emoção. Na verdade, até a achava bastante chata. Assim, a exposição não nutriu grande interesse para mim, para além de que não tinha muita coisa para além de citações de páginas e painéis, sem muito da planificação, argumento ou rascunho.

Morri
 
No meio estavam as lojas, mas já voltamos a elas porque só lá fui mesmo no final para gastar dinheiros. Também estavam as pessoas a dar autógrafos, mas não conhecia a obra de ninguém (excepto a do Mário Freitas, organizador do Anicomics e mente da Kingpin Books, que por acaso até ganhou um prémio catita. Fiquei com pena de não o ter achado, para lhe dar os parabéns pessoalmente, já que não o fiz na net)
No andar de baixo estavam outras exposições temáticas, específicas para várias BDs da actualidade e outras mais antigas. Havia também uma secção de ilustração infantil e um auditório em tudo semelhante ao do ano passado, onde estavam a passar curtas metragens de animação. Existia um espaço para crianças desenharem e uma exposição bastante grande das BDs que saíram este ano, incluindo coisas tão improváveis como volumes da Comix. Em compensação, o universo das zines parece ter sido ignorado.
 
Pude ver os participantes do concurso nacional de BD deste ano, sendo que algumas coisas me pareceram cheias de potencial. Mas, confesso, gostei mais das obras do concurso de ilustração. O tema deste ano era a ponte 25 de Abril. 











Finalmente, as compras! Eu tinha em mente comprar uma série de coisas e comprei todas, mais uns extras. Aqui estão elas:

  • "O Diário do Meu Pai", de Jiro Taniguchi, que queria desde o seu lançamento e nunca o apanhei
  • "Luna Park", que me interessou no lançamento mas que perdi oportunidade de comprar
  • "Crumbs", antologia de autores da Kingpin, que desde o início me pareceu interessantíssimo
  • Uma zine que estava a um euro
  • "Cadernos de Fausto", de Rafael Dionísio, com quem tive um curso e que achei piada comprar para ler, até porque estava em promoção (bahaha)
Depois viemos para casa e jantámos e foi fixe e não aconteceu a tragédia que aconteceu no ano passado (que foi descobrir a minha classificação medonha do Eurocosplay e chorar milhões).

Sinto que esta exposição está, de ano para ano, um pouco mais fraca. Os temas escolhidos parecem despropositados e preparados para chamar um público já idoso e crianças, sendo o resto da comunidade fã de banda desenhada plenamente ignorada. Não sei que rumo procuram para o AmadoraBD. Por mim, continuarei a ir na esperança de ver novas coisas.